Entrevista | The Sheepdogs – “É mais satisfatório passar por coisas ruins com bons amigos”

Com 20 anos de estrada, a banda canadense The Sheepdogs continua a conquistar corações com seu rock genuíno e suas melodias marcantes. Em entrevista exclusiva ao Blog n’ Roll, a banda abriu o coração para falar sobre seu mais recente EP, Hell Together, que traz uma reflexão profunda sobre os desafios e as vitórias de estar junto em momentos difíceis, uma verdadeira irmandade musical.  O conceito do álbum, que questiona a ideia de estar “no inferno juntos” em vez de “no céu sozinho”, reflete não só a trajetória da banda, mas também as complexidades da vida na estrada e a conexão entre os integrantes. Hell Together surgiu como uma inversão do EP anterior, Paradise Alone, e é uma metáfora da realidade de estar em uma banda por tanto tempo. Ao longo dos anos, a banda passou por sucessos, fracassos e dificuldades, mas o que realmente se destaca é a força que surge da união e da superação em grupo.  Para eles, os momentos difíceis são mais gratificantes quando enfrentados ao lado de bons amigos, e a sensação de irmandade é um dos pilares que sustentam a The Sheepdogs desde o início. Confira a entrevista abaixo com o vocalista e guitarrista, Ewan Currie, e o baixista do The Sheepdogs, Ryan Gullen. Hell Together aborda a ideia de estar juntos no inferno ao invés de sozinhos no céu. Como vocês criaram esse tema? Ele reflete de alguma forma a dinâmica da banda ao longo da carreira?  É a inversão de outro EP nosso chamado Paradise Alone (2024). Mas realmente se relacionou com a história da nossa banda porque estar em uma banda, especialmente por 20 anos, você certamente teve alguns sucessos, mas provavelmente há muito mais fracassos e tempos difíceis. E há uma força tremenda que você obtém ao passar por essas coisas com seus companheiros de banda, seus amigos e irmãos. Então estava meio que refletindo sobre isso. É uma coisa e tanto que fizemos isso por 20 anos. Quando você pensa nos Beatles, por exemplo, foi uma banda por apenas nove anos. Então foi realmente uma reflexão não apenas sobre a banda, mas também sobre a vida e como estive em lugares lindos e incríveis sozinho. E às vezes é realmente mais gratificante ou mais satisfatório passar por coisas ruins com boas pessoas e bons amigos. Quais são as inspirações e desafios sonoros no desenvolvimento desse EP do Sheepdogs?  Estou sempre tentando soar mais como Creedence Clearwater Revival, Leon Russell, J.J. Cale, música americana do sul, apenas boas bandas de guitarra. Estávamos ouvindo, na época da gravação, um monte de country dos anos 1980 e 1990, e não diria que o som disso exatamente apareceu, mas gosto de como essa música é dançante. Nós crescemos em Saskatchewan, no Canadá, que é meio que uma região de fazendas no meio do nada, e as pessoas colocavam essas músicas country em bailes e casamentos e coisas assim, e isso simplesmente faz as pessoas dançarem. E isso é algo que realmente sinto falta como um cara do rock and roll. Não quero que as pessoas fiquem sentadas e assistam levantando o pulso e fazendo sinais, quero que elas dancem. Acho que nós sempre meio que dizemos que tentamos fazer uma música rock que faça você se sentir bem. Muitos dos elementos que nós temos nessas músicas são meio que edificantes no sentido de que nós gostamos de tocar música para fazer as pessoas se sentirem bem, fazer as pessoas dançarem. Acho que é algo que nós estamos conscientes. Não temos medo de explorar assuntos que talvez não façam você se sentir bem ou sejam sobre não se sentir bem, mas acho que muito da música que nós fazemos, nós tentamos fazer com que seja edificante, e então muita da inspiração vem dessa música que nós achamos que nos eleva também. Trabalhar novamente com o produtor Thomas Darcy, com quem você já colaborou, parece ter sido um ponto forte neste EP do Sheepdogs. O que você acha que foi mais especial? Nós temos um ótimo relacionamento, e fizemos vários álbuns do Sheepdogs e projetos paralelos, então isso economiza tempo. Você não precisa explicar o que quer algumas vezes, e ultimamente temos realmente feito um ótimo trabalho tentando fazer algumas coisas novas. Como fomos para Memphis, no início deste ano (2024), então estávamos tentando algumas coisas diferentes. Tom estava aberto para nós tentarmos alguns sons diferentes, fossem técnicas diferentes de microfonação de bateria, apenas sons de baixo diferentes, ou mesmo ter uma música mais focada no teclado. É muito fácil trabalhar com o Tom, porque ele também é muito rápido. Não gastamos muito tempo mexendo com equipamentos e montando as coisas, podemos realmente pegar um ritmo, e acho que isso é algo que realmente fizemos em tudo que fizemos este ano, trabalhamos muito rápido, e isso realmente evita que você pense demais. Lançar música de forma independente impactou a maneira como você compõe e grava?  Não sei se é o fato de que a coisa independente mudou a maneira como fazemos as coisas. Acho que afetou mais a maneira como lançamos as coisas, e vou deixar Ryan falar sobre isso, você pode falar mais sobre isso. Ryan Gullen: Claro. Acho que o objetivo deste ano era tentar apenas gravar e colocar música o máximo que pudéssemos. Sabe, esse era o propósito, não era apenas aproveitar esses momentos em que íamos gravar e depois lançá-los, em vez de tentar juntar um monte de coisas diferentes em momentos diferentes, porque também estávamos muito ocupados com a estrada também. Não acho que isso necessariamente mudou a maneira como fizemos as coisas no estúdio, mas tem sido legal. Muito sobre lançar música acaba sendo você gravar algo e esperar muito tempo para lançar. E tentamos não fazer isso dessa vez, porque meio que vimos o valor nas pessoas que consomem sua música ou querem ouvir sua música. É um mundo em que há todo esse conteúdo diferente e todo mundo está meio que competindo por sua atenção, você

Com integrantes do Skank e Jammil, Trilho Elétrico aposta em mix de gêneros; leia entrevista

Depois de décadas como baixista do Skank, Lelo Zaneti resolveu embarcar em um novo desafio musical com a banda Trilho Elétrico. O grupo, que mistura influências de MPB, rock, reggae e pop, reúne músicos experientes de diferentes vertentes, como integrantes do Jammil e da cena do reggae baiano. Em entrevista ao Blog n’ Roll, Lelo falou sobre a formação da banda, a sonoridade e os planos para o futuro. Formada pelos mineiros Lelo e Rodrigo Borges (herdeiro e atual representante do Clube da Esquina) e os baianos Manno Góes (Jammil e Uma Noites) e Lutte (ex-vocalista da Mosiah), a banda Trilho Elétrico tem como objetivo criar um som que transite em diferente gêneros. Até o momento já lançou um álbum (homônimo, de 2023) e alguns singles. “Acho que tem algumas pontas que se conectam. Por exemplo, quando ensaiamos músicas do Jammil para um show, percebi que a condução do baixo poderia remeter a algo meio Paralamas do Sucesso. Esse ensaio nos levou a resultados muito interessantes, onde você se pergunta: ‘Isso é Jammil, Paralamas ou Skank?’. São linguagens que acabam se aproximando naturalmente”, explicou o baixista. A forte conexão da banda com a cena musical da Bahia também é um diferencial. Segundo Lelo, o Skank já participou de muitos eventos de axé e sempre teve afinidade com o ritmo. Além disso, o Trilho Elétrico tem integrantes que vêm do reggae baiano, como Lutte, da Mosiah, um fenômeno local. “A Bahia é um celeiro musical muito poderoso. Lá, a gente vê o brilho nos olhos das crianças quando elas enxergam algo relacionado à música. Tocamos no Carnaval de rua e nas praças do Pelourinho, onde há uma circulação forte de estrangeiros e do público jovem. Então, houve toda uma pesquisa e experimentação para chegarmos na identidade do Trilho Elétrico.” “Plot Twist” e a nova fase da Trilho Elétrico O primeiro single do Trilho Elétrico em 2025, Plot Twist, já começou a ganhar destaque, entrando em playlists editoriais do Spotify. A canção traz uma mescla de pop, reggae e MPB, refletindo a diversidade sonora do grupo. “O arranjo da música foi feito com muito cuidado. Gravamos no estúdio do Chico Neves, que trabalhou com Paralamas, Skank e até Peter Gabriel. Ele conseguiu tirar um som incrível. No final, percebemos que Plot Twist nasceu de forma muito natural, parecia que já estava dentro de nós”, contou Lelo. A estratégia da banda para os próximos lançamentos segue uma tendência do mercado digital: em vez de lançar um álbum completo de uma vez, o grupo pretende soltar singles ao longo do ano. “A leitura do digital hoje é essa: lançar quatro ou cinco singles por ano. Isso mantém o público sempre com novidades e favorece o engajamento nas plataformas. Nos anos 60, os Beatles impulsionaram o formato de singles. Depois, o Led Zeppelin veio e resgatou a força dos álbuns. Agora, voltamos a uma era onde os singles dominam de novo. A música precisa se adaptar ao tempo”, refletiu. Com uma forte presença em festivais e no circuito independente, o Trilho Elétrico quer expandir ainda mais seu alcance. Segundo Lelo, um dos objetivos é entrar em circuitos como o do Sesc, que oferece estrutura e visibilidade para artistas de diversos gêneros. “A gente tem que entrar em circuitos que mostram o trabalho para um outro público. O Sesc, por exemplo, é um espaço que permite um amadurecimento do som. O Emicida fez isso muito bem. É um projeto de longo prazo, mas estamos no caminho certo”, afirmou. Enquanto isso, o Trilho Elétrico já está de olho nos próximos lançamentos e até em colaborações especiais. “Estamos prospectando convidados para o próximo single e a ideia é seguir nessa linha do Plot Twist, algo que o brasileiro tem na veia. O primeiro disco teve um som mais aberto, com participações de Daniela Mercury, Tony Garrido e Luiz Caldas. Agora, queremos consolidar essa identidade pop rock e seguir lançando novas faixas ao longo do ano.”

