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Entrevista | Betty Who – “É o melhor material que poderia ter feito”

A cantora Betty Who faz de sua música uma extensão de suas lutas. Talentosa multiartista da cena pop da Austrália e forte ativista dos direitos das mulheres e da população LGBTQIA +, a artista lançou, em outubro, o álbum BIG! Amor próprio, respeito e busca de afirmação em hinos pop com letras intimistas são as marcas desse trabalho.

Jessica Anne Newham, nome de batismo de Betty Who, conversou com o Blog n’ Roll, via Zoom, sobre o novo álbum, ativismo na música e a possibilidade de visitar o Brasil em breve.

Como você acredita que sua música pode ajudar na luta por direitos das mulheres e LGBTQIA+? E qual mensagem você gostaria de passar para essas pessoas?

Obviamente, a representatividade é importante, é parte do que move o mundo para frente. Quando você olha em volta e vê pessoas, e coisas, que refletem de volta diferentes tipos de vida, mulheres fortes e independentes, LGBTQs orgulhosos e belos.

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Acho que música é uma das coisas que ajuda a nos mostrar, principalmente, pessoas artísticas, como eu, que tenho muitas camadas, e posso ser um pouco diferente.

Tenho orgulho de fazer música com a comunidade LGBTQ em mente, principalmente mulheres jovens, queers jovens, encorajá-los a serem a melhor versão de si, a mais barulhenta, a maior, a mais forte, ou o que quer que seja.

Mesmo que se sinta isolado, saibam que existem pessoas que lhe entendem e te farão se sentir vistas, e acho que os músicos que inspiram isso são umas das partes mais importantes disso.

Suas canções são fortes e têm sonoridade melódica, perfeitas para cantar junto. Qual inspiração você carrega para alcançar essa combinação própria para hits?

Acho que quero muito fazer música que tenha letras reflexivas, mas se você não ouvir com muita atenção ainda pode se divertir. Sou uma pessoa muito divertida, muito energética, sempre abro a pista de dança em casamentos, sou muito inspirada a fazer músicas que não se precisa pensar muito.

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Se eu estou compondo algo e fico com a música presa na minha cabeça, é quando sei que estou fazendo algo certo. Mas claro que quero que as letras te levem em uma jornada quando você as escutar.

Big!, seu novo álbum, está com uma repercussão muito positiva entre fãs e crítica. Como você tem acompanhado isso? Te surpreende de alguma forma?

Acho que parte de mim acredita que se eu ouvir as coisas boas que as pessoas falam, também tenho que ouvir as coisas ruins, então me sinto muito grata com as pessoas gostarem, claro, e ficaria triste se achassem horrível.

Prometi a mim mesma que só lançaria um álbum do qual tivesse muito orgulho, então antes de qualquer pessoa ouvir, refleti que ele era o melhor material que poderia ter feito.

Então o fato das pessoas gostarem, me faz sentir que minha autoconfiança foi renovada. Quando você faz algo que acha bom, e as outras pessoas também acham, é uma sensação boa.

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Além do trabalho como cantora, recentemente você apresentou o reality The One That Got Away, do Prime Vídeo. Como foi essa experiência? Pretende repetir?

Sim, foi muito divertido e diferente. A música para mim é muito intensa, é o que mais amo, e eu me cobro muito em relação a isso. Mas apresentar, a sensação é de que me contrataram por engano, então pude me divertir muito, e confiar no processo, pois não tinha ideia do que estava fazendo, estava muito vulnerável, mas de uma forma boa.

Se jogar em um projeto em que você não sabe nada sobre, te ensina muito sobre si, sobre como lidar com pressão, e com o desconhecido, pois na música conheço muitas coisas já, trabalho com isso há dez anos.

A principal lição que aprendi foi que me diverti tanto, que aprendi a me divertir com a música, pois até então levava muito a sério, por ser algo que dediquei a minha vida, é uma energia diferente.

Lembro de estar uma vez no estúdio e pensar como seria se conseguisse me divertir assim na música, então estou em busca disso. E quero fazer novamente, o programa ainda não foi renovado, mas acredito muito nele e na equipe.

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Você assiste reality shows em seus momentos de descanso? Qual é a sua opinião sobre eles?

Atualmente não tenho tanto tempo para a televisão. Mas, honestamente, o tipo de reality que gosto são os de cozinha. Se estou cozinhando e a TV está ligada, é com certeza em um desses realities. Gosto do The Great British Bake Off, dos de competição. Os de namoro também, The Bachelor foi o que me levou a apresentar o The One Who Got Away. Adoraria fazer ele novamente, mas acho que amaria fazer um de competição.

Você teve um remix lançado com a Pabllo Vittar. Como se conheceram? O que você acha do trabalho dela? Podemos esperar por um outro feat no futuro?

Espero que sim, seria muito legal. Eu a vi se apresentando no Coachella, ela é incrível, muito talentosa, fiquei admirada. Então queria achar algo para fazermos juntas, já que sou uma fã, e quando soube que ela gostava da música She Can Dance, e que ela queria trabalhar comigo, fiquei chocada.

Espero que um dia possamos nos apresentar juntas, fazer um clipe. E quando for ao Brasil, que ela possa me apresentar lugares legais.

Você já veio ao Brasil? Está nos planos trazer seu show para cá? O que pode falar sobre isso?

Nunca estive no Brasil, mas tenho muita vontade de visitar. Obviamente pois venho recebendo tweets de muitos fãs para visitar, e os fãs da América do Sul em geral são os melhores do mundo.

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Meu show é muito energético, e sei que os brasileiros amam dançar, gostam do tipo de música que fazemos. Espero que um dia possamos dançar, suar, e performar juntos.

Pra fechar, você consegue listar três álbuns que te ajudaram a formar como cantora? Quais? Por que?

O primeiro da Christina Aguilera, ainda canto ele hoje em dia. Tem músicas incríveis, como Blessed, Love for All Seasons.

Amo a voz da Karen Carpenter, então pelo clima de festas, vou escolher o disco de Natal dos Carpenters, um dos meus discos de Natal prediletos.

E acho que vou finalizar com Usher, 8701, que saiu em 2000 ou 2001. Tinha uns 10 anos. Meu irmão me apresentou o álbum, nunca tinha ouvido Usher antes, então foi minha introdução ao R&B, que me ensinou a cantar de muitas formas.

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Muitos cantores de R&B não tive acesso quando jovem, como Boyz II Men e Jazmine Sullivan. Usher foi uma porta de entrada a este universo.

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