Um álbum especial, Fim do Mundo (Deck) é certamente o trabalho mais conceitual da banda menores atos, (a grafia é assim mesmo, em letras minúsculas). Eles partiram da ideia de contar uma história, construindo uma narrativa traçando uma analogia com um hipotético fim do mundo.
“Esse é um disco construído no meio de um cenário onde tudo em volta estava desmoronando. É sobre viver esse fim do mundo, mas também sobre enxergar um mundo novo a partir disso. Depois de chegar no limite de tudo, ver o sol se abrindo, seguir em frente e recomeçar”, comentou o vocalista Cyro Sampaio.
“Colocamos o nome de Fim do Mundo porque a gente sempre optou pelo exagero. Nos momentos pesados e nos mais leves, levamos no limite, explorando o que cada um sente no seu íntimo quando as coisas não saem exatamente como o desejado. Lidar com esse Fim do Mundo particular”.
Assim, o disco traz 12 faixas divididas em três atos; Vazio, Em Demolição e Depois do Sol e da Chuva. Desde que surgiu, em 2002, o power trio carioca vai um pouco além do hardcore, incluindo elementos de outros estilos, mas neste disco foram ainda mais ousados.
“Esse foi o disco que mais colocamos a mão na massa na produção, adicionando mais elementos, alguns até inéditos na nossa trajetória, como beats eletrônicos, por exemplo, em nem choro, nem festa e furacão, explica Cyro.
Eles também usaram o violão em várias faixas, seja com um certo protagonismo, como em não tem mais verão, seja assumindo um papel mais complementar, como em quase todo o primeiro ato.
A ideia de dividir o disco em 3 atos foi essencial para a construção do clima desse trabalho. Vazio apresenta muito bem o que está por vir no decorrer do Fim do Mundo, tanto lírica quanto musicalmente. Em Demolição traz a parte mais pesada do álbum. Depois do Sol e da Chuva é um desfecho, com uma certa dose de calmaria e alívio depois de músicas muito intensas. Nesse último ato estão as participações de Ale Sater (Terno Rei) em gravidade e Suricato (Barão Vermelho) em não tem mais verão, lançada anteriormente como single.
Cyro conta como surgiram as ideias dos convidados. “O Ale é um dos artistas e compositores contemporâneos que mais admiro e já vínhamos conversando sobre fazermos algo juntos. Com as músicas já gravadas, consegui visualizar bem a voz dele em “gravidade” e ele conseguiu ainda superar as nossas expectativas, não só cantando lindamente, mas colocando a sua identidade em todas as partes”, comentou.
“Já o Suricato nos foi apresentado pelo nosso amigo e responsável pela direção executiva do projeto, Mateus Simões. E foi amor à primeira vista. Um artista extremamente talentoso, generoso, que também contribuiu demais para deixar a música ainda mais bonita. Saí de São Paulo e fui pro Rio pra acompanhar a gravação no Betta Estúdio, no Humaitá, e foi muito legal”.
Menores Atos é formato por Cyro Sampaio (guitarra e voz), Celso Lehnemann (baixo) e Gustavo Marquardt (bateria).