Arnaldo Antunes anuncia álbum Novo Mundo

Novo Mundo é o novo álbum de inéditas de Arnaldo Antunes, que será lançado nas plataformas digitais no dia 20 de março, pelo selo RISCO. No repertório de 12 canções inéditas e recentes, fazem parte composições só de Arnaldo e parcerias com David Byrne, Marisa Monte, Erasmo Carlos e Marcia Xavier. A capa é uma fotografia de Leo Aversa, com direção artística de Batman Zavareze. Arnaldo Antunes também divulgou o tracklist do álbum. Confira a relação completa das músicas abaixo. Tracklist 01_Novo Mundo (Arnaldo Antunes/Participação: Vandal / Citação: MUNDANOH/ Vandal) 02_O Amor É A Droga Mais Forte (Arnaldo Antunes) 03_Body Corpo (David Byrne e Arnaldo Antunes/ Participação: David Byrne) 04_É Primeiro De Janeiro (Arnaldo Antunes e Marcia Xavier) 05_Pra Não Falar Mal (Arnaldo Antunes/ Participação: Ana Frango Elétrico / Citação: Canto XLV do Tao-Te King, Lao Tzu) 06_Acordarei (Arnaldo Antunes) 07_Pra Brincar (Arnaldo Antunes) 08_Tire O Seu Passado Da Frente (Arnaldo Antunes) 09_Sou Só (Marisa Monte e Arnaldo Antunes/ Participação: Marisa Monte) 10_Viu, Mãe? (Arnaldo Antunes e Erasmo Carlos) 11_Não Dá Para Ficar Parado Aí Na Porta (Arnaldo Antunes e David Byrne/ Participação: David Byrne) 12_Tanta Pressa Pra Quê? (Arnaldo Antunes e Marcia Xavier)

Jovem santista Math Gomes lança single Muito Novo Pra Me Arrepender

O santista Mah Gomes lançou o quarto single da carreira, Muito Novo Pra Me Arrepender, um som autoral que muito lembra as duas principais bandas do movimento emo brasileiro, a NX Zero e a Fresno. O som, no entanto, também traz influências de pós-punk/garage rock The Strokes e do Arctic Monkeys. “Posso considerar que o single é uma mescla de indie rock e pop alternativo. Quanto à mensagem, é um hino sobre juventude, incertezas e o desejo de viver intensamente. Traduz o dilema entre aproveitar o momento e lidar com as consequências A música captura a energia de quem prefere acumular histórias a se arrepender do que não fez, ressoando especialmente com o público jovem e alternativo”, contou o artista. O cantor, compositor e instrumentista de apenas 22 anos se apresenta com banda de covers desde que assumiu a maioridade. E foi justamente a correria de um músico atuante o ponto de partida da composição, como ele explica a seguir. “A ideia da letra surgiu após ter que acordar cedo pra ir até outra cidade fazer um show, daí veio a primeira frase: ‘Por cada noite mal dormida, uma noite bem vivida’. Continuei escrevendo, mas fiquei em dúvida quando cheguei no refrão. Então, decidi que nele deveria haver o alívio de tudo aquilo que eu estava pensando e escrevendo, ‘Tentar viver o momento, aqui não sobra tanto tempo!’. Eu sou muito novo pra me arrepender de qualquer coisa. A mensagem é essa”.