Pânico em SP, do Inocentes, ganha versão comemorativa de 35 anos

O ano era 1986 e o álbum era um desses que viraria clássico de uma era: Pânico em SP. E é por essa importância que o Inocentes, comemorando os 35 anos desse marco tão especial, lançou a edição comemorativa na sexta-feira (13). Aliás, a data também celebra os 40 anos de carreira da banda. Presentes no álbum, sucessos com Rotina, Não Acordem a Cidade e Ele Disse Não chegaram a tocar bem nas rádios especializadas. Ademais, o disco foi ganhando status de cult, até ser eleito pela Rolling Stone brasileira como o 6º maior disco da história do punk nacional. Aos 35 anos, o álbum é considerado um clássico do rock brasileiro dos anos 1980. Na edição especial, junto às faixas originais estão duas faixas bônus, a versão ao vivo de Rotina e de Expresso Oriente. Com uma formação que conta desde 1995 com Anselmo Monstro no baixo, Nonô (Luis Singnoreti) na bateria, Ronaldo Passos na guitarra e Clemente na voz e guitarra – a mais longeva e clássica desde então – a banda inaugurou sua história com o marcante disco Ruas. Clemente, na época baixista, iniciou a carreira em 1978 na lendária banda Restos de Nada. Posteriormente, passou pelos Condutores de Cadáver, da qual também saíram os outros membros fundadores do Inocentes. Contudo, logo se tornou um dos pilares do punk por seus shows incendiários e pela postura cheia de atitude. Participação em coletâneas Ao lado de Cólera e Olho Seco, participaram da coletânea Grito Suburbano, em 1982, primeiro registro sonoro do punk brasileiro. Logo depois, no mesmo ano, do festival O Começo do Fim do Mundo, no Sesc Pompéia, resultando em uma coletânea gravada ao vivo. Em 1983, lançaram o compacto Miséria e Fome, que deveria ter sido o primeiro disco do grupo. No entanto, todas as 13 faixas foram censuradas pela ditadura militar. Mesmo assim, o reconhecimento veio rápido: Jello Biafra (Dead Kennedys) incluiu Miséria e Fome na lista dos 10 melhores lançamentos do ano no Maximum Rock’n’Roll. Ademais, Grito Suburbano foi lançado na Alemanha pelo selo Vinil Boogie com o nome de Volks Grito. A banda foi incluída ainda em outra compilação alemã – Life is a Joke, do selo Weird System. Apesar do sucesso, com o acirramento das brigas de gangues entre 1983 e 1984, o Inocentes afastou-se do movimento e se aproximou da cena do rock paulista. O nascimento de Pânico em SP Nessa época, o titã Branco Mello defendeu a contratação de uma das bandas originais do punk da periferia paulistana, então já passado pelo hardcore e num cenário beco-sem-saída de desinformação e violência do circuito de shows punk, que levou inclusive Clemente Tadeu a encerrar e recriar o grupo em 1984, mais alinhado ao pós-punk, ao pub rock e ao punk 77, junto aos irmãos Tonhão (bateria) e André Parlato (baixo) e a Ronaldo Passos (guitarra). O time juntou suas poucas economias e gravou uma demo-tape ouvida pelo então presidente da Warner, André Midani, que resultou na assinatura de um contrato para três obras. Clemente, conforme conta o jornalista Ricardo Alexandre no encarte do disco, “fez uma única exigência: que a Warner pagasse as horas de estúdio que a banda havia usado na gravação da demo-tape. A gravadora topou, agendou o estúdio para março de 1986 e propôs experimentar com o grupo um novo formato de disco: um EP de seis músicas, chamado na época de Mini-LP.” O repertório era dividido entre material recente, pós-punk, do grupo, como Rotina, Ele Disse Não e Expresso Oriente, e canções mais antigas, dos tempos dos shows de hardcore do início da década como Salvem El Salvador, parte do repertório da banda no lendário festival O Começo do Fim do Mundo, e Pânico em SP, que já haviam gravado na coletânea Grito Suburbano, ambos de 1982. Havia ainda Não acordem a cidade, uma das primeiras composições de Clemente, de 1979. Gravação de Pânico em SP Pânico em SP foi gravado durante 70 horas de março de 1986 nos lendários estúdios Mosh, em São Paulo, tendo o jovem de 24 anos Branco Mello como produtor estreante, Pena Schmidt como co-produtor e “tutor” e o não-creditado Liminha que, então diretor artístico da gravadora, de passagem por São Paulo aproveitou para timbrar, microfonar e registrar a bateria e o baixo, sobre os quais todo o resto foi construído. Com essa sonoridade mais próxima ao pós-punk, a banda se consolidou como o primeiro conjunto do punk paulista contratado por uma grande gravadora. Com a saída da Warner no início dos anos 90, a banda passou por um período conturbado, com várias mudanças de formação e sonoridade. No entanto, sempre produzindo e lançando discos, até retomar a trilha do sucesso com seus integrantes atuais. O Inocentes já lançou 14 álbuns, um DVD e participou de quatro coletâneas, no Brasil e na Alemanha. Tocou em festivais como Abril Pro Rock, Porão do Rock, Close-Up Planet e Rebellion, o maior de punk do mundo, em Blackpool, na Inglaterra. Por fim, abriu shows de nomes como Ramones, Sex Pistols, Bad Religion e Pennywise, entre outros.
Julia Mestre e daBossa mergulham no Rio dos anos 1960; ouça Sentimento Blues

Chegou às plataformas digitais, na sexta-feira (13), a canção Sentimento Blues, do duo carioca daBossa, composto por Jean Charnaux nos violões e Danilo Cutrim -também conhecido por integrar as bandas Braza e Forfun – no vocal. A novidade chega ao público com a parceria brilhante da cantora Julia Mestre, que, ao lado do duo, também assina como compositora da canção. Em resumo, Danilo falou sobre como foi a experiência em compor com a Julia Mestre. “Eu e o Jean conhecemos a Julia em pequenos encontros musicais durante a pandemia, e ela mesma sugeriu que compuséssemos algo juntos. Pedi que começássemos do zero, sem nenhuma melodia ou letra já feita antes. Desde o início insistimos em um suingue de bossa, mas saiu com a harmonia e o lamento do blues. O resultado todos poderão conferir e, esperamos que gostem como nós gostamos – e nos divertimos – ao cria-la”. Para completar o lançamento, o single ganhou um clipe produzido por Caio Lamin, os artistas se produziram e viajaram no tempo para um Copacabana Palace nos anos 1960, com direito a golas rolês, muito laquê e cinturas marcadas. “A música nos levou para os anos 1960 e até agora não conseguimos voltar. A vida vale por esses encontros, que não se preveem e nem se marcam, mas simplesmente são para acontecer – como foi o caso do nosso encontro com a Julia!”, concordaram Danilo e Jean. Aliás, quem também participou desta festa foi Dedé Teicher, que deu o ar da graça e um show na bateria. “Tivemos nomes maravilhosos envolvidos neste projeto! Julia, Dedé, Mafram Maracanã nas percussões, Jorge Helder nos baixos… Obrigado a todos!”.
Com videoclipe “brutalmente feminino”, Jade Baraldo lança Não Ama Nada

Quais são os limites entre uma vilã e uma anti-heroína? Para a cantora e compositora catarinense Jade Baraldo, a resposta está no ditado que diz que “a diferença entre o remédio e o veneno está na dose”. Independente do rótulo, há algo em comum entre personagens que andam por esses caminhos: todas são donas da própria narrativa. Esse ponto em comum é o que costura a letra e o videoclipe de Não Ama Nada, single da artista que chega pela Warner Music. No registro audiovisual, a peculiaridade sonora de Jade se junta a elementos como união feminina e inversão de papéis ainda associados a gênero para repelir a objetificação das mulheres. “Essa música marca uma nova era, a da Jade ex-trouxa”, brinca a cantora e compositora, que vê em Não Ama Nada uma mensagem “para todos os filhos da mãe” que já passaram em sua vida. “O sentimento é o de olhar para as pessoas que querem te usar, como se fosse uma boneca – seja profissional ou pessoalmente, e dizer ‘eu não preciso de você, você é só mais um e que venham os próximos’”, explica. Em um paralelo entre o mundo real e um submundo apresentado pela artista, o registro audiovisual constrói uma narrativa potente, reforçada pela sonoridade da faixa, que traz uma batida mais agressiva, resultado do encontro entre as ideias de Jade (que foi inspirada por músicas como A Palé, da espanhola Rosalía, e MY POWER, lançada por Beyoncé) e as do produtor Lucs Romero. “Eu procurei um beat agressivo e passei essa referência pro Lucs, eu precisava disso pra colocar todo esse sentimento pra fora. E, no final, a música virou esse misto de situações em que tem um lobo em pele de cordeiro e a sonoridade reflete bem isso”, diz a artista sobre a parceria com o produtor, conhecido por trabalhos com Chameleo, Pabllo Vittar e Tuyo. Não Ama Nada mostra por quais caminhos Jade Baraldo vai percorrer nessa nova era e a posiciona como um nome no pop que não pretende seguir regras ou moldes pré-estabelecidos – seja pelo mercado ou pela sociedade. Não à toa, ela vem com um olhar que pode ser visto como rebelde, mas a artista prefere defini-lo como livre, pessoal e intenso. “Gosto de trabalhar as vísceras nas minhas músicas”, explica. E este é apenas o primeiro passo dessa nova fase. Cantora e compositora catarinense, Jade Baraldo começou a sua carreira cativando os ouvidos de pessoas que passeavam pelas praças de Brusque, cidade onde nasceu. Aos 16 anos, a artista escreveu a primeira letra e, desde então, começou (de forma independente) a dar contornos a um pop singular que abraça influências de sonoridades que vão desde as mais alternativas, como Lana Del Rey, às batidas que permeiam a cena mainstream, como o trap. Essa versatilidade se reflete também nas parcerias que a cantora acumula, entre elas, produções ao lado de nomes como Luccas Carlos, Fresno e Davi Sabbag. Com o disco de estreia, Mais Que os Olhos Podem Ver, lançado em 2019, Jade passou por palcos expressivos, como o do Rock in Rio daquele ano. Os festivais Queremos!, no Rio de Janeiro, e MADA, no Rio Grande do Norte, também já receberam a artista. Agora, Jade prepara-se para mostrar novas facetas de sua criatividade (tanto musical quanto visual) e personalidade e dá início a uma nova era em sua trajetória – agora como parte do elenco da Warner Music Brasil.
Suricato e Filipe Soares unem forças em Insanidade

Suricato e Filipe Soares apresentaram, na sexta-feira (13), o single colaborativo Insanidade, uma composição de Filipe Soares, Bibi e Rodrigo Suricato, que traz em sua letra uma reflexão sobre o lado obscuro e cruel da condição humana. Em resumo, questionando sobre o que é normal e o que não pode jamais ser parte do cotidiano, com um posicionamento claro para que se escolha e sinalize qual lado cada um escolhe nessa jornada. Uma união de forças para causar mudanças, mas sem nunca ser insensível à dor alheia. O videoclipe oficial traz direção da Deeper Produções. Aliás, Suricato falou sobre como surgiu a ideia de Insanidade. “É a segunda vez que trabalho com o Filipe Soares. Ele é um produtor/artista que adora música pop, assim como eu, e me convidou para fazermos algo juntos no estúdio. Insanidade marca um importante momento de transição, tanto para mim quanto para o Filipe. É um Suricato com mais atitude e maturidade devido ao momento em que vivemos. Somos uma espécie resiliente. Me recuso a encarar os absurdos que vivemos nesse momento como fatos corriqueiros. As estatísticas de mortes movidas por preconceitos no Brasil são inaceitáveis. Sobrevivemos por milhares de anos às maiores atrocidades, mas também nos acostumamos com facilidade ao caos. Sinto em mim uma mudança profunda que impactará positivamente meus próximos trabalhos”. “Insanidade é um grito de socorro em meio ao caos, mas também um convite a olharmos para dentro de nós e refletirmos sobre onde podemos melhorar como seres humano e contribuirmos para uma sociedade melhor e mais justa”, completou Filipe. Filipe Soares é produtor musical e engenheiro de som. Cursou na França o Mix With The Masters, o maior curso de produção musical e engenharia de som do mundo. Em sua carreira, já trabalhou com grandes nomes da música como Anitta, Luísa Sonza, Rodrigo Suricato etc. Trabalhou em colaborações internacionais com Samantha James, SOFIA e The Norwegian Wind Esemble (Orquestra da Noruega). Neste período repleto de incertezas, cancelamento de shows e isolamento social, Suricato fez o que nenhum outro artista nacional conseguiu. Só em 2020 ele lançou um número impressionante de três discos e um single, sendo seu ano mais produtivo.
Em Londres, Yungblud celebra retomada dos shows com público

Creio que antes de falarmos sobre o Yungblud, devo exaltar que os shows estão voltando a acontecer em Londres. Aliás, isso nos dá uma grande motivação e alegria, pois aos poucos estamos conseguindo virar essa página. Bem, foi quase um ano e meio sem atividades musicais por aqui, diversos cancelamentos, alterações de datas, prejuízos, trabalhos perdidos e uma série de coisas nesse tempo. Gradativamente, as coisas estão se encaminhando para a normalidade. Porém, algumas regras são claras e básicas a serem seguidas. A principal delas é a vacina: se foi vacinado, entra no show. Caso contrário, vai ficar de fora. Bem, com quatro noites de sold out no O2 Forum Kentish Town, em Londres, ficou muito fácil de entender todo o buzz em cima do Yungblud. Dominic Richard Harrison, nome de batismo desse britânico de 24 anos, é um artista com uma abordagem muito peculiar. Ele mescla diversas referências e isso o torna muito especial. Em resumo, sua música passeia entre o rock, levadas de ska, pitadas de hip hop, tudo isso somado com um visual forte, além de um carisma único. Com uma produção impecável, fãs levados na palma da mão, além de hit atrás de hit, ficou fácil entender a popularidade e o sucesso por trás da persona Yungblud. Sinergia perfeita de Yungblud com os fãs A interação entre o artista e o público é linda, emocionante. Em diversos momentos fica nítida a felicidade de Yungblud em estar em cima do palco, com os refrões cantados a todo pulmão pela plateia inúmeras vezes. Aliás, os músicos esboçavam sorrisos e olhares felizes entre eles. Com uma fanbase jovem, o discurso é super forte por parte do frontman. Temas como racismo e sexismo são abordados nos intervalos das músicas. Contudo, todos os elementos do show promovem uma linda estética, deixando diversas atmosferas diferentes em um único espaço. Como já falado anteriormente, os hits estavam lá: I Love You, Will You Marry Me, Anarchist, Weird!, além também da inclusão de um single novo, Fleabag. Por fim, um releitura de I Think I’m Okay, de Machine Gun Kelly. Enfim, um grande show de um artista de uma expressão artística enorme, uma cara nova em um período onde é necessário a reciclagem.
Entrevista | Val Santos – “O heavy metal nunca saiu de mim”

Recentemente, o guitarrista e produtor Val Santos lançou o primeiro álbum solo da carreira. Conhecido pelo trabalho de anos dentro do Viper, Vodu e Volkana, ele diz que o disco 1986 foi feito especialmente para traduzir o amor pelo heavy metal. Claro, de maneira muito pessoal e com parcerias especiais. O projeto é mais do que uma homenagem para a década que firmou os maiores artistas do gênero. Metallica, Megadeth e Iron Maiden foram inspirações para as letras e melodias datadas. Uma verdadeira viagem no tempo para os apaixonados que vivenciaram esse período de revolução musical, mas um meio também de conquistar os mais jovens que acabaram de entrar neste universo. Projeto antigo Todo o processo de criação começou há nove anos, quando o músico baiano passou a compor músicas de heavy metal e decidiu guardar em seu portfólio de canções. O guitarrista é o principal compositor da banda de rock alternativo Toyshop, mas confessa que sentia falta do estilo histórico que o conquistou ainda na adolescência. “Crio para minha banda também que é mais pop punk e pop rock. Mas o heavy metal nunca saiu de mim, foi onde comecei. De lá para cá fiquei compondo e guardando. Foi em 2015 então que pensei em fazer um disco com essas músicas. Fui separando as que achava mais legais e notei uma cara dos anos 1980. Aí veio a ideia de fazer uma homenagem, já que foi onde comecei”. Neste longo processo de composição, 20 músicas foram concebidas, mas ao final apenas dez foram para o disco. Três delas, releituras de criações antigas do disco All My Life, do Viper, lançado em 2007. Cross the Line, Miracle e Dreamer foram repaginadas e regravadas, ganhando acordes ainda mais trabalhados. O álbum ainda conta com o cover Allied Forces da banda canadense Triumph, que fez parte da juventude do músico. Homenagem aos anos 1980 Por curiosidade, a ideia do nome do disco foi uma sugestão do amigo de longa data Felipe Machado, guitarrista e fundador da Viper, onde Val começou como baterista na década de 1980. E não era para menos, 1986 foi um ano icônico para a música e também para a carreira de Val. Discos como Master of Puppets, do Metallica, Reign in Blood, do Slayer, Somewhere in Time, do Iron Maiden, e Peace Sells… but Who’s Buying, do Megadeth, foram lançados neste ano. Além disso, foi a data em que Cliff Burton, baixista do Metallica, faleceu em um acidente durante uma turnê da banda na Europa, fato que marcou a adolescência de Val. 365 dias de altos e baixos para o heavy metal, mas a principal lembrança para o músico foi o ponta pé com a primeira música composta por ele, cheia de significados e finalizando o álbum de maneira épica. “Eu tinha 16 anos na época, quando compus a Warriors of Metals, canção que fecha esse disco. É claro que eu dei uma repaginada, me baseando em uma música do Helloween, Walls of Jericho. Se você pegar ela tem certa semelhança. Com tanta coisa, tinha tudo a ver colocar 1986 no nome do disco. O Felipe sacou muito bem essa ideia”, comenta. Álbum dos sonhos de Val Santos Apesar de o disco ser todo inspirado na década do heavy metal e em um ano tão especial quanto 1986, o álbum ainda conta com um estilo diferenciado, mesclando trash metal e hard rock também. Por isso, o guitarrista tomou cuidado ao escolher quem participaria. Cada música pedia uma atmosfera diferente e assim, colaborações distintas de quem conhece cada melodia. No single de abertura Fire, Val convidou Yohan Kisser para o segundo solo da faixa. Inspirada no som pesado de Battery, do Metallica, o guitarrista da banda Sioux 66 não poderia ter ficado de fora e entregou um resultado excepcional junto do músico Alexandre Grunheidt, da Ancestral, aprimorando a agressividade do vocal. Felipe Machado também não deixaria de participar, já que tem uma amizade forte com o guitarrista desde 1984, em uma longa trajetória musical compartilhada. Ele aparece em Dead Words, uma das músicas mais pesadas do projeto, ao lado de Leandro Caçoilo, vocalista do Viper. E um convite especial que não chegou a ser realizado foi à parceria com André Matos, amigo de infância de Val. O músico participaria da música Miracle, mas faleceu em 2019 