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Entrevista | The Guapos – “Queremos estar juntos e desfrutar da vida”

The Guapos, um supergrupo formado por quatro ícones da atual cena musical latina, Adán Jodorowsky, El David Aguilar, Jay de La Cueva e Leiva, lançou, recentemente, o álbum de estreia, Hey! Com forte influência de rock sessentista, a banda acumula 76.463 ouvintes mensais no Spotify.

O projeto já nasceu sólido, fruto do empenho de quatro amigos para a realização de um sonho comum: dar vida ao desejo artístico criando um projeto único, divertido e perfeitamente executado, para trabalhar a longo prazo e em paralelo a suas carreiras solos.

Com uma filosofia de resgatar o melhor de outros tempos, a banda gravou todas as canções do seu álbum de estreia totalmente analógico (em duas faixas, em fita e com som mono).

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Adán, Jay e David conversaram com o Blog n’ Roll, via Zoom, sobre o novo álbum, possibilidade de vir ao Brasil e como surgiu a ideia do projeto.

Vocês pretendem vir ao Brasil para divulgar o álbum de estreia?

Jay: Não sabemos quando iremos ao Brasil como esse novo álbum ainda. Talvez em algum momento desse ano ou ano que vem.

Em Hey!, vocês trazem uma sonoridade muito influenciada pelos anos 1960. É proposital? Vocês buscaram isso com esse disco?

David: A ideia de que o álbum vem dos anos 1960 é devido a ser uma década que amamos muito a música. Somos influenciados por tudo isso.

Adán: É um projeto de amigos, onde queremos estar juntos e desfrutar da vida.

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Como foi o processo de gravação do Hey!? O que procuraram levar de ideias para o estúdio?

Jay: Começamos a gravar em Chicago, encontramos um estúdio incrível dos anos 1950, onde se grava em fitas, tudo gravado com todos tocando ao mesmo tempo, foi muito romântico. Tem que ser um grande músico para gravar tudo ao vivo, foi incrível, foram três ótimas semanas em Chicago, gravamos dez músicas, uma experiência muito legal.

Vocês sentem alguma barreira nos EUA para músicos que cantam em espanhol? Como é essa relação com o mercado local?

David: Nós acreditamos que alguns são nossos amigos, por exemplo, a garota que dirigiu nosso segundo single. Ela e todos seus amigos amaram o vídeo e as coisas. Nos disseram que o álbum era ótimo, gostaram de gravar o vídeo. Eu acho que combina.

Existe muita discussão sobre quem é o maior nome da história do rock. Normalmente fica entre Beatles e Stones. O que vocês preferem?

David: Eu prefiro Beatles, mas alguns dos caras da banda preferem os Stones. Por exemplo, Leiva, o baterista, prefere os Stones, e agora Adán está escutando Stones enquanto faz academia, está ouvindo toda a discografia.

Eu, particularmente, não escutei muito Rolling Stones, mais Beatles, e acredito que o álbum tenha mais influência dos Beatles do que dos Rolling Stones.

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Adán: Mas há um pouco de Chuck Berry, Little Richard, há uma música por exemplo, Objeto Sensual, que tem muita influência de Little Richard, com esse estilo de gravação, como em Lucille, queríamos essa distorção na voz. Aumentamos o pre amp para chegar nesse som. É um sonho para um músico gravar em um gravador de fita, tocando rock n’ roll, nos sentimos como crianças.

No ano passado, assisti ao Vista Kicks abrindo para o Stones no Hyde Park. É outra banda norte-americana com os pés nos anos 1960. Tem aparecido muitas bandas com essa proposta de resgatar a sonoridade dos anos 1960? Ou são nomes pontuais?

Adán: Não pensamos em resgatar ou soar vintage, algo do tipo. Foi algo que veio naturalmente, tocando músicas de rock. Também fomos muito influenciados por bandas mexicanas dos anos 1960 que tocavam rock americano, então esse era o objetivo no começo, porém depois, você pode ver, não temos roupas da época, nos vestimos como nos anos 1970, mas tocamos como nos 1960, não faz sentido. Então estamos explorando épocas e gostos musicais, é muito aberto.

Jay: Todos crescemos ouvindo o rock dos anos 1960, Little Richard e Elvis, também, meu pai foi um grande pianista dos anos 1950 e 1960.

Adán: Tocou com Chuck Berry.

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Jay: Ele tocou em 1968 com Chuck Berry. Então cresci com esse tipo de música em casa. Sou jovem para esse tipo de música, mas cresci com ela devido ao meu pai.

Adán: Temos histórias de rock n’ roll na banda. David é um grande fã de Beatles, mais do que qualquer um. Jay tomou gosto por música ouvindo, por debaixo do piano, seu pai tocar rock n’ roll. Meus primeiros acordes foram ensinados por George Harrison quando eu tinha 7 anos. Todos temos história, Leiva tocava rock em banda quando criança.

David: Somos muito influenciados por uma banda mexicana de rockabilly chamada Rebel Cats (risos).

Adán: Não é verdade, é uma piada interna, não ligue para isso.

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Quais são essas bandas mexicanas citadas como influência?

Jay: Para mim são cinco bandas muito importantes do final dos anos 1950. Los Teen Tops, Los Hooligans, que é a banda do meu pai. Meu pai também tocou em outra banda incrível chamada Los Camisas Negras, que também usavam o nome de Black Jeans.

Por fim, tem outra banda incrível chamada Los Locos del Ritmo, além do Los Rebeldes Del Rock. Essas cinco bandas são, para mim, as primeiras cantando em espanhol, claro que com covers de músicas famosas de Little Richard e Elvis.

Vocês também têm conexões familiares, certo?

Adán: Meu pai e o pai de Jay fizeram músicas juntos nos anos 1960, não nos conhecíamos, mas amigos em comum nos disseram que deveríamos nos conhecer. Nos conhecemos, começamos a sair, ficamos muitos amigos, quando o vi, sabia que ele seria meu amigo.

David conheci gravando em estúdio, apresentei ele ao Jay. Estava produzindo o disco do Leiva, disse que estava formando um banda de rock n’ roll. Ele deveria ser o baterista, e ele falou que queria ser um Guapo. Em resumo, organizamos um jantar na casa do Jay e aí nos tornamos amigos, naturalmente. É uma irmandade.

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Vocês conseguem citar três álbuns que foram fundamentais para a formação de vocês?

Adán: Kind of Blue, do Miles Davis, é um dos meus preferidos. Todos os instrumentos soam como vocais cantando. É um álbum de cantores improvisando, é perfeito, é a música dos anjos. Amo esse álbum.

Jay: Para mim seria Histoire de Melody Nelson, do Serge Gainsbourg. E Xuxa também. Aliás, eu gosto da Xuxa.

David: Tem um álbum da Gillian Welch, cantora do Tennessee, Hell Among the Yearlings, que é folk, não consigo parar de ouvir.

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