Entrevista | Late Night Drive Home – “É uma carta de amor à internet”

Com uma sonoridade que flerta com o indie rock, o garage e até o lo-fi de quarto, o Late Night Drive Home vem chamando atenção com letras que refletem as contradições de uma geração moldada pela internet. Formada em El Paso, no Texas, a banda ganhou destaque após o sucesso de Stress Relief em 2021 e agora estreia com o primeiro álbum completo da carreira, As I Watch My Life Online, um trabalho conceitual e maduro que mira diretamente na vida digital. O disco nasceu da vontade de aprofundar o discurso artístico em um mundo que prioriza os singles e os vídeos virais. Com produção iniciada há mais de dois anos, As I Watch My Life Online é uma espécie de “carta de amor crítica” à internet, nas palavras do grupo. As faixas exploram a presença digital, a busca por conexão real e a constante fusão entre o mundo online e a experiência física. Destaque do álbum, a faixa day 2 fala sobre a tentativa de desconectar dos celulares e recuperar um senso de humanidade — um tema que a banda conhece de perto, já que boa parte das conexões e amizades mais profundas dos integrantes surgiu justamente no ambiente virtual. Essa dualidade permeia todo o disco, que equilibra produção analógica e digital como um reflexo sonoro da vida contemporânea. Nesta entrevista ao Blog n’ Roll, Andre Portillo (vocalista e guitarrista), Freddy Baca (baixista) e Brian Dolan (baterista) falaram sobre o conceito do novo álbum, o impacto das redes sociais, as influências que moldaram sua trajetória, entre outros assuntos. Confira a íntegra abaixo. * As I Watch My Life Online é o primeiro álbum de vocês. Como foi o processo de criar um disco de estreia em um mundo onde quase tudo acontece pela internet e as bandas preferem focar em singles ao invés de álbum cheio? Andre – Bem, pensamos muito durante o processo de produção deste álbum. Ele está em produção há uns dois anos, acho que três. E foi bem fácil chegar à conclusão de que queríamos lançar um álbum. E com base em tudo o que estávamos vivenciando na época, tudo online e a presença da nossa banda online, achamos que era um conceito muito legal e seguimos em frente. O disco é descrito como uma coletânea de “perspectivas meta sobre a vida online”. Como vocês definiriam a mensagem central do álbum? Andre – Acho que a mensagem central do álbum é como uma crítica sobre como as pessoas interagem online e como é crescer na internet. Sim, gosto de interpretar como uma carta de amor à internet. A faixa day 2 fala sobre se desconectar dos celulares para viver uma conexão real. Essa experiência já aconteceu com vocês? De onde veio a inspiração para essa música em específico? Andre – Sim. Acho que todos nós já passamos por isso de alguma forma. Quer dizer, é principalmente uma música sobre se conectar com pessoas online e experimentar um senso de comunidade e uma sensação de recuperar as pessoas online te ajudando a recuperar aquela autoimagem de si mesmo. Mas sim, nós já passamos por isso também. Fizemos muitos amigos online nessa época, e até mesmo muitos bons amigos online também, o que é bem interessante porque você pode simplesmente pular a parte em que se conhece pessoalmente e se conectar com alguém instantaneamente. Desde o primeiro EP até agora, com turnês importantes e contrato com a Epitaph, como vocês enxergam a evolução do Late Night Drive Home? Andre – O que você acha, Brian? Brian – Não sei. Começou como um som meio lo-fi de quarto e, com o tempo, acho, especialmente neste álbum, nós realmente mostramos o quão longe chegamos como músicos. Definitivamente, passamos por muitas fases em nosso som. E ficou no rock alternativo e indie. Mas sinto que naquela época tínhamos muito mais sintetizadores e elementos eletrônicos, mas meio que nos afastamos disso à medida que fomos apresentados aos estúdios e técnicas de gravação mais profissionais e coisas do tipo. E tínhamos um som mais de garage rock. Então, à medida que exploramos mais nossa música, aprendemos que é legal combinar os dois e ter sons profissionais de estúdio com sons analógicos que são meio estranhos e cheios de bugs e coisas assim. E mudar nosso som e meio que mesclar esses dois sons. Acho isso legal porque é uma espécie de testemunho da