PABLO MELLO
Sabe aquele showzinho que você vai basicamente empurrado pelos amigos e não espera nada além do comum? Numa dessas assisti uma das bandas que mudara totalmente minha maneira de enxergar o rock progressivo. Devo admitir que assistir a Dônica ao vivo, em maio do último ano, foi uma das melhores experiências que tive como espectador e amante de música.
O repertório era composto pelas canções do então recém-lançado Continuidade dos Parques, disco de estreia da banda, e o membro do grupo que havia despertado minha sútil curiosidade sobre o grupo (Tom Veloso, letrista e filho de Caetano Veloso) não estava presente. Apesar de ter ouvido apenas as canções Macaco no Caiaque e Bicho Burro antes da apresentação, me vi deslumbrado com a sonoridade que misturava elementos do rock progressivo com o clássico “mpbismo”.
Em dado momento da performance, os músicos simplesmente trocaram de instrumentos e executaram uma espécie de jam. O vocalista/pianista foi para a bateria, o baterista para o baixo, o baixista para a guitarra e o guitarrista para o piano. Meus olhos claramente brilhavam mais que as luzes do palco com aquilo tudo. Isto é Dônica!
Chegando em casa ouvi o disco zilhares de vezes, claro. Pode-se dizer que o álbum bebe de fontes como Clube da Esquina e Som Imaginário (literalmente! – Milton Nascimento participou da faixa Pintor). A Dônica já se apresentou em grandes festivais como Rock In Rio (2015) e Lollapaloza (2016), sendo composta pelo vocalista e pianista José Ibarra, o baixista Miguel Guimarães, o baterista André Almeida, o guitarrista Lucas Nunes e por Tom Veloso como violonista.
Confira um pouco do material da banda abaixo: