Válvula de Escape #44 – Brazucas no Lolla 2019

Válvula de Escape #44 – Brazucas no Lolla 2019

PABLO MELLO

Quando um grande festival é anunciado, é comum que os nossos olhos apenas observem os headliners e grandes nomes do lineup. Faz parte. Provavelmente, isso também aconteceu com você ao receber o anúncio das atrações que tocarão na próxima edição do Lollapaloza Brasil.

Arctic Monkeys, Kendrick Lamar, Twenty One Pilots, Post Malone, Sam Smith, Troye Silvan, enfim. Ok, é realmente difícil imaginar os holofotes se quer remotamente voltados para os brasileiros.

O que pode mudar isso, mesmo que de modo raso – e não tão aplaudido assim – é a adição dos Tribalistas como um dos headliners do evento. Acho que a organização finalmente entendeu que brazuca não tem medo da lua. Isso é positivo por um lado, mas não é exatamente o que iremos abordar hoje.

O ponto é: que tal conhecer melhor algumas das bandas nacionais que participarão do Lolla 2019?

Nesta edição teremos artistas e grupos mais conhecidos como são os casos de Gabriel O Pensador, Rashid, BK, Liniker e os Caramelows, Scalene, Carne Doce e Autoramas.

No entanto, também poderemos assistir apresentações de nomes dados como apostas da cena indie brasileira. Na oportunidade, Luiza Lian, Molho Negro, Duda Beat, E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante e Catavento são os nomes da vez.

Luiza Lian

Pop com pitadas de experimentalismo e rock. Essa é Luiza Lian, uma cantora que mistura a religiosidade e a vida urbana. Com três álbuns lançados até aqui, sendo o último destes intitulado Azul Moderno e lançado  no último mês de setembro, a cantora se impõe como uma alternativa para quem gosta de nomes como Letrux ou Ava Rocha.  Com personalidade de sobra, Luiza conta com músicas dançantes, indies e até mesmo melancólicas em seu repertório. Tais como Sou Yabá, Oya Pomba Gira do Luar .

Duda Beat

Natural de Recife, Pernambuco, a cantora Duda Beat nomina sua sonoridade como “DUB Night Apaixonado”. Ela tem apenas um disco lançado até aqui. Trata-se do Sinto Muito (2018).  O trabalho me fez rasamente recordar da Mahmundi – que é ótimo.  A cantora dialoga facilmente com o público ao utilizar letras mais simples, entre batidas agradáveis e cintilantes (mas por vezes densas). É o caso de faixas como Bédi Beat e Bixinho, por exemplo.

E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante 

Apesar de poucos conhecidos pela grande massa,  o grupo E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante é o único que pode afirmar desde já, e com toda a certeza, que fará história no Lollapaloza 2019. É que eles serão a primeira banda instrumental a se apresentar na edição brasileira do festival.  Formado por Lucas Theodoro, Luden Viana, Luccas Villela e Rafael Jonke, o quarteto aposta em melodias de post-rock, com guitarras intensas e riffs marcantes. As repetições e as seguidas crescentes harmônicas são o que fazem da banda interessante.

Catavento 

O Cavento é uma banda de Caxias do Sul (RS) que passeia entre o psicodelismo e o jazz, sempre fazendo bom uso do groove entre suas melodias.  Em suas letras, o grupo busca abordar o cotidiano e suas costumeiras transgressões. Um ponto interessante é que a Catavento conta com sete integrantes, sendo eles Leo Rech (guitarra/vocal), Leo Lucena (guitarra/baixo/vocal), Du Panozzo (baixo/guitarra/vocal), Johnny Boaventura (teclas/vocal), Lucas Bustince (bateria/percussão), Francisco Maffei (efeitos/teclas/guitarra/vocal) e Jonas Bustince (percussão/efeitos/bateria).

Pança Úmida é uma música que exibe bem o que é a essência da banda, unindo todos os elementos citados acima

Molho Negro

Noisy, atitude e sarcasmo. É assim que o norte do país será representado no próximo Lollapaloza. Proveniente de Belém do Pará, o trio Molho Negro traz ótimos  e empolgantes riffs. A voz rasgada de João Lemos, é uma beleza à parte. A banda é, definitivamente, o nome brazuca mais roqueiro do line up, aliás. Perfeito para fãs do Black Keys “das antigas” e afins.

O Lollapalooza ocorre entre os dias 05 e 07 de Abril em São Paulo. Os ingressos já estão à venda no pelo portal do festival.