Na noite anterior ao show no Primavera Sound, Beck tinha uma apresentação agendada no Rio de Janeiro, mas cancelou de última hora por questões de saúde. Logo se criou uma incerteza sobre a participação dele no festival.
Doente ou não, o músico de 53 anos apareceu em Interlagos. E engana-se quem pensa que faltou disposição. Beck cantou, dançou, deitou no chão e manteve um clima animado do início ao fim.
No palco, ele estava acompanhado de músicos renomados do cenário alternativo norte-americano, como o guitarrista Jason Falkner (Jellyfish, The Three O’Clock e The Grays) e o tecladista Roger Manning Jr (Jellyfish, The Moog Cookbook e Imperial Drag).
Apesar desse suporte power pop, Beck sempre foi um artista imprevisível. Sua discografia passeia por gêneros distintos como indie rock, bluegrass, funk, eletrônico, hip hop, entre outros. Mas em Interlagos foi mais no rock alternativo que o consagrou em 1994 com o álbum Mellow Gold. Porém, adicionou muitas camadas dançantes também.
Aliás, o superhit Loser foi o grande momento do show. Era nítida a alegria de Beck ao ver o público cantando o refrão em alto e bom som.
Beck tem uma relação íntima com a música brasileira, que inclui amizades com Caetano Velozo e outros artistas renomados, além de uma lembrança marcante pré carreira. “Meu primeiro show foi do Tom Jobim”, declarou ao público.
The Valley of the Pagans, parceria do músico com o Gorillaz, caiu bem no repertório, principalmente pela sonoridade mais dançante.
O show de Beck é um prato cheio para quem prefere ouvir música boa ao invés de bla bla bla de “amo o Brasil”, “vocês são lindos” e coisas do gênero. Aqui é música atrás de música.
Setlist
Devils Haircut
Mixed Bizness
The New Pollution
Girl
Qué Onda Guero
Nicotine & Gravy
The Valley of the Pagans (Gorillaz cover)
Wow
Gamma Ray
Lost Cause
Everybody’s Got to Learn Sometime (The Korgis cover)
Dreams
Up All Night
E-Pro
Loser
Where It’s At
One Foot in the Grave