A cantora carioca Dani Coimbra é um dos nomes presentes no Juntos Pela Vila Gilda, que acontece esta semana. Em resumo, a artista é uma das grandes promessas da MPB e recentemente lançou o seu primeiro álbum de estúdio: Renda-se (2020).
Ademais, Dani também é atriz e bailarina, tendo estudado dança contemporânea na UFRJ. Sem contar que a cantora é uma das vozes do Bloco Empolga às 9 e foi convidada para a 10ª edição do Festival Ziriguidum emCasa, criada pelo ator e cantor Claudio Lins.
E as novidades não param por aí. “Em breve estarei lançando meu novo clipe. E também já estou escolhendo as músicas para gravar um EP que pretendo lançar antes do final desse ano”.
Em entrevista exclusiva ao Blog n’ Roll, Danielle Coimbra conta detalhes sobre suas produções, expectativas e, claro, sobre o Juntos Pela Vila Gilda!
Renda-se
No início deste ano, Dani Coimbra divulgou o primeiro CD de sua carreira solo. Além de composições de seus amigos, o trabalho também conta com regravações de Djavan, Vinícius de Moraes, Baden Powell e Moska.
“Eu acalentei durante anos o sonho de gravar um álbum, mas sabia das dificuldades financeiras pra isso, já que sou uma cantora independente.
Mas, quando coloco algo na cabeça, luto muito pra conseguir. E trabalhei duro cantando na noite, dormindo pouco e acordando bem cedo pra cuidar do meu filho, até conseguir realizar esse objetivo. E consegui!”.
Dani ainda revela que Renda-se levou cerca de um ano para ser finalizado. Isso inclui a escolha das músicas, criação dos arranjos, gravação e masterização.
“Comecei a selecionar músicas de amigos compositores e escolhi regravar quatro composições que sempre sonhei cantar. O produtor musical desse CD, Nelson Freitas, captou rapidamente a essência do que eu queria passar nesse trabalho, criando arranjos muito requintados e criativos, misturando ritmos que fazem parte da minha musicalidade”, explica.
Dani Coimbra é sergipana e carioca
Dani é imersa em brasilidades. Nascida e criada no subúrbio carioca, a cantora é filha de uma sergipana e de um carioca, portanto, desde pequena foi influenciada pela diversidade da nossa música.
“Temos um país que mais parece um continente, o que faz com que nossa música seja tão diversa. Meu pai, carioca, sempre foi um amante da música e tinha uma gigantesca coleção de vinis. Ele ouvia do samba à música clássica. De bossa nova a rock nacional. E eu ali do lado ouvia tudo com ele”, conta Dani.
“Mesmo sendo carioca, desde pequena viajei inúmeras vezes a Sergipe para visitar minha família materna. Lá eu só ouvia forró, 24h por dia (risos). Seria impossível eu não ser essa pessoa que ama e valoriza incondicionalmente a música brasileira e creio que consegui expressar essa diversidade no meu álbum”.
Inspirações musicais
Apesar de cantar MPB, Dani Coimbra escuta de tudo. “Eu sou mega eclética e vai muito de acordo com meu clima no dia. Tem dias que ouço rock internacional, sou apaixonada pelo Foo Fighters. Outros dias, quando quero dançar, ouço Jamiroquai, Bruno Mars, Michael Jackson”, compartilha.
“Tenho ouvido muito rap nacional ultimamente e tô amando. Ouço muito samba de raiz também, é claro. Enfim, minha playlist parece uma salada mista (risos)”.
Além disso, a cantora também nos contou quem são as suas influências musicais. “Naturalmente os sons que te tocam te inspiram de alguma forma, mas digo que essas cantoras me inspiraram a começar a cantar e sempre serão minhas musas: Elis Regina, Eliseth Cardoso, Marisa Monte, Ana Carolina e Cassia Eller”.
Dani Coimbra no Bloco Empolga às 9
Este ano, a artista participou pela primeira vez do Bloco Empolga às 9h, que a princípio, é considerado um dos maiores do Carnaval do Rio de Janeiro.
“Esse foi meu primeiro ano cantando no Empolga, e foi de uma emoção ímpar. Ver aquela multidão pulando e cantando com você, não tem preço. Por isso, tentei dar toda minha garra e energia para essa troca linda com as pessoas. Eu sempre digo que amo cantar, seja para uma pessoa ou para milhares, como é no caso do bloco. São emoções diferentes, mas todas me completam”.
Por fim, Dani também contou sobre as diferenças e cuidados necessários ao cantar em um bloco carnavalesco. “A diferença maior é que para cantar no bloco, o pique e o cuidado com preparo vocal, tem que ser bem maior”.
“Me preparei meses antes intensificando minhas seções de fonoaudiologia e malhando muito. Felizmente deu tudo certo! Precisei desse preparo para não prejudicar minhas cordas vocais”.
Festival Ziriguidum EmCasa
Mais projetos! Este ano, a artista foi convidada para a 10ª edição do Festival Ziriguidum emCasa, criada pelo ator e cantor Claudio Lins.
“Foi uma delícia! Fiquei super feliz com o convite em participar desse festival, nesse momento tão único que estamos vivendo, tendo a oportunidade de levar minha música e minha alegria para as pessoas que estavam em quarentena, e ao lado de artistas que super admiro. Só posso ter muita gratidão”, comenta.
Lábios de Mel
Recentemente, Dani Coimbra regravou a música Lábios de Mel, do Tim Maio, ao lado de Anderson Vaz. Em síntese, vale lembrar que o clipe foi gravado em isolamento, cada um em sua casa.
“Como estamos impossibilitados de trabalhar nesse momento, aproveitei esse período para gravar vídeos, nesse formato de cada um em sua casa, para não ficar parada e continuar levando minha voz para as pessoas. Um dia ouvindo Lábios de Mel, pensei em convidar o Anderson pra cantar comigo”.
Posteriormente, a artista também compartilhou os desafios da produção. “Tive que me virar nos 30 nesse período e fui aprendendo até a editar vídeo, essa foi a parte mais complicada (risos). O Anderson é um cantor que admiro muito, temos ideais com a música muito parecidos e estamos conversando pra outros projetos futuros”.
Em quarentena
Por conta da pandemia do novo coronavírus, boa parte dos artistas tem se debruçado em projetos virtuais, dessa forma, com Dani Coimbra não foi diferente.
“Acho que foi importante, não só para mim, mas para muitos artistas, percebermos o quanto é importante termos cuidado em produzir conteúdo para a internet. Sempre! Toda a semana eu produzi pelo menos um vídeo para o meu canal do YouTube, e tive que me empenhar em estudar edição de vídeo, áudio, entender as plataformas e cair na real que isso tem que ser uma constante”, explica.
Além disso, a cantora também realizou diversas performances. “Fiz também muitas lives beneficentes, cantei na varanda do meu prédio. Olha… Se eu pensei que fosse ficar só deitada vendo Netflix, me enganei. Eu tenho é história pra contar”.
“Fora que nunca fiz tanta amizade como nesse período. Tudo depende da forma como encaramos as situações que surgem nas nossas vidas e eu sempre procuro encarar da forma mais positiva possível e impossível (risos)”, conclui.
Dani Coimbra no Juntos Pela Vila Gilda
Dani Coimbra será uma das atrações do festival, mas não passa despercebida: compartilha o line-up com Gilberto Gil, se apresentando no primeiro dia de evento, 25.
“Minha missão de vida é cantar. Eu não canto para ser famosa. Eu canto para levar felicidade às pessoas. Ter oportunidade de usar minha voz como instrumento em ações sociais com essa, é o que me move”.