Death to All confirma quatro shows no Brasil em janeiro de 2026

O projeto Death to All, formado por ex-integrantes do icônico grupo norte-americano Death, confirmou uma turnê no Brasil em janeiro de 2026. As apresentações celebram os aniversários de dois álbuns fundamentais da banda: Spiritual Healing (35 anos) e Symbolic (30 anos). A excursão, produzida pela Overload, passa por quatro cidades: Porto Alegre (20/01, Opinião), Curitiba (21/01, Tork n Roll), São Paulo (24/01, Carioca Club) e Belo Horizonte (25/01, Mister Rock). Os ingressos já estão disponíveis. A formação conta com nomes históricos do Death: Gene Hoglan (bateria), Steve DiGiorgio (baixo) e Bobby Koelble (guitarra), além de Max Phelps (guitarra e vocais, ex-Cynic). Juntos, eles revisitam duas fases distintas, mas igualmente marcantes da obra de Chuck Schuldiner. “Chegou a hora de comemorar alguns marcos do catálogo do Death. São 30 anos de Symbolic e 35 anos de Spiritual Healing! Vai ser um prazer representar esses dois álbuns”, afirmou Hoglan. Ele reforça ainda que os shows serão uma homenagem especial a Schuldiner: “Será uma noite incrível homenageando o grande Chuck, como só o Death to All sabe fazer”. Lançado em 1995, Symbolic trouxe um Death mais progressivo, técnico e melódico, com clássicos como “Crystal Mountain”, “Empty Words” e a faixa-título. Já Spiritual Healing (1990) marcou uma virada lírica e musical, ao abordar temas sociais em letras densas e riffs mais elaborados, sem perder a agressividade característica. Com esse repertório, o Death to All promete noites históricas para os fãs brasileiros de metal extremo. Mais informações sobre ingressos, clique aqui.
Chet Faker lança “Inefficient Love” e se prepara para show no Rock The Mountain

O cantor e compositor australiano Chet Faker, uma das principais atrações do Rock The Mountain, acaba de lançar a faixa Inefficient Love. Intimista e delicada, a canção reflete sobre vulnerabilidade e conexão, trazendo a voz suave de Nick Murphy, nome por trás do projeto, acompanhada por um violão minimalista. Sobre o processo de criação, Murphy contou que a música surgiu de forma espontânea. Inefficient Love foi uma daquelas canções que simplesmente aparecem. Eu estava no sofá, peguei o violão e toquei tudo em uns cinco minutos. Parece antiga, e eu amo isso”, explicou. Chet Faker ganhou projeção mundial em 2011 com o EP Thinking in Textures e consolidou sua carreira com o álbum Built on Glass (2014), que estreou em primeiro lugar na Austrália e rendeu sucessos como Gold e Talk Is Cheap, vencedor de cinco prêmios ARIA. Sua colaboração com Flume em Drop the Game também ampliou sua base de fãs. Após lançar discos sob o próprio nome e retomar a persona Chet Faker em Hotel Surrender (2021), Murphy voltou em julho com o single Far Side of the Moon. Agora, com Inefficient Love, reafirma a versatilidade e autenticidade que conquistaram ouvintes no mundo todo, incluindo os brasileiros, que poderão vê-lo novamente no Rock The Mountain. O festival acontecerá em dois fins de semana, de 31 de outubro a 2 de novembro e de 7 a 9 de novembro, em Itaipava, na Região Serrana do Rio de Janeiro.
Monica Casagrande lança versão de “Fullgás” e anuncia disco para 2026

A cantora e compositora paulista Monica Casagrande acaba de apresentar sua versão para “Fullgás”, clássico de Marina Lima. O single marca o início do projeto Corpo Coral, que terá seu álbum completo em 2026 e inaugura uma nova fase na carreira da artista. Depois de quatro discos autorais, Monica se volta agora à obra de grandes compositoras brasileiras e internacionais, assumindo cada música como uma nova pele. “Escolhi começar por Fullgás porque ela traduz a energia vital do disco. É intensidade pura, é viver o agora sem reservas”, explica a artista. Com produção musical de Alexandre Elias, a faixa mantém a atmosfera sofisticada dos anos 80, mas ganha elementos contemporâneos em arranjo de baixo, bateria eletrônica e sintetizadores. A voz de Monica assume o protagonismo sem buscar imitar Marina, e sim estabelecer um diálogo de força feminina entre intérprete e compositora. O lançamento chega acompanhado de videoclipe dirigido por Di Tateishi e Nora Jasmin. Gravado em clima intimista, o vídeo recria a sensação de um pequeno show em sala fechada, com microfone vintage, tapetes persas e iluminação vermelha intensa que simboliza o fogo da canção. Em cena, Monica divide o espaço com backing vocals e dançarinas, reforçando a dimensão coletiva que orienta o projeto. Corpo Coral nasce como um rito de passagem artístico. Cada canção será apresentada como uma “troca de pele”, inspirada em arquétipos femininos. O álbum será revelado faixa a faixa até 2026, mais como um processo de encarnação do repertório do que como simples releituras. “Quando canto essas músicas, não é sobre nostalgia. É sobre me colocar no centro da narrativa e viver a intensidade como potência política e poética”, diz Monica. Com uma trajetória que mistura jazz, MPB, soul e blues, a artista já lançou os álbuns Cárcere do Carcará (2019), Encruza Miramar (2022), Saudades Tropicais (2024) e Maré Bruta (2025). Seus clipes somam mais de meio milhão de visualizações e conquistaram ouvintes no Brasil e fora dele. Agora, com Corpo Coral, Monica abre um ciclo que a afirma como intérprete visceral de um repertório que atravessa desejo, intensidade e transformação.
André Rossi lança o single “Foda-se” e reflete sobre os desafios do rock independente

O rock nacional ganha um novo grito de liberdade com o lançamento de “Foda-se”, single de André Rossi que chegou nesta sexta-feira (26) em todas as plataformas digitais pelo selo Base Company. A faixa vem acompanhada de videoclipe dirigido por Lucca Mendonça e pelo próprio artista, gravado na BASE.CO, em São Paulo. Com apenas 25 anos, Rossi já é apontado como uma das novas apostas do gênero no Brasil. Nascido em Muzambinho, no interior de Minas Gerais, ele se mudou para São Paulo em busca de expandir horizontes e transformar em realidade o sonho de viver da música. “Eu sentia que já tinha explorado tudo na minha região, os mesmos bares, as mesmas pessoas. Vim para São Paulo porque aqui eu encontrei uma galera que me entende mais e porque o centro cultural do rock e do skate está aqui”, conta em entrevista ao Blog N’ Roll. O novo single é um manifesto contra pressões externas e julgamentos. “O refrão já diz: ‘Foda-se a sua intenção, me entrego de alma e coração’. É sobre se entregar pro teu sonho, não se prender a opiniões e não viver refém da validação dos outros. É um grito de liberdade”, explica o cantor. Com sonoridade explosiva que remete ao pop punk dos anos 2000, a música carrega influências de Blink-182, Sum 41 e Offspring. Desafios de um artista independente Apesar da energia da novidade, a caminhada de um artista independente não é simples. Rossi lembra que, mesmo com as plataformas digitais, a sustentabilidade da carreira exige criatividade e resiliência. “Hoje em dia o Spotify não banca a carreira do artista independente. O YouTube não banca a carreira do artista independente. E malemar as casas de show conseguem pagar. O maior desafio é o financeiro”, desabafa. A saída foi se reinventar. Antes de consolidar seu espaço na cena musical, o cantor trabalhou em produção de festivais como Lollapalooza e The Town, além de ter se formado em Publicidade e Propaganda para se manter em São Paulo. “Eu fazia trabalhos de design, de produção, tudo pra conseguir sustentar o sonho”, relembra. Ainda assim, Rossi acredita que as redes sociais abriram novas possibilidades. “Hoje a gente tem muito as redes a nosso favor. Mostrar a visão, as ideologias, é um caminho pra se conectar com o público. Mas como objetivo maior, acho que é abrir pra uma banda grande e depois ser headliner de um festival foda. Esse é o sonho”, afirma. Caminho para o primeiro álbum “Foda-se” é apenas o começo do próximo capítulo da trajetória de André Rossi. O cantor prepara o disco “Errado é Não Correr o Risco”, que trará 11 faixas inéditas. “O álbum fala sobre a minha luta de ter saído do interior e corrido atrás do meu sonho. Errado seria não tentar. É um trabalho que mistura pop punk, ska, hardcore, surf music, tudo que consumi na vida inteira. É um disco de rock no sentido mais amplo”, adianta. Animado com a nova fase, Rossi resume seu momento em uma frase: “Quero que a galera se sinta representada nesse grito de liberdade. Porque, no fim das contas, errar seria não correr o risco”.
