Crítica: Hebe – A Estrela do Brasil explora luta contra censura na TV

Crítica: Hebe – A Estrela do Brasil explora luta contra censura na TV

Muito além dos selinhos na TV ou da carisma em seus programas, a apresentadora Hebe Camargo (1929-2012) marcou época por conta de sua luta contra a censura e os abusos sofridos pelo ex-marido.

Justamente esses confrontos que se destacam na cinebiografia Hebe – A Estrela do Brasil, que chega aos cinemas nesta quinta-feira (26), com a atriz Andréa Beltrão no papel da apresentadora.

Orçado em R$ 7 milhões, o longa tem 1h52. Possui um ritmo um pouco arrastado em alguns momentos, mas necessário para justificar o recorte da vida de Hebe.

A produção se passa nos anos 1980 e retrata família, amigos, companheiros, personalidades e políticos.

Recorte na vida de Hebe

No longa, ao completar 40 anos de profissão, perto de chegar aos 60 anos de vida, Hebe está madura e já não aceita ser apenas um produto que vende bem na tela da TV. Mais do que isso, já não suporta ser uma mulher submissa ao marido, ao salário, ao governo e aos costumes vigentes.

Durante o período de abertura política do país, Hebe aceita correr o risco de perder tudo. Entretanto, ela dá um basta. Quer o direito de ser ela mesma na frente das câmeras.

Entre o brilho da vida pública e a escuridão da dor privada, Hebe enfrenta o preconceito e o machismo. Ademais, tem o marido ciumento, os chefes poderosos e a ditadura militar para se tornar a mais autêntica celebridade.

Os realizadores do filme parecem ter tido livre acesso a tudo da vida pessoal e pública da personalidade. Exploram a ligação dela com Paulo Maluf, a quem apoiou em candidatura, a relação conflituosa com o diretor de seu programa na Bandeirantes Walter Clark (Danilo Grangheia), além das brigas com o último marido, Lélio Ravagnani (Marco Ricca), que ficou com a apresentadora de 1971 a 2000.

Ficha técnica de Hebe – A Estrela do Brasil

Hebe – A Estrela do Brasil. Drama. 1h52. Diretor: Maurício Farias. Com Andréa Beltrão, Marco Ricca, Gabriel Braga Nunes, Danton Mello, Daniel Boaventura, Stella Miranda, Felipe Rocha  e Otávio Augusto.