Ana Cañas e Scalene são as atrações da semana no Teatro do Sesc Santos. Os artistas se apresentam na sexta (5) e sábado (6), às 20h, respectivamente. Os ingressos começam a ser vendidos na terça (2), a partir das 14h, no site do Sesc. Eles custam entre R$ 20,00 e R$ 40,00.
A retomada dos shows no Sesc tem chamado a atenção pelo alto nível dos artistas. Anteriormente, o Teatro recebeu Chico César, Mariana Aydar e MC Tha, recém anunciada no Lollapalooza.
Ana Cañas canta Belchior
Sucessos compostos por Belchior (1946-2017) como Alucinação, Na Hora do Almoço, Sujeito de Sorte e Como Nossos Pais estão no setlist do show em homenagem ao compositor cearense que Ana Cañas apresenta no palco do Sesc Santos no projeto batizado Ana Cañas Canta Belchior.
Aliás, o trabalho teve início durante a quarentena e nasceu com a ideia de uma live única. Logo, transformou-se em um álbum e uma turnê integralmente dedicados ao compositor cearense. A repercussão de público e o mergulho profundo que a artista fez na obra de Belchior foram fundamentais para que a iniciativa se desdobrasse no novo disco da cantora.
Ana Cañas começou a fazer teatro ainda jovem e cursou Artes Cênicas na ECA-USP. Foi nos tablados que ela entrou em contato com a música: ao fazer um teste para um musical, ouviu pela primeira vez um standard de jazz interpretado pela cantora Ella Fitzgerald (1917-1996).
Contudo, Ana diz que, ao ouvir a americana cantar, ficou profundamente tocada e que sentiu que aquele era uma espécie de “momento-colisão”.
“Tudo se esclareceu no meu coração, na minha alma. Eu sabia que tinha encontrado meu caminho através do profundo amor que senti pela beleza e transcendência do canto de Ella.”
Logo depois disso, não teve volta. Ana começou a cantar jazz na noite paulistana. No mercado fonográfico desde 2007, foram lançados cinco discos de estúdio – sendo que o último deles, Todxs, concorreu ao Grammy Latino 2019 na categoria Melhor Álbum de Pop Contemporâneo – e um DVD.
Por fim, para o lançamento do sexto álbum, no qual canta as canções de Belchior, Ana Cañas contou com financiamento coletivo.
Scalene
Composta por Gustavo Bertoni (voz), Tomás Bertoni (guitarra) e Lucas Furtado (baixo), a Scalene mantém a regularidade de lançamentos fonográficos, tendo em sua discografia: Real/Surreal (2013), Éter (2015), magnetite (2017) e o EP +gnetite (2018), Respiro (2019, slap), além do DVD Ao Vivo em Brasília (2016).
Os trabalhos possibilitaram turnês nacionais com passagem por importantes festivais, como o Lollapalooza recentemente e o Rock in Rio, e também shows em eventos no exterior, entre eles o SXSW (EUA) e o Indie Week (Canadá).
Na última sexta-feira (29), a banda lançou os singles Névoa e Tantra. Na dupla novidade, o grupo versa sobre assuntos como autoconhecimento e a busca desenfreada por epifanias.
Os singles apresentam roupagens sonoras diferentes, mostrando mais uma vez que o Scalene escolhe explorar sua versatilidade e não se envereda por caminhos óbvios.
Anteriormente, em outubro, foi lançado o explosivo single Febril, que abriu a leva de novidades musicais precedentes ao próximo álbum do grupo.
“As canções abrem possibilidades interessantes para a interpretação do público e fazem parte da construção narrativa que estamos desenhando nessa nova era”, resume Tomás.