Entrevista | Aléxia – “Participar da turnê com o The Calling é uma oportunidade que muitas bandas independentes adorariam”

A cantora e compositora Aléxia vive um dos momentos mais importantes de sua carreira. Em outubro, ela será a atração convidada em quatro shows da turnê da banda norte-americana The Calling no Brasil, passando por Curitiba, Santo André, Belo Horizonte e Brasília. Além disso, a artista mantém uma agenda intensa como atração principal em cidades do interior e litoral paulista, como Sorocaba, Santos e Tatuí. Em entrevista ao Blog n’ Roll, Aléxia contou sobre a expectativa de dividir o palco com um grupo que marcou gerações, falou do novo single Monstro e revelou os próximos passos da carreira, incluindo a preparação de seu primeiro álbum. Imagino que para a geração 2000 é sempre uma vitória estar abrindo shows como esse, né? Como você recebeu esse convite? Nossa, eu fiquei extremamente feliz, emocionada e honrada. Porque uma banda como o The Calling marcou a geração 2000 e influenciou muita gente que veio depois, inclusive nós. Então eu fiquei realmente honrada. Parece que ainda não caiu a ficha, acho que só quando estiver acontecendo vai cair de verdade. No Brasil é sempre uma missão difícil abrir shows. O que você está preparando para essa apresentação? Vai focar mais no lado autoral ou nas versões? O que o público pode esperar do repertório? Quero dar bastante ênfase para o autoral nesse show. Acredito que o principal objetivo é realmente poder mostrar o meu trabalho para as pessoas. Participar dessa turnê é uma oportunidade que muitas bandas independentes adorariam. Então quero aproveitar ao máximo para apresentar minhas músicas. Vou incluir duas ou três versões, dependendo da cidade, mas o set será formado principalmente pelas minhas autorais. Também penso em colocar alguma música nova que ainda não lancei, como uma surpresa. E se por algum motivo fluísse bem o relacionamento de vocês na turnê, existe alguma música do The Calling que você gostaria de dividir o palco com o Alex Band? Com certeza. A “Stigmatized”. É uma música que eu gosto muito e adoraria se ele me chamasse para cantar. Seria incrível. Você foi recentemente ao ensaio aberto da Pitty para o The Town na Audio. A Pitty é da Bahia, você é de Apiaí, interior de São Paulo. Quais os desafios de ser mulher e fora das principais cidades no rock? Como você enxerga esse cenário no Brasil? Aqui no interior a gente tem uma grande predominância do sertanejo, e o público não consome tanto rock. Existe essa dificuldade de levar as pessoas para os shows. Em São Paulo capital já acontece muito mais coisa, mas nós mulheres ainda precisamos ultrapassar grandes barreiras. Acho que já melhorou bastante, hoje vemos muitas bandas e artistas femininas como a Eskrota, The Mönic, Giovanna Moraes e Crypta, todas fazendo um baita trabalho. Mas ainda sinto falta do protagonismo, de ver festivais e eventos realmente liderados por mulheres. Também é importante o apoio da cena, de artistas que já estão consolidados. Existe muita artista feminina no underground, mas ainda há uma barreira grande. Torço para que uma dessas mulheres consiga estourar essa bolha. Hoje temos a Pitty no mainstream, mas seria incrível se tivéssemos muitas outras. Temos inclusive aqui em Santos um evento chamado Chiquinha Gonzaga, organizado pela Carla Mariani, que dá visibilidade apenas para atrações femininas. Sempre é bom ver esse caminho sendo construído. Você mesmo começou cedo na música e só profissionalizou recentemente. Qual foi o momento em que decidiu investir de vez na carreira? Eu cheguei a fazer faculdade de veterinária e trabalhei na área, mas a música sempre foi um sonho. Há quatro anos surgiu a oportunidade de cantar numa banda chamada Cherry Bomb. Eu agarrei esse convite, mesmo sendo uma banda cover de bar, porque era o que eu queria fazer. Depois começamos a compor autorais e o trabalho foi crescendo. Quando percebi que a música já estava me trazendo frutos, inclusive financeiros, maiores do que a veterinária, larguei a outra