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Foto: Luan Cardoso

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Entrevista | Ayrton Montarroyos – “Minha tia sempre exigiu muito respeito pelo palco e público”

A música pernambucana sempre nos brindou com grandes cantores. Em outras gerações, Alceu Valença, Reginaldo Rossi, Chiquinha Gonzaga, Luiz Gonzaga, Lenine, Dominguinhos, Chico Science e Otto conquistaram o País. Hoje, a produção local segue com tudo. Depois de Johnny Hooker e Matheus Torreão darem uma nova cara para a MPB, chegou a vez de Ayrton Montarroyos.

O jovem cantor pernambucano lançou, na última semana, o disco Um Mergulho no Nada, acompanhado do músico Edmilson Capelupi no violão 7 cordas, no Sesc 24 de Maio, em São Paulo. São novas leituras de Chico Buarque, Dorival Caymmi e Tom Jobim.

“Comecei minha ligação com a música aos 11 anos, cantando em sarau, rodas de choro, incentivado pela minha tia. Sempre fui uma criança esquisita, escutava muito Dalva de Oliveira e Evinha, que se tornou minha amiga. Ouvia o trabalho delas com 5, 6 anos”.

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Cantando em eventos e saraus, o jovem de 23 anos descobriu que poderia ganhar dinheiro com música. “Com 16 anos, fiz meu primeiro show, depois que minha tia alugou um teatro. E ela sempre exigiu muito respeito pelo palco e público”.

Ayrton Montarroyos, que ficou conhecido pela sua participação na quarta edição do The Voice Brasil, em 2015, conta que o repertório de Um Mergulho no Nada, segundo disco da carreira (o primeiro ao vivo), traz muito de referências pessoais.

“Tenho uma memória afetiva bem grande das músicas que escuto. Pé na Estrada, de Ylana e Yuri Queiroga, desde a primeira vez que ouvi, fiquei apaixonado”, conta ele sobre a faixa que abre o disco, gravada no Teatro Itália, em São Paulo, em abril de 2018.

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E as referências pessoais seguem na continuação do repertório. Brigas Nunca Mais é um bom exemplo.

“Ouvi essa música pela primeira vez na voz de Elis Regina, no álbum Elis e Tom, um disco que é tão importante para a música popular. Vou cantando o que gosto e alguma coisa vai me intuindo a cantar da forma como canto. Com base nessa intuição, que não é sobrenatural, me inspiro ouvindo muita música, vendo filmes e lendo livros”.

Celeiro pernambucano
Montarroyos acredita que mesmo com um empobrecimento na educação em todo o Brasil, Pernambuco ainda segue como um celeiro de grandes artistas.

“É incontestável. Temos na música, literatura, dramaturgia. A educação que se dá ao povo é mais pobre, o que exige das pessoas são perguntas práticas, pouco criativas, mas temos ótimos nomes”.

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O pernambucano cita os conterrâneos Ylana Queiroga, Junior Barreto, Isadora Mello e Vitor Araújo como bons exemplos.

“Temos uma gama enorme de grandes talentos. Apesar dos pesares, ainda temos. Se hoje temos um bom número, imagina nos anos 1960 e 1970”.

Indicado ao Grammy Latino, em 2013, por sua colaboração em Herivelto Martins – 100 Anos, o pernambucano conta que não pensa em compor para os próximos discos.

“Quando você não tem um dom, uma coisa que lhe salta e te inquieta, que é o meu caso, você tem que tomar muito cuidado para não ficar na vontade de ser algo. Quando você é compositor, tem um trabalho muito grande, demanda muito tempo. Intérprete não é um trabalho menor e requer muito estudo. Me empenho bastante, sou perfeccionista, detalhista”, compara.

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