Desde que foi exibido pela primeira vez no Festival de Veneza, muitos alegaram que a caracterização de Kristen Stewart como a Princesa Diana, foi uma das melhores apresentadas por todas as atrizes que já viveram a mesma. Depois de quase dois meses após seu adiamento, finalmente a Diamond Films lançou nos cinemas “Spencer“. Confesso que esta é uma obra que certamente funcionará se você já estiver habituado com o universo da realeza britânica e ter conhecimento da vida de Diana Spencer.
O filme se passa apenas na época do natal, onde esta descobre a traição do Príncipe Charles (Jack Farthing) e como ela começou a ir contra todas as regalias e situações impostas pela família real naquela época de festividades. Enquanto todo o Palácio de Buckingham, constantemente vira de cabeça para baixo com todas as “simplicidades” de Diana.
Imagem: Diamond Films (Divulgação)
O roteirista Steven Knight (da série “Pinky Blinders”) sabe mostrar de formas sutis como Diana era “maluca e importante”, através de cenas sutis. Como na abertura da produção, onde ela esta perdida e procura por um telefone em uma lanchonete como alguém normal, e todos olham assustados para ela. Ao mesmo tempo, ele corta para cenas que mostram seus medos, angústias e até raivas por não poder se expressar da maneira pela qual deseja.
Enquanto o diretor Pablo Larraín procura deixar claro que o foco é totalmente em Diana, ao deixá-la sempre como foco em 95% das cenas. Filmando como se fosse um filme realizado nos anos 90 (tanto que a tela está com o aspecto de 1.66 : 1), ele procura retratar tudo como se estivéssemos na pele da mesma e inclusive opta por enquadramentos aos quais fazem acreditarmos que Stewart realmente é Diana (que também teve bastante auxílio da equipe de maquiagem).
A fotografia de Claire Mathon com tons depressivos, não só mescla o clima da época na Inglaterra, como também tudo que Spencer estava vivendo naquela turbulenta situação. Porém deixo avisado que se você não conhecer direito tudo que englobou o arco mostrado aqui, pode ser que você não compre a narrativa. Já que não temos nenhum interlocutor sobre os fatos, mas sim personagens como os assistentes Alistar Gregory (Timothy Spall) e Maggie (Sally Hawkins), que servem como uma espécie de interlocutores do grau de carinho que Diana tinha no Palácio.
“Spencer” é claramente um dos maiores filmes sobre a realeza britânica e certamente ficará no coração dos fãs e admiradores da eterna Lady Diana.