carreira para seguir só com a música. Não é fácil, mas fazer o que a gente ama é muito mais tranquilo do que quando eu trabalhava como veterinária, algo que eu não gostava. É difícil definir seu som em um rótulo só. Tem rock, hard rock, emo, pop punk e até elementos eletrônicos. Como você se apresentaria para quem ainda não conhece seu trabalho? Eu costumo dizer que se você gosta de rock vai gostar, se gosta de pop também vai gostar. Meu som transita pelo alternativo, pelo rock e pelo pop. Muitas pessoas que não eram fãs de rock ou tinham preconceito acabam curtindo o meu show. Tenho fãs que são ligados às divas pop, outros ao emo, outros ao rock mais tradicional. Eu gosto de misturar várias coisas e depois fica até difícil me nichar, mas é isso que me define. Aproveitando que estamos chegando em outubro, mês do Halloween, e que você lançou o single “Monstro”. Vai aproveitar a turnê ou a data para criar algo temático? Com certeza. Teremos shows depois da turnê em que quero manter esse clima, porque é um show que estou preparando com uma vibe mais dark e gótica. Estou planejando telão, figurino e elementos de palco que tragam essa atmosfera mais monstruosa. Também quero levar essa proposta para outros shows fora da turnê. Gosto muito de Halloween e, se puder, farei até festa à fantasia. A letra de “Monstro” fala bastante sobre conflitos pessoais. Como é seu processo de composição? São histórias pessoais ou você se baseia em ficção? Normalmente escrevo sobre experiências e vivências minhas. Desde nova tenho o hábito de escrever, então costumo criar a letra primeiro, depois penso na melodia e os meninos me ajudam com os arranjos. “Monstro” fala sobre sermos colocados como vilões na história dos outros, mas também sobre reconhecermos que somos vilões das nossas próprias histórias. Muitas vezes eu mesma fui o meu próprio monstro. Quis trazer essa reflexão para a letra, com uma inspiração também na Lady Gaga, que é uma artista que admiro muito. Você já tocou em festivais importantes ao lado de
Entrevista | Hugo Mariutti – “Muita gente acha que é um disco de guitarrista, mas é um projeto diferente”

Hugo Mariutti acaba de lançar This Must Be Wrong, seu quarto álbum solo, produzido inteiramente pelo guitarrista. O trabalho sucede The Last Dance (2023), seu primeiro após o fim do Shaman, e marca uma fase em que o músico busca novas sonoridades. O primeiro show foi realizado no Sesc Santo Amaro com casa cheia e boa repercussão “ Agora é seguir divulgando, porque muita gente ainda acha que é um disco de guitarrista. É importante mostrar que é um projeto diferente.”, afirma Hugo, que encara o disco como o mais completo de sua carreira, tanto no aspecto vocal quanto nas composições. Distante do heavy metal pelo qual é amplamente reconhecido, Mariutti mergulha em influências que transitam pelo post-punk, rock britânico e elementos alternativos, sem abrir mão da bagagem construída ao longo de décadas de estrada. A faixa-título e a capa, por exemplo, reflete sobre a exaustão física e mental imposta pela sociedade atual e pela autocobrança constante, traduzindo inquietações pessoais e coletivas em forma de música. Em entrevista ao Blog N’ Roll, Mariutti falou sobre os desafios de gravar em tons mais altos sem perder a força das composições, a importância de saber equilibrar perfeccionismo e maturidade durante a produção e como influências de bandas como The Cure e New Order ajudaram a moldar esse novo momento em sua trajetória. Esse disco sucede The Last Dance e você o define como seu trabalho mais completo. Quais foram os maiores desafios, tanto na produção quanto na composição? Meu maior desafio nesse disco foi cantar as músicas no tom que eu escrevi. Algumas estão em tons mais altos e eu não quis baixar, porque poderia tirar um pouco da essência. Então tive que treinar bastante para cantar bem. Na produção eu sempre tomo muito cuidado com a gravação de voz, porque é a primeira coisa que salta para quem está escutando. Nas letras também tive muito cuidado. Reescrevi várias vezes frases que não