Elton John aprova Rocketman; confira curiosidades

No último domingo (26), Elton John fez uma postagem nas redes sociais na qual disse que muitas pessoas estavam perguntando sobre o que ele sentiu ao assistir Rocketman. A forma encontrada pelo artista para falar sobre o assunto foi publicar um artigo na Observer Magazine, do jornal britânico The Guardian.

O primeiro parágrafo do artigo já revela a emoção do Sir Elton John. “Eu estava no cinema por cerca de 15 minutos antes de começar a chorar. Não chorar como nas lágrimas ocasionais escorrendo pela minha bochecha. Estava realmente soluçando, naquele jeito alto, desprotegido, emocionalmente destruído que faz as pessoas se virarem e olharem para você com expressões alarmadas”.

Apoio do marido

Posteriormente, Elton John falou sobre a inclusão de I Want Love, faixa composta com Bernie Taupin em 2001.

“Eu sabia que ela estava no filme, mas não sabia como eles iriam usá-lo. Até aquele momento, eu mantive uma distância discreta do processo real de fazer um filme sobre a minha vida. Dei algumas sugestões, vi algumas tomadas, disse mais ou menos algumas decisões importantes e me encontrei duas ou três vezes com Taron Egerton, que me interpreta”.

Entretanto, apesar de toda participação, o músico revelou que deixou o marido (David Furnish) à frente das coisas. “Ele foi meus olhos e ouvidos no set todos os dias. Imaginei que seria desconfortável para todos eu estar por perto”.

A falta de amor dos pais e a rigidez nas regras de casa também não passaram batidas dos comentários de Elton John. “Tive a sensação de que eles estavam ficando juntos somente por minha causa, o que só tornava as coisas mais miseráveis. A melhor maneira de escapar disso foi me fechar no meu quarto com minha coleção de discos e quadrinhos, e mergulhar em um mundo imaginário, fantasiando que era Little Richard ou Ray Charles ou Jerry Lee Lewis”.

Justin Timberlake protagonista

Ao comentar os possíveis diretores e atores do filme, Elton John revelou outras coisas curiosas. Disse que o amigo David LaChapelle estava cotado para a direção. Quanto ao protagonista, mais uma surpresa: “Justin Timberlake e Tom Hardy estavam ambos no quadro antes de Taron aparecer”.

Sobre as cenas de sexo e drogas, Elton John contou que alguns estúdios queriam diminuir a classificação etária do longa, tirando alguns takes que consideravam pesados.

“Mas eu não levei uma vida com classificação etária de 13 anos. Eu não queria um filme cheio de drogas e sexo, no entanto, todo mundo sabe que tive um monte de ambos durante os anos 70 e 80. Então não parecia haver muito sentido em fazer um filme assim”.

Fantasia do filme

Outra implicância dos estúdios era com o teor fantasioso do filme. Mas quem assiste ao longa e vê as explicações do cantor no início desse artigo, logo entende o motivo. De acordo com o britânico, a infância dele foi curtida quase o tempo todo num mundo imaginário.

“Quando minha carreira decolou, decolou de tal forma que quase não pareceu real para mim. Eu não fui um sucesso instantâneo de qualquer maneira – estava me arrastando pelos clubes, fazendo discos, escrevendo músicas com Bernie e tentando vendê-los para pessoas que não estavam interessadas por quatro ou cinco anos. Mas quando isso aconteceu, foi como um míssil: há um momento no Rocketman, quando estou tocando no palco do Troubadour, em Los Angeles, e tudo na sala começa a ser levitado, inclusive eu, e honestamente, foi como me senti”.

Taron Egerton

Antes que algum fã mais revoltado comece a reclamar de Taron Egerton, Elton John também fez uma defesa. “Eu sabia que Taron era o homem certo quando eu o ouvi cantar Don’t Let The Sun Go Down On Me. Eu achei que era muito importante que quem me interpretasse não fizesse lip-sync. Queria que realmente cantassem as músicas. Taron já havia cantado I’m Still Standing brilhantemente na animação Sing”.

De acordo com o pianista, Don’t Let The Sun Go Down On Me é uma música muito difícil para um vocalista. “Eu mesmo lutei com isso. Quando tentei gravá-la em 1974, a sessão foi incrivelmente ruim. Simplesmente não conseguia acertar. Demonstrando meu bom humor diante de uma crise, ameacei estrangular meu produtor, Gus Dudgeon. Anunciei que a música era tão terrível que nunca a lançaria. Taron, por outro lado, apenas cantou. Sem nenhuma ameaça de assassinato”.

Relação com Bernie Taupin

A amizade com o compositor Bernie Taupin, maior parceiro de Elton John, também foi motivo de comentários. Para o músico, Jamie Bell e Taron Egerton conseguiram capturar a relação com louvor.

“É francamente um milagre. Realmente não tenho ideia de como isso funciona. Nós fomos jogados juntos aleatoriamente. Eu tinha falhado em um teste para a Liberty Records, em 1967. Um cara da gravadora me deu um envelope com as letras de Bernie. Era como um prêmio de consolação. Não tenho certeza se ele abriu o envelope e leu a letra antes mesmo de fazer. Acho que ele só sentiu pena de mim e não queria que fosse embora de mãos vazias”.

Elton John conta que teve muitas discussões com o parceiro, mas que elas fazem parte da relação dos dois. “Você não quer que ele comece a falar sobre alguns dos meus figurinos mais extravagantes. Também não quer que ele comente Don’t Go Breaking My Heart, uma música que ele detesta desde o momento em que foi criada. E continua a odiar até hoje”.

O carinho pelo amigo, no entanto, é tão grande que foi um dos momentos que fez Elton John chorar de soluçar mais uma vez. “Fora meu marido e meus filhos, é a relação mais importante da minha vida, nós realmente nos amamos e o filme capta isso”.

Uma das provas desse amor mútuo está registrada no filme, segundo o cantor. É quando Bernie o visita na rehab. “Aconteceu da mesma maneira na vida real. Bernie foi uma das pessoas que tentou me dizer para parar de usar drogas. Eu não iria ouvir até anos mais tarde, mas ele ficou ao meu lado, ele nunca desistiu de mim. Ele ficou tão aliviado e feliz quando finalmente consegui ajuda”.