Turismo na tevê é algo já consolidado. E temos os mais diversos formatos: gastronômico, aventura, infantil, tradicional, música, além de alternativas que fogem do padrão, como zonas de guerra ou países fechados para o turismo, caso do Não Conte Lá em Casa, da Multishow. O jornalista neozelandês David Farrier, de 35 anos, que apresenta Turismo Macabro (Dark Tourist), nova produção da Netflix, vai além e propõe um novo formato de turismo na tevê. Bom, não chega a ser uma novidade 100%, mas certamente terá um alcance maior no Brasil se comparado com Louis Theroux, badalado fora daqui, mas sem muitos seguidores no País.
Em um dos episódios, por exemplo, Farrier chega a ser questionado por um entrevistado que o chama de “versão pobre do Threroux”. A pessoa emquestão é um amigo do assassino Charles Manson, que faleceu no ano
passado enquanto cumpria prisão perpétua por uma série de crimes nos anos 1960, incluindo a morte da atriz Sharon Tate. O roteiro do jornalista é justamente fazer tours por locais tenebrosos e mórbidos.
Em Medellín, na Colômbia, ele segue os passos do traficante Pablo Escobar, responsável por centenas de mortes entre os anos 1980 e 1990. Farrier conversa com um policial corrompido e um capanga de Escobar (foto), além de visitar uma cunhada do traficante.
O leque de maluquices de Farrier inclui ainda invadir uma cidade proibida no Chipre, visitar Fukushima, no Japão, desafiando os altos índices de radioatividade, uma floresta macabra onde várias pessoas cometem suicídio, entre outros. Os atos religiosos também chamam a atenção do público. Na Indonésia, o jornalista assiste à limpeza de um corpo mumificado. Já em Benim, na África, participa de um festival de vudu. No México, o exorcismo é o que desperta a atenção do neozelandês.
Todas as situações são encaradas com muitos questionamentos, uma dose de ironia, além de coragem. A primeira temporada é composta por oito episódios, facilmente maratonados. Alguns deles podem causar desconforto no público, como o Sudeste Asiático e De Volta aos Estados Unidos. No primeiro, Farrier é levado a atirar em uma vaca, enquanto no segundo ele visita uma casa de tortura nos Estados Unidos. Tirando alguns excessos, a série é promissora e deixa com gostinho de quero mais.
https://www.youtube.com/watch?v=P7ibEshhJy8