O Válvula de Escape de hoje aborda um duo que tem muito a crescer neste ano. O nome é meio esquisito, é verdade. Mas quem disse que isso é um ponto negativo? Os S.E.T.I. são de Campinas (SP) e acabaram de lançar o primeiro disco cheio, Supersimetria.
Masterizado por Luiz Café, produtor conhecido por trabalhar com nomes como Emicida, Rashid e Rodrigo Ogi, o disco aborda as diferentes conexões nas relações humanas.
O álbum inicia entre ‘batuques’ e sintetizadores, com Desencanto. A voz de Roberta Artiolli é doce e me recorda à sutileza da paulista Yma. Já a faixa seguinte, Popfobia, é uma espécie de misto entre Depeche Mode e Nine Inch Nails, em termos de melodia.
O destaque fica para as faixas Alma e Um Não-Viver. Ambas dialogam no viés experimental do pop, o que é ousado e interessante. O álbum ainda conta com as faixas O Ilusionista, 99 Dias, O Quarto e Fúteis Imorais, além das canções Supersimetria Parte 1 e Supersimetria Parte 2.
Responsável por programar beats e tocar baixo e guitarra, Bruno Romani explica que o nome do grupo foi tirado da sigla em inglês para Search for Extraterrestrial Intelligence, que significa Busca por Inteligência Extraterrestre. Para ele, a sigla “representa bem o nosso interesse por aparatos tecnológicos e a busca por um tipo de som moderno”.
Já Roberta entende que os temas existenciais dividem espaço com questões sociais, como repressão, machismo, violência e consumismo no disco. Segundo ela, “era hora de discutir coisas que nos incomodam bastante”.
Bem, o que posso afirmar é que este é um grupo pelo qual devemos prestar atenção em 2018. Entre os independentes, com certeza deve obter destaque nas listas de fim de ano.