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Crédito: Fernando Schlaepfer

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Planet Hemp lança “Jardineiros”, primeiro álbum de inéditas em 22 anos

“Quando o instrumento do medo não funciona, a gente adquire um poder inimaginável”. É com esta frase, cunhada por Marcelo Yuka durante entrevista em 2016, que o Planet Hemp abre o álbum Jardineiros.

Já disponível nas plataformas de áudio pela Som Livre nesta sexta-feira (21), o grupo mostra que o discurso combativo que sempre caracterizou a banda está de volta. Apesar da energia de indignação ser o combustível para uma gama de mensagens questionadoras ao longo das 15 tracks, o primeiro projeto de inéditas da banda após um hiato de 22 anos tem como missão semear ideias, visões e utopias.

“É importante lembrar que não existe apenas um caminho no mundo, nem dois apenas, mas vários. Queremos trazer essa pluralidade de volta e podemos dizer que ela se expressa de todas as formas, inclusive na quantidade de estilos presentes no álbum”, diz BNegão.

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A faixa Jardineiro, que inspirou o nome do álbum, traz versos diretos. “Jardineiro não é traficante / Ouça o que eu tô lhe dizendo, cumpadi, não compre, plante”.

“O disco nasceu de uma ideia de coletivo, de fazer deste novo projeto mais que uma banda, e sim um movimento que une vários produtores diferentes, artistas, públicos de diferentes gerações, ideias e referências”, completa Marcelo D2.

Com formação atual composta por Marcelo D2, BNegão, Formigão, Pedro Garcia e Nobru, neste aguardado novo trabalho, o Planet Hemp usa como referências a sua própria caminhada e o momento atual do país para escrever este novo capítulo da sua história: valoriza o passado, mantém os pés firmes no presente, mas sem perder de vista o futuro.

Unindo o melhor dos dois universos, Jardineiros traz reflexões acerca de temas como a crítica à política sobre drogas (como em Remedinho e Jardineiro) e questões sociais (presente em Eles Sentem Também e Veias Abertas, entre outras), ao mesmo tempo em que expande o leque de sonoridades, se unindo a nomes como MC Carol de Niterói (que aparece em Onda Forte) e o jovem trapper argentino Trueno (feat em Meu Barrio).

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“Este disco carrega a diversidade do Planet Hemp, não tem uma música muito parecida com a outra”, comenta BNegão sobre a safra de 15 faixas selecionadas para o projeto. “Os temas importantes pro grupo estão presentes nas letras, apresentados de forma nova, com outros pontos de vista”.

Uma das faixas de destaque do álbum é Taca Fogo, um punk trap que não se furta a fazer críticas ao cenário político atual brasileiro e que começa com a chamada “Está no ar a Rádio Libertadora”, em referência ao pronunciamento do revolucionário Carlos Marighella durante a tomada da Rádio Nacional.

Com trechos como “Olho pra minha coroa e o sorriso dela me fez acreditar / Aquele telefonema, quando eu tava preso, pra não parar de lutar“, a faixa contará ainda com um videoclipe dirigido por Marcelo D2, a ser lançado na próxima terça-feira (25), às 16h20.

Embalada na batida do miami bass, Ainda, outra faixa certeira do disco, resgata não só a fama do grupo por seu histórico com a cannabis, mas também a estética da música carioca na década de 90, época de seu surgimento na cena underground.

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Dentro desta coletividade sonora, além das já citadas participações de Trueno e MC Carol, e de Criolo, feat do primeiro single desta nova leva lançado pelo grupo, Distopia, estão ainda Black Alien (integrante honorário da Ex Quadrilha da Fumaça, que participa na faixa O Ritmo e a Raiva), Tropkillaz (Ainda) e Tantão e Os Fita (Veias Abertas).

O disco foi produzido pela própria banda, ao lado de outros grandes nomes da indústria como Mario Caldato, responsável pela finalização do álbum em Los Angeles (EUA), Nave e Zegon.

Ouça Jardineiros, do Planet Hemp

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