Quem cresceu nos anos 80 e 90, sabe o quão famoso era o ator Michael J. Fox (para geração atual, é semelhante ao que estamos vendo com nomes como Tom Holland). Protagonista da trilogia “De Volta Para o Futuro“, o próprio também estrelou diversas outras produções que fizeram bastante sucesso nas várias reprises televisivas. Porém, o que marcou demais foi o próprio ter sido diagnosticado com Mal de Parkinson, quando estava na faixa dos 30 anos e desde então vem tratando da doença.
Baseado no livro de autoria do próprio Michael J. Fox, “Still: Ainda Sou Michael J. Fox” trata-se não apenas deste fato na vida do próprio, como também de toda sua carreira, desde sua infância simples e como ele reagia em torno de sempre ser o “baixinho” na escola, família e trabalhos, como se tornou um dos principais nomes de Hollywood. E neste contexto, entra o fato de como o diagnóstico de Parkinson, afetou sua trajetória pessoal e profissional.
Imagem: Apple Originals (Divulgação)
Idealizado pelo próprio Fox e com direção de Davis Guggenheim (que já havia comandado documentários sobre nomes como Malala, Barack Obama e Joe Biden), temos uma verdadeira aula de como se conceber um documentário que mescla imagens de arquivo, relatos e produções dramatúrgicas. E tudo isso é repassado de uma forma que não cansa o espectador, principalmente por não haver arcos desnecessários (resultando em uma produção com cerca de 90 minutos, que é uma metragem válida neste contexto).
Um claro exemplo, é quando determinadas situações são mencionadas nos relatos, acabamos presenciando cenas dos filmes do próprio Michael (como “O Segredo do Meu Sucesso” e “O Garoto do Futuro“), intercalado por cenas com atores (com o intuito de embasar uma divertida nostalgia, com fatos) e isso acaba funcionando. Sem citar que o recurso também é plausível por se tratar de uma história que a maioria do público alvo (cinéfilos que cresceram e vivenciaram na época do auge de Fox, assim como fãs do trabalho do próprio e seus filmes) já conhecia.
“Still: Ainda Sou Michael J. Fox” consegue ser uma verdadeira carta de amor ao legado do eterno adolescente dos cinemas, e resgata a nostalgia de seus antigos filmes.