mensagem do álbum, que é como a vida real e a internet se fundindo e se tornando quase uma coisa só, indistinguíveis uma da outra. Realmente antecipo que nosso som mudará o tempo todo, a cada momento. É só uma questão de capturar aquele momento sonoramente e compartilhar com o mundo o que estávamos pensando naquele momento específico. O sucesso de Stress Relief em 2021 trouxe bastante atenção para o Late Night Drive Home. Como lidaram com a pressão e as expectativas depois desse hit? Andre – Especialmente da nossa parte, fomos quase colocados sob essa luz, por todas as pessoas que ouvem nossa música. E é como se houvesse uma pequena pressão quando você está sob essa luz, um pouco de incerteza sobre o que as pessoas pensariam da sua jornada como músico. Porque, como dissemos antes, nossos sons estão sempre evoluindo. E até mesmo a maneira como tocamos no palco, sinto que evolui a cada turnê. Foi meio difícil imaginar as expectativas dos ouvintes e dos nossos fãs. Mas acho que, com isso, aprendemos a aceitar o fato de que somos músicos em constante evolução. E se as pessoas gostam da nossa música, elas sempre vão gostar, não importa como as toquemos. A turnê do novo álbum vai passar por 22 cidades e termina em El Paso, cidade natal o Late Night Drive Home. Tem planos de trazer essa turnê para o Brasil? Brian – Ah, para o Brasil? Ah, espero que sim. No momento, não tenho ideia, mas sei que já tocamos no assunto de talvez fazer uma turnê por diferentes partes do mundo também.
Entrevista | The Inspector Cluzo – “É com menos que você consegue expressar mais”

A dupla francesa The Inspector Cluzo, formada por Laurent (guitarra e voz) e Mathieu (bateria), está de volta com Less Is More, seu décimo álbum de estúdio. Conhecidos por unir rock enérgico com crítica social e uma postura radicalmente independente, os músicos também são agricultores orgânicos e vivem da própria produção em uma fazenda no sul da França. Em sua nova obra, eles aprofundam a relação entre música, ecologia e autossuficiência. O conceito de “menos é mais”, que dá título ao álbum, sintetiza a filosofia de vida da dupla. Em tempos de crise climática, consumo desenfreado e greenwashing, The Inspector Cluzo opta por viver e produzir de forma sustentável — uma prática que não se limita ao discurso: todos os videoclipes do disco foram gravados na fazenda, que também equilibra a pegada de carbono gerada pelas turnês. Inspirados por pensadores como Guy Debord e Henry David Thoreau, The Inspector Cluzo transforma filosofia crítica em rock direto, contestador e provocativo. A faixa As Stupid As You Can, por exemplo, mergulha nas ideias do livro A Sociedade do Espetáculo para refletir sobre como a verdade e o falso se misturam em uma sociedade guiada pelo marketing e pelo consumo. Thoreau, por sua vez, é celebrado não apenas pela crítica ao materialismo, mas por ter sido um dos primeiros a praticar o que hoje chamamos de pós-crescimento: ele foi morar sozinho numa floresta no século 19, longe da sociedade industrial, e escreveu obras que influenciaram desde Gandhi até Martin Luther King. Para os franceses, sua visão é mais atual do que nunca. Nesta entrevista exclusiva ao Blog n’ Roll, a dupla The Inspector Cluzo falou sobre o novo álbum, as críticas sociais que permeiam suas composições, a importância da vida rural, a independência artística e os desafios reais de enfrentar a crise climática sem hipocrisia. “Não estamos pregando nada”, dizem. “Mas estamos tentando mostrar que há caminhos possíveis.” Less Is More é o décimo álbum da carreira de vocês. Que tipo de mensagem ou sentimento vocês buscaram transmitir com esse trabalho? Laurent: A mensagem está no próprio título do álbum: Less is More. E queremos falar sobre o crescimento pós-crise, que gira em torno dessa mensagem, porque acreditamos que, para enfrentar as mudanças climáticas que estamos enfrentando agora, essa é uma forma e uma solução que aplicamos na fazenda, como ser autossuficiente, autofinanciado e independente. Então, através das músicas, essa é uma mensagem que você pode levar, por exemplo, e nós a chamamos de terceiro caminho que você pode explorar para enfrentar essas mudanças climáticas. O single As Stupid As You Can tem uma carga crítica e provocativa. O