Em meio a toda a aura de Copa do Mundo, que convenhamos, é absurdamente inevitável, me vi avesso às músicas brasileiras nos últimos dias. Bem, talvez “avesso” não seja o adjetivo ideal, mas enfim… O resumo é que passei algumas várias e várias horas vidrado, aficionado e maravilhado por algumas coisas latinas – especialmente, pelo disco Hasta La Raiz (2015), da mexicana Natalia Lafourcade.
No entanto, entre um intervalo musical e outro, que ocorriam aos arredores desse novo deslumbre, um nome curioso me chamou a atenção: Ventilador de Teto. Vulgo uma banda carioca que acabara de lançar o seu Debute – sim, esse é o nome do disco, literalmente.
Viabilizado via financiamento coletivo, e lançado pela Valente Records, o álbum conta com dez faixas. O destaque fica para o single Karina, de longe a faixa mais pop do trabalho. O refrão é um tanto grudento, enquanto a melodia é levada por um riff sútil encoberto por um violão e outras doses instrumentais.
O sotaque do vocalista e os timbres de reverb/delay que pairam em toda a obra são uma beleza a parte no álbum que aparentemente aborda uma série de vivências cotidianas. A faixa mais deprimida, por assim dizer, também e a mais interessante do Debute. Dama Triste dos Bairros Baixos segue todo o itinerário citado acima, porém corta peito com uma faca de cozinha. O backing vocal é bem bonito, inclusive.
O ponto baixo do álbum fica para Carmen, que apesar de lembrar a boa canção Karina, se faz irritante em dado momento.
Por fim, vejo a VDT – modo como a Ventilador de Teto frequentemente abrevia seu nome – como uma daquelas bandas que merece atenção. Se você gosta de Elimadorzinho ou El Toro Fuerte, o amor pelo grupo é mais do que certo.
Assista o videoclipe de Nu: