Frank Zappa partiu deste mundo de em 1993, deixando uma legião de fãs e uma discografia extensa. Discografia que cresceria nos últimos anos, graças à sua esposa Gail Zappa (1945 – 2015).
Contudo, apesar de uma discografia tão grande e uma sonoridade complexa, ao ponto de deixar muitos confusos, a qualidade, genialidade e musicalidade de Zappa transcende totalmente as barreiras do usual.
Com isso, o documentário Zappa mostra – ou talvez tenta – fazer entender o que se passava na cabeça de Frank. Respondendo respostas, ou não, é definitivamente um dos melhores já feitos sobre qualquer ícone da música mundial.
Zappa
Primeiramente, é o primeiro documentário autorizado pela familia, tanto que levou mais de cinco anos para ser produzido. Além do resgate e remasterização de som e imagem de arquivos extremamente raros, o documentário traz surpresas.
Detalhes minunciosos são abordados, desde a infância com máscaras de gás, prisões devido a um filme pornô, até o seu processo incansável de criação.
Pode-se até brincar que Frank se preparou para este documentário, já que todos os arquivos usados foram guardados pelo músico. Logo de início é mostrado Frank no meio de milhares de caixas de arquivos de estúdio e gravações de jams na sala de sua casa. Entre elas, uma com Eric Clapton, que podemos nunca chegar a ouvir, infelizmente.
Além disso, conta-se com breves aparições de David Bowie, Rolling Stones em arquivos pessoais e cenas de um concerto lendário que contou com Lennon e Yoko. Para o deleite de Zappa, sim… Yoko estava berrando no microfone.
Desse modo, Alice Cooper, Steve Vai e membros do The Mothers participam do documentário saudando Zappa, contando desde histórias do seu modus operandi lunático até ao agradecimento emocionante de Ruth Underwood em seu último encontro.
Em síntese, enquanto você segue apenas uma via ou duas para entender um artista, Frank Zappa fez o favor de construir mais de 10 vias. Em outras palavras, depende do seu estado de espírito, de quem você é e da sua vibração. Ou seja, uma hora pode ser uma cafonia extrema… em outras uma bela sinfonia.
Como resultado, eu pergunto: É jazz?! Blues?! Rock?! É melhor… É Zappa.