que motivou essa faixa do The Inspector Cluzo? Laurent: Ele está falando sobre um livro escrito em 1967 por um filósofo francês, um dos maiores filósofos franceses do século 20, chamado Guy Debord. Se você não sabe, ele escreveu um livro filosófico muito, muito famoso chamado La Société du Spectacle. É um livro sobre uma crítica à França e a todos os países ocidentais que se voltaram para o consumismo, o consumo e o materialismo em 1967. E ele disse que, se a consequência disso, com marketing, narrativas, mentiras, etc., for que, a longo prazo, viveremos em uma sociedade invertida, onde a verdade é apenas um momento do falso, ok. E isso é engraçado porque é exatamente a sociedade em que vivemos. Ele explicou que isso demonstra que estamos muito imersos no materialismo e na sociedade consumista. Então, usamos a expressão americana “o mais estúpido possível” para dizer isso, porque é mais fácil e as pessoas entendem. Mas é uma música sobre isso. Então não é sobre ironia. É só porque ele me fez demonstrar que, se você se envolve muito com o consumo e tudo mais, não faz nenhuma diferença entre a verdade e o falso. Além de Guy Debord, vocês citam Henry David Thoreau como inspiração para esse disco. Como esses pensadores influenciaram a criação do álbum? Laurent: David Henry Thoreau foi o primeiro cara a falar sobre o pós-crescimento. Ele é considerado o primeiro ecologista de todos os tempos. Ele é do século 19, um filósofo naturalista americano. Thoreau foi para uma floresta para abandonar o consumismo. Veja, ele estava no século 19, como você pode imaginar. Acho que se ele estivesse vivo hoje, cometeria suicídio imediatamente. Então ele foi para uma floresta e foi morar sozinho, nós temos uma cabana e tudo mais. Ele escreveu um livro porque era o tipo de pessoa que aplicava a si mesmo sua convicção, não pregando e forçando o outro a fazer como ele. O segundo livro que ele escreveu é muito famoso, chama-se Desobediência Civil. Isso influenciou Martin Luther King, Gandhi e a causa. É uma maneira de rejeitar algo com o qual você discorda, mas pacificamente. Ele inspira muita gente. Sabe, o menos é mais no crescimento pós-crise é o David Henry Thoreau. Todo mundo está se perguntando como podemos lidar com a mudança climática. O que podemos fazer com a mudança climática? Quer dizer, exceto pessoas como nós, que cultivam uma fazenda porque estamos fazendo algo concreto. Mas quando você mora em uma cidade, em qualquer lugar, as pessoas se perguntam como podem fazer isso, o que é normal. E David Henry Thoreau é parte da resposta. E ele é muito interessante e já respondeu a essa pergunta no século 19. Ele está voltando, é um cara que usa a expressão “menos é mais” para se informar. É por isso que fizemos uma música sobre ele. Mudando um pouco de assunto, o videoclipe foi filmado na fazenda de vocês, certo? Qual é a importância deste lugar na estética e mensagem da banda? Laurent: Para este álbum, queríamos fazer alguns videoclipes aqui na fazenda porque este ambiente era perfeito para este tipo de álbum, Less is More. E trouxemos nosso amigo do Chile, Lorenzo de la Masa, com quem trabalhamos no álbum People of the Soil. Nós amamos a maneira dele de ver as coisas, especialmente em relação à agricultura. Nós
Após show no Lollapalooza Brasil, Bush lança álbum I Beat Loneliness

O Bush lançou seu décimo álbum de estúdio, I Beat Loneliness — uma obra ousada e carregada de emoção, nascida de desgosto, isolamento e profunda autoanálise. Produzido por Erik Ron (Panic! At The Disco), o disco é imbuído da honestidade e do poder catártico que definiram a carreira de Gavin Rossdale. Apresentado pelo primeiro single, The Land of Milk and Honey, um hino corajoso, porém eufórico, e 60 Ways to Forget People, um acerto de contas lento com a memória e a perda, o álbum se aprofunda ainda mais em território visceral. Abrangendo 12 faixas antológicas e reveladoras, I Beat Loneliness abre uma conversa inabalável sobre vulnerabilidade emocional, especialmente o silêncio que frequentemente cerca a saúde mental masculina. Em faixas como Scars, single-foco do disco, o Bush confronta esse silêncio de frente. Scars é um acerto de contas cru com a dor e a cura, transformando feridas em prova de sobrevivência. De refrãos de rock sísmicos a confissões despojadas, o álbum desafia os ouvintes a sentir tudo, lembrando-nos de que a cura começa quando o silêncio termina. “Este é o disco mais pessoal que já fiz. Está lá para que as pessoas não se sintam tão sozinhas. A vida é bela, mas não é fácil. Scars funciona perfeitamente como faixa de abertura, pois define todo o propósito do disco. Ela aceita que somos todos loucos e estamos juntos nessa – aproveite”, comenta Gavin Rossdale. Ouça I Beat Loneliness, do Bush