estavam boas, voltava, refazia, regravava. O legal de estar produzindo, e com a tecnologia que temos hoje, é que isso fica mais fácil e rápido. Mas também chega uma hora em que você precisa ter maturidade para falar: é isso, está pronto. Pra quem está te conhecendo agora com esse novo trabalho, como é a sua relação com o post-punk e o rock britânico? Era algo que você já ouvia na infância? Ao longo da vida a gente passa por fases musicais. Comecei a ouvir música muito cedo por influência dos meus irmãos mais velhos. Tinha Queen, Supertramp, e depois fui para o metal, tive banda de thrash metal no começo dos anos 90, depois uma que misturava rock progressivo e jazz, ouvindo Rush, Marillion. O post-punk também esteve presente. O The Cure e o New Order tocavam muito no rádio quando eu era pré-adolescente. Eu gostava, mas como era ligado ao thrash metal, não podia assumir muito. Mais velho, você entende que tudo isso se mistura. No disco realmente dá pra perceber essas influências. E como foi o primeiro contato deste trabalho com o público no show do Sesc Santo Amaro? Foi muito legal. Bastante gente no teatro, conseguimos tocar quatro músicas do disco novo e mesclar com os quatro álbuns. A recepção foi ótima, muitas mensagens positivas. A banda é muito boa, isso ajuda muito. Agora é seguir divulgando, porque muita gente ainda acha que é um disco de guitarrista. É importante mostrar que é um projeto diferente. A faixa-título fala de exaustão física e mental. Isso tem relação com a sua vida pessoal ou foi apenas uma ideia para a letra? Tem relação comigo, mas também com muita gente. Várias vezes me peguei em casa, em dias sem compromisso, deitado, olhando pro teto, e me cobrando por não estar fazendo nada. Esse modo de vida gera exaustão mental e física. A capa reflete isso: uma pessoa sentada na praia, em paz, enquanto as pegadas mostram todo mundo indo embora, como se o certo fosse estar sempre produzindo. É uma reflexão sobre essa cobrança. Você falou sobre essa cobrança e tem a questão também sobre o ego do artista. Como foi sair da zona confortável da guitarra e focar mais na composição e produção? Eu nunca me considerei um guitar hero. Pra mim, a composição sempre foi mais importante. É claro que ganhar prêmios é legal, mas meu objetivo sempre foi ouvir as pessoas dizerem que as músicas são boas. Desde os 15 anos eu já tocava música autoral, e isso sempre foi o que me movia. Alguns podem pensar que é um disco de guitarra, mas eu gostaria que escutassem para perceber esse outro lado. Eu gosto do desafio. Nesse disco gravei quase todos os instrumentos, menos a bateria. É sempre uma evolução pessoal, quase uma terapia. Seus trabalhos mais famosos foram com Shaman, Viper e André Matos e são bem diferentes. O que dessas bandas reverbera agora na sua carreira solo? É muito diferente do que eu fazia nas outras bandas. Não tem como soar igual, e eu também não quis. Se fosse para fazer algo parecido com Shaman, André ou Viper, não teria sentido. O trabalho solo é para ser diferente. Mas como sou eu escrevendo, alguma coisa acaba aparecendo. Escrevi muita coisa no Shaman e na carreira solo do André. Já ouvi gente dizer que certa linha de voz poderia ser cantada pelo André, por exemplo. Pode ser inconsciente, porque essas pessoas me influenciaram muito. Falando da sua carreira, não dá pra fugir da pergunta: qual a sua história com a Flying V? Essa é legal. A segunda guitarra que tive na vida foi uma Flying V. Na época era muito difícil ter instrumentos importados no Brasil. Gravei o primeiro disco do Shaman com uma Gibson do produtor, Sasha, mas logo depois um amigo me ligou de uma loja em São Paulo e disse que tinha uma Flying V com ótimo preço. Testei e comprei. Foi a guitarra que usei na fase de maior sucesso do Shaman, então ficou marcada. Tenho ela
Alexandre Beltramini lança “Bença” e marca recomeço na música

