Ninguém levou tão a sério o conceito de diversão das bandas de pop punk e emo dos anos 2000 como o Simple Plan. Headliner da primeira edição do I Wanna Be Tour, no Allianz Parque, em São Paulo, o grupo canadense brincou muito com os fãs durante quase 1h30, montou uma escala forte de hits, além de ter tocado Mamonas Assassinas, justo no dia em que completava 28 anos da tragédia com os integrantes.
A entrada do Simple Plan no palco foi antecedida pela execução da música-tema do Star Wars. Logo na sequência, Pierre Bouvier e companhia invadiram o palco para iniciar o show mais aguardado do festival. A trinca inicial teve I’d Do Anything, Shut Up! e Jump. Perfeito, para nenhum fã botar defeito.
Com participação da cantora e influencer Air Yel, que tem acompanhado a banda em turnês pelo mundo, o Simple Plan tocou Jet Lag, que também foi muito bem recebida pelo público.
Welcome to My Life, um dos maiores hits da banda, veio na metade do set. Na hora da execução da faixa, a plateia ficou ainda mais empolgada, cantando o som na íntegra.
Posteriormente, em Summer Paradise, Pierre parou a canção no meio para perguntar sobre o estado de saúde de uma fã, que não passava bem naquele momento.
Preocupado, ele perguntou o que o pessoal estava precisando, recebeu como resposta pedidos por água. Não pensou duas vezes, junto com os demais integrantes, jogou todas as garrafas da banda para o público.
Aqui fica registrado que impor limite de uma garrafa por pessoa foi um grande erro. O acesso à água só estava ok para quem ficou na grade. Quem não estava, precisou enfrentar uma luta árdua para conseguir com os vendedores, que comercializavam a bebida por R$ 8,00, em um copinho com menos de 300ml. Será que a tragédia no show da Taylor Swift, no Rio de Janeiro, não ensinou nada?
Na reta final da primeira parte do show, o momento mais controverso para os críticos, que não entendem a zueira característica das bandas de pop punk dos anos 2000. Pierre puxou um medley como All Star (Smash Mouth), Sk8er Boi (Avril Lavigne) e Mr. Brightside (The Killers), que caíram super bem no set.
Logo depois, o palco foi invadido por vários fãs com a fantasia de Scooby Doo, que participaram da execução de What’s New Scooby Doo?, que foi gravada pela banda em uma das trilhas do desenho, inclusive com a participação dos integrantes na animação.
Posteriormente, Pierre disse que gostava das festas brasileiras, elogiou a alegria das pessoas, citou caipirinha e pão de queijo, antes de indicar que tocaria uma música muito conhecida no Brasil. Foi a deixa para os acordes de Vira Vira, do Mamonas Assassinas, que foi cantada exclusivamente pelo público, arracando muitos risos do vocalista.
Antes de Where I Belong, Pierre celebrou o festival e relembrou os tempos que curtia maratona de shows com Mxpx, Face to Face, Lag Wagon, Pennywise, blink-182 e Green Day.
Festa do Simple Plan cheia de bagunça
Com a festa instaurada em todo estádio, com muita chuva de papel picado, gelo seco e bolas de ar para o público, o Simple Plan fez o grand finale com um medley de Crazy, Perfect World, Save You e This Song Saved My Life.
Ao tocar I’m Just a Kid, outro grande hit da carreira, Pierre contou uma história conhecida dos fãs. “Você era um daqueles jovens que colocava essa música para tocar no seu quarto, na casa dos seus pais, e você colocava para tocar, tocar, tocar novamente. E seus pais diziam: ‘pelo amor de Deus, desliga essa coisa’. Aí você dizia algo como ‘você não entende, eu amo essa música, eu amo essa banda’. Seus pais diziam: ‘oh, não se preocupe, docinho, é só uma fase’. Aí você disse, ‘mãe, pai, nunca foi uma fase’.
I’m Just a Kid foi a apoteose do show. Na segunda parte da canção, Pierre assumiu a bateria, enquanto Chuck Comeau vestiu uma camisa da seleção brasileira, pegou uma bandeira do Brasil e saiu correndo pelo palco. Logo depois, o baterista ainda mergulhou em cima do público, deixando o vocal para Di Ferrero, do Nx Zero, que entrou para assumir o refrão.
O tempo ainda permitiu que o Simple Plan encerrasse a apresentação com outro megahit, Perfect, cantada por todos no estádio, que levantaram seus celulares para criar um ambiente incrível com as luzes dos smartphones. Uma queima de fogos deu números finais ao festival.
Que venha a segunda edição do I Wanna Be Tour! Ajustes podem deixar o festival ainda mais poderoso, justo e seguro para todos. Aguardemos!!!