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Entrevista | Paulo Miklos – “Os Mutantes foram uma influência muito importante na minha vida também”

O ano passado foi bem intenso para o guitarrista Paulo Miklos. Meses após deixar o Titãs, banda que ajudou a fundar e permaneceu por mais de três décadas, o músico anunciou o lançamento do seu terceiro disco solo, A Gente Mora No Agora, o primeiro totalmente sem influências diretas do Titãs.

O trabalho foi muito bem recebido pelos fãs e crítica, que incluiu o lançamento entre os melhores do ano. Tal como aconteceu na lista anual de A Tribuna, publicada em dezembro passado.

Neste sábado, a partir das 17h30, Paulo Miklos apresentará um show acústico na Praia da Enseada, na altura do Casa Grande Hotel, em Guarujá, com entrada gratuita.

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“Vou tocar bastante coisa do A Gente Mora No Agora, além de outros clássicos como Chet Baker e Adoniran Barbosa, pelo qual inclusive me apresentei recentemente em São Paulo, num especial em sua homenagem”, comenta o músico sobre o repertório que apresentará para os fãs, amanhã.

Para o seu último trabalho, Miklos contou com várias parcerias, tanto nas composições como nas gravações. Reuniu um time de músicos mais experientes e outros que estão despontando no cenário nacional.

“O disco é de bons e proveitosos encontros, com gente muito talentosa que eu sempre admirei. Nesse sentido, eu tenho parceiros de gerações diferentes. Eu tenho o Tim Bernardes, por exemplo, que é um novíssimo representante da geração mais recente do rock and roll e da música brasileira. Mas, na outra ponta, tenho o Erasmo Carlos, que é um dos meus ídolos. Eu procurei me cercar de gente que admiro, para assim fazer essas conexões”.

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O ex-Titãs afirma que fez muito uso dos recursos tecnológicos disponíveis, para facilitar todo o processo de gravação, evitando muitos deslocamentos.

“Hoje em dia, a gente tem essa possibilidade, que é fantástica, da gente poder compor a distância. Então compus através de e-mail, WhatsApp e nos encontrando também da maneira tradicional. Foi muito interessante! Todo esse processo de desenvolvimento das canções foi muito rico”.

Influências distintas
Para quem está por fora do último trabalho de Miklos, vale dar uma corrida nas plataformas digitais para conhecer o disco A Gente Mora no Agora, que traz muitas influências distintas do Titãs.

“Nesse disco, eu quis deixar bem explícita a minha formação da música popular brasileira. Eu ouvi música popular brasileira durante a minha vida toda. Os grandes grupos e compositores: Novos Baianos e Secos & Molhados. Quando era bem moleque, eu escutava esse som e via os shows deles. Os Mutantes foram uma influência muito importante na minha vida também. Além dos compositores todos dessa geração fabulosa, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola”.

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De fato, o disco conta com uma brasilidade muito potente, resultado de todas essas influências admitidas pelo músico e compositor.

“Fui buscar isso provocando os meus parceiros, no bom sentido. Por exemplo, para o Emicida, eu fiz um injexá, que é um ritmo do afroxé. É uma coisa bem brasileira, baiana. A música tem um arranjo do Letieres Leite, que é um grande maestro baiano. Então, são grandes felicidades e encontros bonitos que resultaram nessas canções”.

Com tantas histórias e ritmos distintos em seu último disco, Miklos afirma ser muito difícil escolher uma predileta. Mesmo assim, ele consegue listar quatro faixas que contam com algo especial.

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A Lei Desse Troço, que é a minha parceria com o Emicida, é uma faixa muito especial. A composição que o Nando (Reis) fez especialmente para mim também, chama-se Vou Te Encontrar. É uma canção que entrou na trilha sonora da novela recente da Globo, o que me deixou muito feliz. Tocando é uma música muito emocional. Outras músicas que eu posso, de repente, citar seriam a Afeto Manifesto, que fiz com a rapper Lurdez da Luz, e outra canção que o Tim Bernardes me deu chamada Eu Vou“.

Titãs e o momento do rock
Substituído por Beto Lee, filho de Rita Lee, no Titãs, Miklos afirma que continua acompanhando as novidades dos ex-companheiros, que em breve devem lançar uma ópera rock, uma novidade dentro de sua trajetória.

“Eu ainda acompanho o trabalho da banda e torço muito por eles. Não tem como ser diferente”, afirma Miklos, que não demonstra qualquer arrependimento pela saída.

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O músico também comentou o atual momento do rock dentro do mainstream, que vem sofrendo golpes sequenciais. O último deles, por exemplo, foi a exclusão da entrega de estatuetas do Grammy na transmissão oficial do prêmio.

“Olha, eu acredito que o rock pode voltar sim a ter força e recuperar o seu espaço dentro do mainstream. E isso pode acontecer no Brasil também. Não é algo apenas para o cenário internacional. O rock sempre foi movido pelos jovens. O Tim Bernardes é um exemplo deles, tanto como artista solo como na banda dele, O Terno”.

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