Perda, saudade e amor se encontram em “Bença”, novo single de Alexandre Beltramini. A faixa chega como ponto de virada na trajetória do cantor e compositor, que escolheu justamente essa canção para marcar seu retorno à música. Escrita há quatro anos, ao piano, a música nasceu em um momento de luto e de reflexão sobre a fragilidade da vida. O artista conta que a faixa é a mais honesta para simbolizar esse recomeço, já que trouxe de volta sua conexão com a própria música. O título, inspirado em uma palavra de despedida, reforça a carga emocional do trabalho. Com arranjos que misturam sintetizadores e orquestra, Beltramini constrói uma atmosfera delicada e intensa, em sintonia com referências como Sufjan Stevens, Keaton Henson, City and Colour e Los Hermanos. A letra resume em três palavras o eixo emocional do single: perda, saudade e amor. Para o músico, os dois primeiros sentimentos são “o preço do terceiro”. Além de marcar seu retorno, “Bença” também reflete sobre a música em tempos de inteligência artificial. O artista enxerga a faixa como uma afirmação de que é a fragilidade humana que dá sentido à arte. O lançamento deve agradar fãs de Tim Bernardes, Terno Rei e Ale Sater, principalmente aqueles que buscam canções introspectivas, carregadas de silêncio e emoção. Quem é Alexandre Beltramini Desde o disco de estreia A Janela do Quarto (2015), Alexandre Beltramini constrói uma trajetória marcada pela intimidade, pelo peso da palavra e por arranjos que equilibram delicadeza e intensidade. Sua sonoridade transita entre o pop alternativo e a canção brasileira, com ecos do indie, do emo e da MPB contemporânea. Além de compositor e intérprete, Beltramini também assina a produção musical de seus trabalhos, o que garante uma identidade autoral e coesa à sua discografia. Seu repertório ainda traz releituras de grandes nomes da música brasileira, sempre com sensibilidade e personalidade próprias. Foto de Capa: Luiza Bola
Spotify lidera preferência dos brasileiros em serviços de streaming musical, aponta pesquisa

O Spotify é a plataforma de streaming musical mais popular entre os brasileiros das classes A, B e C, de acordo com pesquisa da Nexus. O serviço foi escolhido como favorito por 78% dos entrevistados, ficando à frente do YouTube Music (64%) e do Deezer (32%). O levantamento ainda mostra que oito em cada dez brasileiros dessas classes usam algum serviço de streaming, seja em versão paga ou gratuita. Na versão gratuita, o YouTube Music aparece como destaque, utilizado por 41% dos entrevistados. Já no modelo pago, o Spotify domina com 23% de assinantes, índice maior entre pessoas com ensino superior completo e das classes mais altas. O estudo mostra ainda que o gasto médio com assinaturas de música é de até R$ 50 mensais para 52% dos usuários, mas consumidores entre 45 e 60 anos tendem a investir mais, com 42% gastando de R$ 51 a R$ 100. O impacto do streaming nas mídias físicas O levantamento também aponta o impacto do streaming nos formatos físicos. Metade dos brasileiros das classes A, B e C diminuiu ou abandonou o consumo de CDs e LPs depois da assinatura desses serviços. Entre os Baby Boomers, com idades entre 61 e 79 anos, 76% afirmaram ter reduzido ou deixado de vez o hábito de ouvir discos. Já entre Millennials e Geração Z, esse índice cai para 36%, mas cresce o interesse em adquirir CDs e LPs como itens de colecionador. Para Marcelo Tokarski, CEO da Nexus, o resultado mostra um contraste de gerações. “Os Baby Boomers foram os primeiros a consumir música em vinil e CD, mas hoje são os que mais abandonaram esses formatos, em busca da praticidade do streaming. Por outro lado, os mais jovens, que já nasceram no digital, enxergam os discos físicos como um item especial, algo que complementa a experiência musical.” A variedade de músicas foi o principal motivo citado para adesão ao streaming, lembrado por 57% dos entrevistados e por 82% dos Baby Boomers. Em seguida vêm os conteúdos exclusivos e originais (38%) e o bom custo-benefício (37%). A pesquisa reforça que o streaming é hoje o principal meio de consumo de música no Brasil, mas que o físico mantém seu espaço como objeto de desejo e símbolo de experiência diferenciada para parte do público.
