Nos últimos dias, o músico Dieguito Reis, conhecido principalmente como baterista da Vivendo do Ócio (VDO), lançou o single Favela Sincera. A faixa é o primeiro trabalho solo do músico que também integra a Lau e Eu.
Bem, a canção também tem algumas linhas vocais de Jaja Cardoso, que é outro membro da VDO. No entanto, não espere nada próximo da sonoridade que a banda baiana costumeiramente produz. Trata-se de um rap, com uma letra enraiazada na crítica ao redor de diversos parâmetros sociais – o que é de se louvar.
As rimas de Dieguito soam como um soco sútil e simultaneamente a ríspido. Entre seus versos, o agora cantor afirma: “Pobreza mata mais que droga. E os comédia ainda aprova auxilio-casa pra juiz e político enquanto prova toma bota”.
Outro ponto interessante da cancão vem a partir do beat que responde por todo seu instrumental. A influência da música pop é perceptível, sendo que o refrão cantado por Jajá deixa isso ainda mais explícito. Porém, não consegui digeri-lo tão bem. Talvez (provavelmente) pela memória afetiva que carrego em relação ao seu respectivo timbre. Depois de tantos anos ouvindo-o cantar em tons que pairavam o rock, é estranho vê-lo cantando algo que me remete ao projeto solo do Di Ferrero (NX Zero). Pois é, eis o ponto fraco da música.
De todo modo, isso não diminui drasticamente a qualidade de Favela Sincera. A música é intensa e me faz abrir o olho sobre o que pode estar por vir de Dieguito Reis. Nitidamente, pode-se observar que o leque musical do artista vai bem além dos formatos melhores explorados por bandas (leia-se: grupos com a clássica formação entre guitarra, baixo bateria e quissá um tecladinho).
Desavisados de Plantão
Não, o single novo do Dieguito não deve representar a sua saída da Vivendo do Ócio. Digo isso, claro, levando em consideração a música recém lançada pela banda: Expurgo.