devido a um infarto agudo do miocárdio. Como homenagem, o guitarrista chamou Bruno Sutter, vocalista da banda Massacration, que era um grande fã de André. Convidados especiais Nomes como Fabiano Carelli, guitarrista da Capital Inicial, e Marcos Kleine, do Ultraje a Rigor, estão no disco. Além disso, Rob Gutierrez, do Hollowmind, Pompeu, da Korzus, o guitarrista Thiago Oliveira, o vocalista Brunno Mariante, Marcos Naza, da Skyscraper, o baterista da Vodu, Sérgio Facci, o músico e produtor de Santos, Rodrigo Alves, o baixista Rodrigo Ferrari e vocalista Mauro Coelho, também deixaram uma marca registrada no projeto, contribuindo para o resultado final tão esperado por Val. “Por causa deles esse disco ficou muito bom. Cada um ia me mandando suas partes pela internet e eu ficava ‘cara, olha esse solo’ ou ‘olha como esse cara cantou’, então as músicas iam ganhando mais vida com a participação de cada um. Fiquei feliz da vida. Foi o disco dos sonhos para mim”, revela o músico. Paixão por filmes e universo geek Tanta emoção na produção, criação e concepção do álbum de uma vida, que Val não deixaria de colocar a mão na massa até nos mínimos detalhes. Das composições aos convites, o músico revela que teve o prazer de idealizar tudo, dentro e fora do disco. E o principal, inspirado por um filme de 1983. Novamente, a década que o marcou. “A capa foi feita por mim. Sabe Scarface? Tem o DVD assim. Preto, branco e com o vermelho representando sangue. Fiz me baseando nisso. O mais engraçado é que eu tenho amigos que são fotógrafos que fazem trabalhos excelentes e me criticaram por não estar tão boa. Eu sei disso, mas a intenção é que
Markão II afirma que Realidade Cruel lançará álbum “frenético”

Com previsão de lançamento para o começo de novembro, o novo álbum do Realidade Cruel terá entre 16 e 18 faixas e contará com os versos do mais novo membro do grupo, Markão II, que também é integrante de outro clássica grupo de rap, o aclamado DMN. Markão garante que A História Continua será um álbum frenético, já que todos os participantes do grupo seguem com muita sina e uma vontade enorme de produzir música como nunca tiveram antes. “Vem sendo muito gratificante fazer parte deste projeto, e como sempre fui muito ativo na música, estou conseguindo dar vazão para essa minha energia musical ao lado do DJ bola 8, do TM e da Tuca Lellis que são as almas do Realidade Cruel”, falou Markão. Clipes novos e convite Para aliviar a ansiedade dos fãs, o Realidade Cruel já revelou quatro singles que estarão presentes neste álbum através do lançamento de videoclipes. As quatro tracks apresentadas foram Produto Descartável, Filhos do Feminicídio, 4ª Divisão e Como Funciona. De acordo com Markão II, o clipe de A História Continua está em processo de edição e deverá ser revelado para todos antes do lançamento dos CDs físicos. A confecção do projeto está em andamento há cerca de um ano e com a chegada de Markão às atividades começaram a fluir com mais rapidez. “O Realidade Cruel abriu as portas para mim no momento certo já que o Elly (DMN) está produzindo vários artistas e o DJ Slick está com a hamburgueria dele. Sempre precisei estar envolvido diretamente com o rap. Então, este convite surgiu no momento perfeito e inesperado, em churrasco na casa do DJ Bola 8. Está sendo fantástico”, concluiu Markão. Carreira solo de Markão II Não satisfeito em fazer parte de dois dos principais grupos de rap do Brasil, Markão II ainda arruma tempo para se dedicar à carreira solo dele, além de alguns projetos sociais que possuem o viés de combate ao racismo e a igualdade racial. Com o propósito de fomentar a carreira solo, o rapper anunciou com exclusividade a nossa reportagem que irá lançar uma canção com um amigo e antigo membro do DMN, Xis. Segundo Markão, o canção já está masterizada e as gravações do conteúdo audiovisual também. “Aguardem que deve estar no ar, provavelmente, no mês de setembro ou começo de outubro essa track com participação do meu parceiro Xis. Antes de lançar o meu primeiro álbum solo, Prosperidade & Seguimento, já havia disponibilizado algumas outras músicas, sempre testando a minha capacidade e experiência de produzir, mixar e masterizar”, explicou o rapper.