Resenha – Memoir 414 – Domination Inc.

A velha Grécia possui uma cena metálica muito, muito forte. Rotting Christ, Suicidal Angels, Varathorn, Mass Infection e muitas outras bandas não nos deixam mentir. Pois se você tem simpatia por aquele país europeu de enorme importância para a nossa humanidade, acaba de ganhar mais um nome para a sua playlist. Os thrashers do Domination Inc. não deixam pedra sobre pedra em Memoir 414, seu segundo álbum, destruindo absolutamente tudo que veem pela frente. Peso absurdo é o que encontramos assim que acionamos o play com Cutting Edge, um thrash metal violento e moderno, com toques death metal. Esse tipo de mistura não tem erro, fala a verdade? Assim, conforme o álbum vai avançando, outras pérolas da demência musical saltam como martelos ao fogo, como The Sickening, Dark City, Dehumanized The Eye e o cover para Love Me Forever, do Motorhead, absolutamente insanas. Além das guitarras dispararem riffs pútridos e agressivos, e a bateria cuspir blastbeats, os vocais à lá Phil Anselmo de Theo entregam ao trabalho uma agressividade impressionante. Esse cara é uma revelação do metal atual! Cada sílaba berrada pelo homem transborda ódio, é ouvir para crer. Evidente que o material não traz nenhuma novidade, mas, pelamor, isso não importa nem um pouco quando essa bigorna grega explode em nossos ouvidos. Palavras não são mais suficientes para descrever isso aqui, portanto, corra para escutar. E não se esqueça de proteger os tímpanos. Memoir 414Ano de Lançamento: 2019Gravadora: Steamhammer Faixas:1-Cutting Edge2-Day VIII Deus Ignorance3-The Sickening4-Dark City5-Dehumanized6-Cruz, Nux, Lux7-The Eye8-Culling9-Love Me Forever (Motorhead)

Resenha – Aeternus Rex Infernus – Vultos Vocíferos

Formado no Distrito Federal nos idos de 1999, o grupo de black metal Vultos Vocíferos chega ao seu terceiro álbum de estúdio, Aeternus Rex Infernus, lançado no alvorecer de 2019. Formam a horda Malleficarum (voz), Baalthamuz (guitarra), Mictlantecutli (bateria) e Crematorium (baixo) e o novo álbum sucede Sob A Face Oculta, de 2011. O estilo do Vultos é o true black metal. Não espere por muitos experimentos, nem complicações. Calma, não estamos falando de um som feito nas coxas, muito pelo contrário. A produção é excelente e a performance individual dos músicos, opressora. O material é pujante, rápido e implacável em sua abordagem, vide faixas destruidoras como Crepúsculo de Fogo, A Ordem do Caos, Podre Verme Profano e Ritual, que estão entre as faixas mais obscuras ouvidas em uma banda black metal brasileira em muito tempo. O ataque vocal de Malleficarum entrega ao trabalho a aura maligna necessária para que os instrumentistas destruam tudo ao seu redor, bem como manda a bíblia do black metal. Se você curte bandas como Marduk, Sarcófago, Bathory e Immortal ou simplesmente é fã de metal extremo, o Vultos Vocíferos merece estar na sua playlist. Hail! Aeterno Rex InfernusAno de Lançamento: 2019Gravadora: Misantropic Records Faixas:1-Crepúsculo de Fogo2-A Ordem do Caos3-Rex Infernus4-O crocitar dos corvos5-Podre Verme Profano6-Fragmentum Corpus7-Ritual8-Abismal Lamentos