Entrevista | The Main Squeeze – “Queríamos fazer um álbum que soasse como atual”

Em sua primeira apresentação no Brasil, no último dia 13, no Bourbon Street, em São Paulo, a banda norte-americana The Main Squeeze mostrou não só sua energia no palco, mas também seus bastidores criativos. Em entrevista ao Blog n’ Roll, o guitarrista Maximillian Newman, o Max, compartilhou detalhes do álbum Panorama, descrito como o mais ambicioso da carreira. “Queríamos um disco atual, que soasse moderno e transmitisse uma vibe”, contou, ao explicar como buscaram equilibrar inovação com a essência da The Main Squeeze. Um dos marcos dessa nova fase foi a performance audiovisual gravada no deserto de Mojave, inspirada em registros como Pink Floyd: Live at Pompeii. Para Max, unir música e paisagem em um vídeo com clima cinematográfico foi uma forma de se conectar com os fãs do YouTube e alcançar novos públicos. “Foi tão especial que queremos repetir esse formato no futuro”, revelou. Musicalmente, o grupo ousou ao incorporar elementos de psicodelia ao seu tradicional soul, funk e rock. Max citou Beatles, Hendrix e Tame Impala entre suas influências pessoais e destacou um novo processo criativo adotado neste álbum, no qual os integrantes compuseram partes separadamente antes de se reunirem no estúdio. “Trabalhar sozinhos juntos foi libertador”, disse. Confira a entrevista completa abaixo. O Panorama é descrito como o álbum mais ambicioso da carreira do The Main Squeeze. O que mudou na abordagem criativa e musical neste novo trabalho? Acho que é o nosso quarto ou quinto álbum, dependendo se você contar certos EPs e coisas do tipo. Então, quando você está constantemente tentando se redefinir, mantendo-se fiel ao que seus fãs amam em você, certo? No nosso caso, a musicalidade, a verdadeira paixão pela energia ao vivo. Mas queríamos fazer um álbum que soasse como atual, não soasse antigo. E queríamos fazer um álbum que as pessoas pudessem simplesmente colocar para tocar, e que ele tocasse em segundo plano. Pode exigir sua atenção, mas também cria uma vibe, porque acho que, nos dias de hoje, a vibe é muito importante na música. As pessoas realmente só querem uma vibe. Então, tentamos fazer um álbum que transmitisse a vibe, talvez seja a melhor maneira de dizer. Mas sim, quando você faz isso há tanto tempo quanto nós, tipo uns dez anos, você tem que continuar se desafiando para evoluir, enquanto se mantém fiel ao mesmo tempo. Então, é um desafio, mas realmente acredito que este álbum foi o melhor exemplo disso que já alcançamos. Estamos muito animados por ele ter sido lançado mundialmente. A performance gravada no deserto de Mojave gerou grande repercussão antes mesmo do lançamento do álbum. Como surgiu a ideia de unir música e paisagem nesse projeto audiovisual do The Main Squeeze? Essencialmente, houve alguns exemplos que diria que foram muito influentes para nós. Provavelmente o mais influente foi o Pink Floyd Live at Pompeii, um filme de show inacreditável, e ambientado em um cenário incrível, simplesmente insano. Então tivemos até alguns outros que vimos no YouTube, como esse cara, Yannick, algo assim, não me lembro. Mas vi vários vídeos de músicos tocando em lugares lindos. E acho que, para nós, o YouTube sempre foi algo muito importante, algo muito importante para os nossos fãs. Foi uma grande conquista para nós, novos fãs, ao longo dos anos. E queríamos compartilhar as músicas novas, as originais também, com a base de fãs do YouTube. Mas queríamos fazer algo realmente especial que chamasse a atenção deles. Sabe o que quero dizer? Então, primeiro, fazer ao ar livre, em um cenário incrível na Califórnia, onde moramos, e depois fazer um vídeo longo, quase como um filme. Esses são os elementos que queríamos ver acontecer. Então, estamos muito animados com isso. Honestamente, correu tão bem que acho que tentaremos fazer isso cada vez mais no futuro. A mistura de psicodelia com soul, funk e rock trouxe novas camadas ao som da banda. Como foi explorar essas texturas modernas e ainda manter a identidade do The Main Squeeze? Foi ótimo, muito libertador e muito divertido explorar um novo lado de nós mesmos. A música psicodélica sempre foi um gênero importante para mim. Sou um grande fã dos Beatles e Jimi Hendrix e de muita coisa daquela época, mas também de música psicodélica ainda mais moderna, como Tame Impala, que é uma grande influência. Então, houve diferentes influências com as quais conseguimos nos conectar em músicas que realmente amamos. Foi simplesmente incrível poder explorar isso. E acho que outra coisa que fizemos de diferente foi que, em cada álbum, nos sentávamos juntos em uma sala, os cinco, e começávamos a criar isso. E isso aconteceu com algumas das músicas, mas apenas algumas. Desta vez, tentamos algo novo, onde eu criava algo sozinho no meu próprio quarto, no meu próprio ambiente de gravação, não uma música inteira, mas apenas um esboço. E então enviava isso para o Rob, nosso baixista, e ele adicionava mais. Depois, ele enviava para o Smiley, nosso tecladista, e ele adicionava mais. E, por fim, o Ruben tocava a bateria, e então nos reuníamos e compúnhamos uma música para acompanhar a faixa. Só depois íamos para o estúdio e gravávamos tudo juntos novamente. Mas esse processo de trabalhar sozinhos juntos foi realmente libertador e divertido. E acho que é sempre importante, como disse, continuar tentando coisas novas para que não fique estagnado. E todos vocês moram na Califórnia? Sim, então na época todos nós morávamos na Califórnia, exceto o Rob, que está em Nevada, é bem perto, umas três horas de carro. Eventualmente, o Corey também se mudou para Nevada. Então é como se todos morássemos muito perto, mas ainda fazia sentido ficar trocando ideias. Isso acabou sendo uma força e um presente, porque era o que precisávamos para encontrar algo novo. A química entre vocês é frequentemente citada como uma das forças do grupo. Como essa conexão se desenvolveu desde os tempos de universidade até os grandes palcos de hoje? O nosso segredo é que somos boas pessoas. Nós nos importamos uns com os outros como
Entrevista | Ziggy Alberts – “Yago Dora é meu surfista favorito”

Pela primeira vez no Brasil, o músico australiano Ziggy Alberts sobe ao palco do Cine Joia, em São Paulo, neste sábado (28), às 20h, para um show único e intimista. Conhecido por suas canções que misturam folk, surf music e mensagens ambientais, o artista desembarca no país diretamente do México e promete uma noite repleta de boas vibrações. Ainda há ingressos disponíveis. “Minha expectativa é de muita dança, muita música, muitas vibrações positivas”, resume Ziggy, bem-humorado, apesar do cansaço da longa viagem. “Dormimos umas duas horas desde que chegamos. Mas espero ter a melhor noite de sono da minha vida hoje à noite”, brinca o cantor, que passou o dia em entrevistas e, mesmo exausto, já teve tempo de experimentar um autêntico churrasco brasileiro. Na conversa com o Blog n’ Roll, Ziggy Alberts compartilhou que, embora ainda não tenha explorado a cidade, já teve boas experiências gastronômicas e espera por mais aventuras nas próximas 24 horas. Ligado ao Brasil também por amizades, o músico revelou que mantém contato com o cantor Vitor Kley e já teve a oportunidade de cantar ao lado de outra artista brasileira, Tainá, atualmente radicada em Lisboa. Confira a íntegra da entrevista de Ziggy Alberts abaixo. Como está a expectativa para o show em São Paulo? Minha expectativa é que eu tenha a melhor noite de sono da minha vida hoje à noite, porque dormimos umas duas horas desde que chegamos. Pegamos o avião, tiramos um cochilo e passamos o dia inteiro em entrevistas. Então, minha expectativa é uma boa noite de sono. No sábado (hoje), minha expectativa é de muita dança, muita música, muitas vibrações positivas. Você veio direto da Austrália ou estava em outro país? Viemos do México, Cidade do México. Mas voamos à noite, quando deveríamos dormir, mas com o voo, já era de manhã quando chegamos. Então, simplesmente dissemos que não