Os acordes de The Impression That I Get, hit da banda de ska punk The Mighty Mighty Bosstones, logo na primeira cena da série Everything Sucks, original da Netflix, já nos leva de volta para meados da década de 1990. À época, o punk rock vivia um momento especial. Green Day, Sublime, Offspring e Rancid eram algumas das bandas que disputavam as paradas com artistas do britpop e do pop cafona norte-americano. O gênero parecia ser o substituto natural do grunge, ainda em luto com a morte de Kurt Cobain, líder do Nirvana, em 1994. E todos esses estilos musicais marcam presença nessa produção.
Iniciar a Falando Série abordando a música não é algo comum, mas com Everything Sucks faz todo sentido. O próprio nome da série é idêntico aos títulos de dois álbuns de hardcore dos anos 1990, do Reel Big Fish (1995) e Descendents (1996). Certamente, Ben York Jones e Michael Mohan, criadores da série, beberam dessa fonte.
Mas, partindo para a trama, os fãs de Stranger Things podem gostar de algumas situações parecidas. Um grupo de adolescentes surge como protagonista da história (um deles é mais gênio), algumas descobertas típicas dessa fase da vida são exploradas, um relacionamento inocente também. Ah, também tem um casal um pouco mais velho, que começa cheio de más intenções, mas depois muda o lado.
A diferença em Everything Sucks é que não há nada de ficção científica e a história é toda ambientada nos anos 1990, diferente do outro sucesso da Netflix que tem os anos 1980 como cenário. A trama tem seu início em 1996, na cidade de Boring (verdadeira, diferente da fictícia Hawkins), onde alunos dos clubes de teatro e vídeo encaram os altos e baixos da vida adolescente nos tempos do vídeo-cassete. Entende como a referência musical é realmente importante?
https://www.youtube.com/watch?v=CSwoL8AWWhw
Em uma das cenas mais brilhantes dessa produção, Luke O’ Neil (Jahi Di’Allo Winston) utiliza todo o seu conhecimento em produção de vídeos (sim, ele é o gênio citado anteriormente), para gravar um videoclipe de Wonderwall, do Oasis, convidando Kate Messner (Peyton Kennedy), a filha do diretor, para sair. É engraçado que as referências utilizadas pelo menino no videoclipe incluem Nirvana, Blind Melon, Alanis Morissette, Radiohead, entre outras bandas. São dez episódios, com 20 minutos cada. Ou seja, maratone!
Bônus do Netflix Brasil que soltou esse vídeo bem legal para preparar o público para a série…