Resenha – Daemon – Mayhem

Os fãs já estavam ansiosos esperando por material novo quando, em outubro de 2019, eis que surge das profundezas do inferno o novo álbum do Mayhem, Daemon. Trata-se de um evento e tanto, já que essa verdadeira instituição do metal negro mundial não é famosa exatamente por soltar álbuns novos a todo instante. Daemon é apenas o sexto álbum de estúdio da tropa, em sua carreira de mais de 30 anos. Quase três décadas depois dos acontecimentos envolvendo o famoso Inner Circle norueguês, o Mayhem finalmente chama atenção unicamente pela música. E, acredite, Daemon é um dos melhores momentos da horda. A formação conta com o insano vocalista húngaro Attila, Hellhammer na bateria e Necrobutcher no baixo, além dos guitarristas Telock e Ghul, um time excepcional de músicos. É do Mayhem talvez o mais maldito e infame trabalho black metal da história, óbvio que estamos falando do místico De Mysteriis Dom Sathanas, logo o nível de exigência dos fãs é alto. Pois preparem-se, em Daemon a banda ressurge de forma monumental, com cada músico dando tudo de si. As grotescas vocalizações de Attila garantem o clima infernal, sendo a cozinha uma máquina muito bem azeitada, com as tradicionais viradas de Hellhammer, com sobras um dos principais bateristas do metal extremo. Isso posto, faixas como The Dying False King, Bad Blood, Malum, Daemon Spawn e Invoke The Oath são capazes de hipnotizar a mente dos seguidores do metal negro, e assustar os desavisados que se atreverem a enfrentar a Besta Norueguesa. Sem mais delongas, escute esse álbum imediatamente. DaemonAno de Lançamento: 2019Gravadora: Century Media Records Faixas:1-The Dying False King2-Agenda Ignis3-Bad Blood4-Malum5-Falsified And Hatred6-Aeon Daemonium7-Worthless Abominations Destroyed8-Daemon Spawn9-Of Worms And Ruins10-Invoke The Oath11-Everlasting Dying Flame12-Black Glass Communion

Resenha – Vile Nilotic Rites – Nile

Karls Sanders é um sujeito determinado que parece respirar o metal. De fato, o som extremo deve ser o assunto do cara até em seus momentos de folga, desde os remotos tempos do Morriah, que praticava um thrash metal insano, até o seu bem sucedido Nile, que dita a carreira do músico até os dias atuais. Em um estilo em que é comum bandas soarem parecidas entre si, o Nile sempre primou por um som original, com toques egípcios, que todo banger conhece bem. Tais características faltaram no álbum anterior, porém abundam em Vile Nilotic Rites, que traz o Nile apostando no que sabe fazer de melhor. Ou seja, death metal técnico, extremo e enriquecido com diversas sonoridades que remetem ao Egito. Individualmente, pouco resta a dizer sobre essa banda. Além do vocal brutal de Sanders, a banda conta com a autêntica máquina nos bumbos que atende por George Kollias, seguramente um dos bateras mais talentosos do cenário atual. Seven Horns of War, por exemplo, é uma faixa estupenda, com uma assustadora intro que desemboca numa pancadaria frenética, com guitarras e bateria em total harmonia, uma faixa 100% Nile. E tem muito mais. Thus Sayeth The Parasites of The Mind parece invocar todos os deuses egípcios, com instrumentos e vozes bem típicos daquele país tão misterioso. Em um álbum tão difícil de apontar destaques, a tétrica Where is The Wrathful Sky e a curta Snake Pit Mating Frenzy apenas confirmam aos seguidores da banda que o Nile ainda está em excelente forma. Fãs da banda, ouçam sem medo. Para os que não conhecem, é uma excelente oportunidade de entrar no mundo sombrio do Nile. Vile Nilotic RitesAno de Lançamento: 2019Gravadora: Nuclear Blast Faixas:1. Long Shadows of Dread2. The Oxford Handbook of Savage Genocidal Warfare3. Vile Nilotic Rites4. Seven Horns of War5. That Witch is Forbidden6. Snake Pit Mating Frenzy7. Revel In Their Suffering8. Thus Sayeth The Parasites of The Mind9. Where is The Wrathful Sky10. The Imperishable Stars Are Sickened11. We Are Cursed