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Entrevista | Eagle-Eye Cherry: “O que tem de errado com esse cara (Bolsonaro)?”

Quando o cantor sueco Eagle-Eye Cherry gravou o seu último single, I Like It, o mundo ainda não havia virado de cabeça para baixo. Era março de 2020 e a pandemia do coronavírus estava prestes a mudar nossas vidas. Em resumo, a alegria da faixa pode ser vista como um último suspiro de alegria antes dos tempos sombrios ou um recomeço com a vacinação avançando no mundo inteiro.

Em entrevista ao Blog n’ Roll, Eagle-Eye Cherry falou sobre essa mudança no mundo, o novo álbum, que deve sair em 2022, o single de estreia, entre outros assuntos. Confira o resultado dessa conversa abaixo.

Como foi lidar com o isolamento social em virtude da pandemia do coronavírus?

Como todos nós lidamos? Tem sido muito estranho, 17 meses. Terminamos a última tour no Brasil. Foi o último show da tour. Quando cheguei em casa, finalmente, tirei um tempo livre e então fui fazer algumas músicas novas. Não voltei para tour. Tempo de desafio, não estava acreditando que fosse conseguir terminar, porque antes de iniciar, eu não tinha completado uma tour de um ano. Foi muito bom! Se eu tivesse que parar no meio da tour, ficaria muito mal. Voltei para a vida normal, voltei para o estúdio antes do lockdown. Gravei novas canções.

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O mundo pode ser diferente pós pandemia?

Quando era mais jovem, achava que podia salvar o mundo. E, agora que sou mais velho, o mundo continua me decepcionando. Estou feliz que o homem (Donald Trump) que estava governando os EUA não está mais lá. Tempo de frustração. O mundo pode melhorar, eu não acho que nunca haverá paz na terra, porque há muitas pessoas egoístas e loucas, a maioria dos homens que governam o mundo. É uma vergonha.

O cara que governa o seu país (Jair Bolsonaro) é um deles. O que tem de errado com esse cara? Quando existem líderes, no meu ponto de vista, e é tão óbvio que não são boas pessoas, eles não se importam com ninguém, além de si próprios. Aliás, não consigo entender como alguns apoiam essas pessoas. Muito estranho.

I Like It, novo single de Eagle-Eye Cherry, traz uma alegria contagiante. Como surgiu essa canção?

Quando gravei I Like it e mais algumas músicas no estúdio, acho que em março de 2020, o meu plano era gravar mais alguns sons. Estava nessa vibe, queria aquela energia, estava ouvindo muita música. O primeiro álbum que comprei foi London Calling, do The Clash, depois veio Ramones, Talking Heads e todas essas coisas diferentes. Naquele período, eu ouvia muito, mas minha composição não soava exatamente como isso. No entanto, a energia era deste tipo de rock positivo.

Fiz algumas músicas, mas, como você disse, o tempo passou e escrevi muitas outras. Neste período de lockdown, escrevi mais musicas do que precisava para o álbum. Precisava escolher, e não tinha certeza como o álbum ia ficar. Mas tinha algumas músicas que gostei mais.

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Como foi o processo de gravação desse álbum? Você conseguiu fazer tudo em Estocolmo?

Estou em Estocolmo, estou aqui, não tenho muita escolha. O álbum que gravei usei a banda que estava na tour, queria captar a mesma energia da apresentação ao vivo. Não tinha motivo para não gravar aqui em Estocolmo, que tem um estúdio fantástico, o Atlantis, melhor gravar lá.

Quando fizermos a sessão seguinte, em setembro, acho que faria aqui, mas agora que perguntou, estou repensando. Parece um pesadelo não viajar. Adoro voltar para casa, é também um bom lugar para morar. No entanto, Estocolmo é muito previsível. Não é como Nova York, você abre a porta e não sabe o que vai acontecer. Você é sempre surpreendido em Nova York. Talvez pegue a banda e vá para outro lugar. Vamos ver.

Buscou alguma referência musical que não fazia parte das suas influências?

Quando você escreve uma música, com pessoas que você tem conexão, como Streets of You e I Like it, quando você entende como vai ser a música, ela te diz como será. Quando você está fazendo uma música, algumas exigem mais guitarra, mais energia.

Não sou o tipo de artista que ouve uma música e quer fazer igual ao que ouviu. Eu quero que pareça algo baseado no agora, e no som da guitarra, baixo e bateria. Gosto de achar o equilíbrio. Fico muito feliz quando encontro esse equilíbrio. Eu sou eu mesmo, não como em 1998 (início da carreira).

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Do que o Eagle-Eye Cherry sentiu mais falta nesse período? Já consegue se imaginar excursionando pelo mundo?

Consigo imaginar fazendo tour, gostaria de fazer logo. Amo tocar ao vivo. Quando você tem um retorno, um feedback do público. Você escreve uma música, grava e acha que está boa. Mas é ao vivo que você tem a melhor resposta. É quando você sabe que músicas funcionam mais. Eu adoro pessoas, encontra-las depois dos gigs. É quando a música faz sentido para mim. Eu sinto falta e não vejo a hora de voltar. Não voltarei as tours até o ano que vem, então tenho que esperar.

Durante a pandemia, você participou de um festival online no Brasil. Como foi essa participação?

Gostaria muito que o Brasil tivesse a pandemia controlada. Mais vacinas para as pessoas. Fiz alguns streaming gigs. Eu prefiro tocar ao vivo, como já disse antes. Eu faço gigs por necessidade, mas não vai ser sempre. Alguns artistas farão mais e mais.

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