Na última quarta-feira (21), o cantor Rubel – aquele mesmo da faixa Quando Bate Aquela Saudade – disponibilizou o single Chiste, contando com a participação especial do rapper Rincon Sapiência. A canção antecede o lançamento do disco Casas, que estará disponível na próxima sexta-feira (2). O trabalho foi produzido em parceria com a Natural Musical.
Levando em consideração todo o arranjo da música, que é bem mais pop do que o esperado, a faixa vai em contramão da última canção disponibilizada pelo músico – intitulada Colégio, a música obtém uma pegada bem mais sentimental, por vezes me fazendo recordar do Pearl.
Esta mudança sonora, no entanto, poderia ser considerada positiva se não fosse o encontro não tão bem casado com Rincon. Particularmente, senti isto em dois pontos específicos: ambas vozes, quando juntas, não casam; a letra que corresponde (exatamente) no trecho em que o rap aparece na música, é totalmente distante dos versos mais densos que Rubel canta. É quase como se Rubel perdesse um tanto da sua essência com esta nova música.
Ressalto que a voz e a poesia do rapper paulista são sim sinônimos de boa música, sendo que o talento do mesmo já foi exaltado por muitos como um dos novos grandes êxitos brasileiros. Todavia, nem toda parceria soa tão bem nos ouvidos quanto nos papéis.
Agora, me vejo questionando sobre como virá o próximo álbum do cantor que obteve destaque outrora quase que só com um violão em mãos. A faixa Chiste, que apesar de ainda abordar um tema razoavelmente profundo, vêm com um todo um agito e um impulso diferente. Enquanto isso, Colégio, que foi o primeiro single deste trabalho, traz algo perto do lo-fi, mas que ainda não deixa a MPB de lado.
Para que visualize melhor esta distância, escute a segunda faixa seguida do hit Quando Bate Aquela Saudade, por exemplo.
Ocorreu uma espécie de evolução musical de lá pra cá, o que é claramente natural tendo em vista o paralelo entre quase cinco anos dos lançamentos. Por fim, acredito que a única expectativa concreta para o novo disco, é de um Rubel elétrico (de fato) – o que seria uma das únicas semelhanças entre ambos dos singles recentes do artista.