dormiríamos. Então você não teve a chance de explorar a cidade? Ainda não, mas comemos um churrasco muito bom. Minha exploração já começou, tivemos uma grande aventura e talvez possa ter ainda mais aventuras gastronômicas nas próximas 24 horas. Na nossa última entrevista, você me disse que é amigo do Vitor Kley. Ele te apresentou a outros músicos brasileiros? Ainda não. Ainda não, mas tem uma garota que mora em Lisboa agora e o nome dela é Tainá. Ela parece estar fazendo um enorme sucesso, o que é muito bom para ela. E ela é brasileira. Eu a conheci por estar em Portugal. E cantamos juntos no palco. Então, obviamente, estou muito feliz em conhecer mais músicos brasileiros também. Você vê algum paralelo entre o Brasil e a Austrália? Na sua opinião, onde as duas culturas se cruzam? Oceano, sol, comida, socialização. É, eu acho que são realmente a mesma coisa, a mesma coisa, mas diferentes, sabe? E o Brasil e a Austrália têm compartilhado alguns rios icônicos para o surfe nos últimos anos. Você acompanha o circuito mundial de surfe? Tem algum atleta favorito? Acho que meu atleta brasileiro favorito é provavelmente o Yago Dora. Acho que ele está no circuito mundial agora e tem um desempenho muito bom. Ele é um ótimo agente livre, mas também está tendo muito sucesso diante de seus competidores. Então, se eu escolher um, esse é meu surfista favorito. Você consegue surfar durante seu tempo livre? Tento surfar o máximo que posso durante meu tempo livre. Até tive a sorte de surfar em um rio no Canadá. Pegamos um jet ski e fomos para uma onda secreta louca. E foi muito divertido surfar em uma corredeira. Se você fosse montar uma banda dos sonhos, quem você escolheria para vocal, guitarra, baixo e bateria? Matt Corby para vocal (descoberto no Australian Idol), James Bay na guitarra, Paulie Bromley, o Paulie B (The Beautiful Girls), que é meu colega, no baixo, e o meu amigo Nick Saxon na bateria. Quais são os três álbuns que mais moldaram sua música e o que os torna tão impactantes? Every Kingdom, de Ben Howard, mudou minha visão. Telluric, de Matt Corby, é outro álbum marcante. Hosea, do Hosea, fecha essa lista.
Lewis Capaldi ressurge com o single poderoso Survive; ouça!

Após dois anos longe dos holofotes, Lewis Capaldi faz hoje seu tão aguardado retorno com o single Survive, um hino ousado e corajoso que reflete um período desafiador de sua carreira, que teve um momento extremamente difícil, mas também especial e de união, durante o Glastonbury 2023, quando o público do Palco Pyramid o ajudou a concluir sua apresentação. “Na maioria das noites eu temo não ser o suficiente, já vivi muitas segundas-feiras em que simplesmente não consigo me levantar”, canta Capaldi em uma faixa poderosa, emocionante e brutalmente honesta, que aborda os desafios da saúde mental, da dúvida e do desespero, mas que reage com um refrão cheio de resistência e superação: “Juro por Deus que eu vou sobreviver, nem que isso me mate. Eu vou levantar e tentar, nem que seja a última coisa que eu faça”.
Yungblud revela primeira parte de álbum ambicioso; ouça Idols

Um dos artistas mais cativantes dos últimos anos, Yungblud lançou seu quarto álbum de estúdio, considerado até agora o projeto mais ambicioso de sua carreira. Intitulado Idols, o álbum é a primeira parte de um projeto duplo (com a data de lançamento da segunda parte ainda a ser anunciada) e marca um verdadeiro rito de passagem para o artista de 27 anos, cujos dois últimos álbuns alcançaram o primeiro lugar nas paradas do Reino Unido e cujo catálogo já acumula 6 bilhões de streams globais. O projeto de 12 faixas foi gravado em Leeds, com uma equipe reduzida: além de Yungblud, participaram Matt Schwartz (seu parceiro de longa data na composição e produção), o guitarrista Adam Warrington e o multi-instrumentista Bob Bradley. “A gente some num piscar de olhos, e a vida é preciosa e passa rápido. Não esqueça de vivê-la”, disse o cantor. “Ghosts foi uma das minhas partes favoritas de tudo o que escrevemos nesse álbum. Eu simplesmente deixei minha imaginação fluir. A inspiração veio da ópera, mais especificamente de The King and I. Todo mundo achou que eu estava maluco quando citei isso durante uma sessão de gravação de rock. Mas f*da-se. Isso é Idols!”, completou.
