Assim como muitas bandas da cena underground, o Blue Eyed Sons construiu seu círculo de fãs através de suas apresentações ao vivo. Como bem diz a auto-descrição da banda, seus shows são “selvagens, dançantes e esmagadores”, e isso apenas se confirma com seu comportamento em estúdio.
Com forte influência dos britânicos do Led Zeppelin, os finlandeses já haviam lançado um EP em 2015, Crawl to the Shade, com uma sonoridade Zeppelinesca que beirava a clonagem musical. Agora em 2017, eles voltam com o EP Animals, mais maduro e com identidade própria. O lançamento, apesar de pequeno em estrutura – contando com apenas três faixas -, é um verdadeiro brinde do rock n’ roll setentista.
Joel Hellström, frontman da banda, tem um vocal animalesco e irreverente, com o pé blueseiro que já lhe era característico. As linhas de guitarra ficam por conta de Kimmo Erik Rauhanen, que continua o legado de adoração a Jimmy Page, e o baixo de Micke Nikkilä dá ao som um pouco de obscuridade, à lá Geezer Butler, e a energia fica por conta de Teemu Patrikainen, com suas batidas rápidas e cruas.
A onda retrô tomou diversas formas com seu avassalador andar, com bandas como a australiana Tarot, que trouxe um som fortemente inspirado pelos Uriah Heep, e os alemães do Kadavar, com um hard rock enérgico e corrosivo que lembra muito as linhas de guitarra do Rainbow.
Animals é mais um espécime desta tendência que vem tomando força na cena underground mundial (em especial norte europeia). O EP carrega consigo a pesada influência sonora de grandes bandas como Black Sabbath e Led Zeppelin, e as letras de caráter oculto da femme-fatale Jinx Dawson do Coven.