Entrevista | The Rasmus – “Estaremos no Brasil em 2026”

O The Rasmus acaba de lançar Weirdo, seu 11º álbum de estúdio, um trabalho que equilibra peso, melodia e uma mensagem de aceitação (confira o review do álbum aqui). Com faixas que vão do impacto imediato de Creature of Chaos ao intimismo de I’m Coming for You, o disco mostra a maturidade da banda finlandesa ao mesmo tempo em que resgata a energia dos primeiros anos. Nesta entrevista ao Blog N’ Roll, o vocalista Lauri Ylönen conta de maneira exclusiva que a banda voltará ao Brasil em 2026, após 8 anos, e fala também sobre a ida à Grécia para compor o álbum e sobre questões pessoais que influenciaram as letras. O que o título Weirdo representa para você e para a banda neste momento da carreira? Essa palavra sempre esteve ao meu redor. Quando eu era criança, as pessoas me chamavam assim como um insulto. Foi difícil me aceitar quando era mais jovem, com meu visual diferente, penteado, maquiagem e roupas. Mas sempre mantive meu estilo, não importava o quanto tivesse que lutar. Quero celebrar 30 anos de The Rasmus e 30 anos de ser um weirdo. Isso conta minha história e, talvez, sirva de exemplo para jovens que precisam acreditar em si mesmos. Queremos transformar essa palavra em algo positivo, e não em um insulto. Como é a cena musical na Finlândia? Aqui no Brasil, as crianças da minha sala também não me entendiam e curtiam o samba e a música sertaneja. E no seu país? A Finlândia é conhecida por rock e metal, e eu tenho muito orgulho disso. Somos uma nação pequena, com cerca de 5,5 milhões de pessoas, e mesmo assim o mundo conhece nossas bandas. É impressionante como produzimos tanta música. Acredito que o som mais sombrio da Finlândia vem do clima. Tudo por aqui é um pouco mais intenso: a comida, as bebidas, até os doces. Isso se reflete também na música. É incrível ver como os shows de rock e metal unem gerações, com pessoas de 17 a 75 anos dividindo a primeira fila. Existe uma comunidade muito forte, todos se sentem acolhidos. Grande parte das músicas foi escrita na Grécia. Como esse ambiente influenciou o som do disco? Não sei se o lugar em si influencia diretamente, mas é ótimo para escrever. Fomos cinco vezes para lá com o produtor Desmond Child. É um lugar silencioso, afastado do mundo, perfeito para se concentrar. A ilha em que ficamos tem centenas de capelas brancas espalhadas pelas montanhas, o que dá uma atmosfera espiritual especial. A natureza é dura, seca, cheia de oliveiras, bem diferente da Finlândia. Eu gosto muito da Grécia. Você citou Desmond Child, mas o álbum também teve outro grande nome, o Marty Frederiksen. O que mais aprendeu com eles? Ambos são fantásticos, verdadeiras lendas. Desmond trabalhou com Kiss, Aerosmith, Bon Jovi, Alice Cooper. Marty, com Ozzy Osbourne e também Aerosmith. É incrível tê-los produzindo nossa música, já que sempre me considerei parte de uma pequena banda. Acho que eles gostam de trabalhar conosco porque temos um som diferente. Desmond chegou a dizer que certas melodias nossas nunca apareceriam nos Estados Unidos, mas que eram únicas do The Rasmus e muito especiais. Trabalhar em Nashville, em um grande estúdio, foi uma experiência inesquecível. Weirdo traz elementos de nu metal, pop, indie rock, mas ainda soa como The Rasmus. Como é se reinventar sem perder os fãs de longa data? Nossos fãs já estão acostumados a não saber o que esperar. Sempre fazemos música que nos deixe felizes primeiro. Já experimentamos sons eletrônicos, como no álbum Dark Matters, que talvez não tenha sido o melhor, mas foi essencial para nossa trajetória. Queremos ter uma carreira longa, e isso exige explorar novos caminhos. Agora senti vontade de trazer de volta as guitarras e o som mais pesado. Tivemos grandes riffs como base e contamos com produtores incríveis. Além de Desmond e Marty, trabalhamos com Joseph McQueen, de Los Angeles, que trouxe um toque moderno ao disco. E sobre os fãs brasileiros? O que eles podem esperar do setlist da turnê Weirdo? O Brasil está nos planos? Sim, mas só no próximo ano. Este ano já está todo planejado para a Europa e alguns shows no México. Em 2026 vamos fazer América Latina, Estados Unidos, Austrália e muitos outros lugares. Não posso dar mais detalhes agora, mas o Brasil está confirmado. Alguns fãs interpretaram a música Rest in Pieces como se falasse da saída da Pauli da banda. Pode falar mais sobre isso? Prefiro não citar nomes, mas essa música é pessoal sim. É sobre um velho amigo que me traiu. Acho que todos já passaram por isso, confiar em alguém e se decepcionar profundamente. Escrevi essa faixa no fim do processo de gravação, quase sozinho, e senti que precisava estar no álbum. Acabou se tornando o primeiro single. Para encerrar, pode deixar uma mensagem para os fãs brasileiros? Pessoal do Brasil, desculpem não conseguirmos ir este ano, mas em 2026 estaremos aí. Espero que possamos tocar em muitos shows e encontrar todos vocês. Até breve, cuidem-se.