Brian Wilson, líder e cofundador do Beach Boys, morre aos 82

Líder e cofundador da banda Beach Boys, Brian Wilson morreu aos 82 anos. A informação foi confirmada pela família do músico nas redes sociais. “Estamos de coração partido em anunciar que nosso amado pai, Brian Wilson, faleceu. Estamos sem palavras. Por favor, respeitem nossa privacidade neste momento. Nossa família está de luto. Sabemos que compartilhamos nosso luto com o mundo”, afirma a publicação. A causa da morte não foi divulgada. Brian Wilson foi diagnosticado com um distúrbio neurocognitivo semelhante à demência no início de 2024. Em maio do ano passado, ele foi colocado sob tutela legal após se tornar “incapaz de cuidar de si mesmo”. Por mais de seis décadas, a música dos Beach Boys tem sido parte indelével da história americana. Suas brilhantes harmonias transmitem simples verdades através de arranjos musicais sofisticados e pioneiros. Os Beach Boys transcenderam sua música e passaram a representar a cultura californiana, oferecendo aos fãs ao redor do mundo um passaporte para vivenciar o amor, a exuberância da juventude e a cultura do surfe. Formada em Hawthorne, Califórnia, em 1961, os membros do Beach Boys eram originalmente os três irmãos adolescentes, Brian, Carl e Dennis Wilson, seu primo Mike Love, e o amigo da escola Al Jardine. Em 1962, o vizinho David Marks entrou no grupo quando Jardine saiu para ir para faculdade. Os Beach Boys assinaram com a Capitol Records em 1962 e lançaram seu primeiro álbum, Surfin’ Safari, naquele mesmo ano. Jardine voltou ao grupo no verão de 63 e Marks saiu. Em 1965, Bruce Johnson se juntou à banda quando Brian Wilson se aposentou das turnês para se concentrar em compor e produzir para o grupo. The Beach Boys é uma das bandas mais aclamadas pela crítica e de maior sucesso comercial de todos os tempos, com mais de 100 milhões de discos vendidos mundialmente. Entre a década de 1960 e hoje, o grupo teve mais de 80 músicas nas paradas mundiais, 36 delas no Top 40 dos EUA (o maior número atingido por uma banda de rock do país), e quatro no topo da Billboard Hot 100. Sua influência sobre outros artistas vai além dos gêneros e dos movimentos musicais. Inúmeros artistas citaram Pet Sounds como inspiração para criar suas próprias obras-primas musicais. A Rolling Stones classificou o Pet Sounds em 2º lugar na lista dos 500 Maiores Álbuns de Todos os Tempo, e os Beach Boys em 12º lugar na lista dos 100 Maiores Artistas de Todos os Tempos. Introduzidos no Hall da Fama do Rock & Roll em 1988 e premiados com o Recording Academy’s Lifetime Achievement do Grammy (Prêmio Grammy de Contribuição em Vida), os Beach Boys seguem excursionando pelo mundo.
Tosco libera videoclipe de Casa de Nóia; assista!

A banda santista Tosco lançou um videoclipe para a faixa Casa de Nóia, um dos destaques do terceiro álbum Agora É a Sua Vez (2023). Este álbum apresenta uma catarse sonora ainda mais intensa, tanto na produção quanto nas composições, criatividade e brutalidade — além, é claro, das letras ácidas em português, carregadas de puro ódio contra tudo e todos que corrompem e destroem a sociedade. Com um crossover feroz que une thrash metal, hardcore e groove metal, o Tosco mostra, em pouco mais de quatro minutos, porque é uma das bandas mais explosivas do underground nacional. Gravado com cenas ao vivo, o vídeo entrega intensidade, precisão e uma performance arrebatadora — com destaque para os riffs certeiros e a cozinha poderosa, que sustenta a fúria lírica de um tema urgente: os efeitos destrutivos do vício em drogas e a degradação humana que ele acarreta. Casa de Nóia foi originalmente composta para o álbum de estreia, Revanche (2018), mas acabou ficando de fora. Ressurgiu com força total nos momentos finais de produção de Agora É a Sua Vez, ganhando uma nova roupagem e se tornando um dos hinos mais pesados da atual fase da banda. A sonoridade da faixa remete à velocidade brutal de Reign In Blood com o peso denso de Seasons in the Abyss, ambos do Slayer — influência marcante do grupo.