Procurando por uma banda nova, autoral e com um trabalho original? Deadman Dance é um power trio paulista que mescla bateria, baixo e, fazendo as vezes de guitarra, um violino altamente distorcido.
Do flerte com o grunge, stoner rock, punk e música brasileira, surge uma sonoridade única que pode ser conferida no EP de estreia do projeto, Ticking Clocks pode ser ouvido abaixo.
Foi apenas questão de tempo para que o violinista Eduardo Geraissate visse seu trabalho solo, inicialmente instrumental, contar também com letras – inclusive a que originou o nome Deadman Dance -, a bateria de Rafaela Antonelli e, por fim, o baixo de Henrique Codonho.
Mas a jornada de Deadman Dance começou bem antes. Eduardo teve seu início na música erudita aos 17 anos, tocando violino em orquestras, óperas e diversas formações dentro do estilo. Após integrar um trio de música instrumental brasileira, optou por seguir o caminho da música popular e a intensificar sua ligação com o rock.
Deadman Dance erudito
“Desde meu começo no violino e depois na faculdade de música, eu fiquei imerso na música clássica que é inerente do instrumento. E ao longo desse tempo todo, ouvi diversas coisas como ‘você começou a tocar muito velho’, ‘você não toca tão bem assim’, ‘já pensou em mudar de instrumento?’. Quando eu decidi por começar o projeto, era algo solo, para dar vazão à ideias que eu carregava dentro de mim, mas que não tinha pra onde jogar. Iniciei fazendo loops sozinho, melodias, harmonias, até que resolvi enfiar uma letra, retomando um hábito de escrever que eu tinha deixado pra trás, quando comecei a estudar música. Só que eu sempre gostei da energia do rock, da crueza, quase um tapa na cara”, conta Eduardo.
De projeto solo a coletivo, Deadman Dance se consolidou na sua atual formação em 2018. A proposta do grupo é desconstruir o formato clássico de um trio de rock. Em resumo, isso acontece quando usa o contraste de sonoridades cruas com o caráter inovador do violino.
“As nossas influências vem desde Nirvana, Queens of the Stone Age, Radiohead, Far From Alaska, Joy Division, quanto da música popular brasileira. O nosso som vai no contrário da música de orquestra, sendo direto, rápido e agressivo em boa parte das vezes. Aqui o violino abandona o conceito de instrumento melódico, cuidando na maioria das vezes da parte harmônica, com o baixo fazendo as melodias entremeadas. A bateria aparece e costura tudo com precisão, preenchendo as frestas que ficam em aberto e dando o ritmo das músicas”, entrega Geraissate.