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08 – Anti-Fashion

A vontade de tocar rock and roll com os amigos foi a desculpa para o dono da principal loja de CDs de hardcore da região, o responsável pelo fanzine mais badalado e o vocalista de uma banda que começava despontar montassem a Anti-Fashion. Quem são eles? Fera (Sound of Fish), Wladimyr Cruz (Rebel Magazine, atualmente proprietário do Zona Punk) e Matheus Krempel (The Bombers). O grupo contava ainda com Netinho na bateria.

E Fera foi justamente o responsável por reunir essas figuras. Como sua loja já era um ponto de encontro dos roqueiros, ele foi o catalisador, segundo Wladimyr. Buscou as peças certas para montar uma banda que fizesse algo diferente do que vinha sendo feito. No reencontro em 2011, Tim (bateria) e Phernandu (guitarra), ambos do Jerseys, também tocaram.

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“O objetivo era tocar com as bandas que a gente gostava, fazer rock n’ roll, sem se preocupar com molde, cena, padrão, porra nenhuma”, explica Wlad. Com o tempo, Matheus saiu e deu espaço para Rodrigo Bozo, que já havia tocado com o proprietário do Zona Punk no NBK (Natural Born Killers).

As influências da Anti-Fashion eram as mais diversas possíveis. Era possível notar a coisas de bandas como Social Distortion, New York Dolls, Stiff Little Fingers, The Adicts, Rocket From The Crypt, The Stooges, Supersuckers e Guitar Wolf. Uma verdadeira salada, mas muito bem conduzida por esses roqueiros.

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Uma das primeiras apresentações, mas com Rodrigo Bozo no lugar de Matheus Krempel

Wlad ressalta a importância de todos os shows da banda e diz que uma das nossas premissas dos cara era de somente tocar em eventos bem organizados. “Talvez o mais notável tenha sido com os suecos do Backyard Babies (no Bar do 3, em 2001), mas outros shows tanto no litoral como fora, foram igualmente divertidos, mesmo os que terminaram com policia ou algum tipo de confusão”.

Apesar da agenda cheia dos integrantes, a Anti-Fashion conseguiu gravar uma demo: Rockin’ The Pubs, lançada em K7 e com capa feita pelo artista Sesper, o Farofa do Garage Fuzz. “Tínhamos o projeto de lançar um compacto 7″, bem antes do hype do vinil, mas a banda parou antes de terminarmos este lançamento. Além disso saímos em coletâneas em todo o mundo, com destaque para uma compilação da Maximum Rock N’ Roll, o principal fanzine punk do mundo”, diz Wlad.

A Anti-Fashion não chegou a emplacar nenhum “hit” ou carro chefe com o público, mas esse também nunca foi o objetivo dos integrantes. “Não tínhamos um single, não tínhamos um plano de carreira, não tínhamos pretensões comerciais, logo, todas as músicas eram as principais”.

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Reencontro em 2011

O som não era a única coisa que diferenciava a Anti Fashion da maior parte das bandas. Wlad e Fera eram adeptos da filosofia do it yourself. Não queriam apenas os lugares de sempre: Armazém 7 e Bar do 3.

“O que ficou marcado foi o fato de abrirmos o espaço para tocar em lugares que antes ou não se abria oportunidade para bandas punk se apresentarem, ou que simplesmente não eram feitos para este tipo de apresentação; por exemplo, reativamos o Teatro Rosinha Mastrangelo em um show ao lado do Holly Tree, abrimos um espaço para shows em uma quadra de escola de samba no centro da Cidade, onde tocamos com o Pin Ups e que posteriormente recebeu vários outros shows”, relembra Wlad.

O próprio Praia Sport Bar, casa que dedicava sua programação exclusivamente aos shows cover e de formato “banco e violão”, foi alvo da Anti-Fashion. “Nós fizemos o primeiro show de rock independente por lá, tocando ao lado dos Forgotten Boys, deixando a porta aberta para centenas de bandas que foram tocar por lá depois de nós”.

Dedicando boa parte do tempo para o rock até hoje, Wlad responde com o humor o que os integrantes estão fazendo hoje: “Trabalham e ouvem rock, espero”.

Mesmo sem ter nunca anunciado um fim oficial das atividades, a Anti-Fashion tocou sem intervalos de 1999 a 2002. Mas Wlad diz que a banda ainda está “viva”. “A base da banda sou eu e o Fera. Fizemos alguns ensaios com outras formações há algum tempo, sem flashback, dando sequência natural ao que foi feito naquela época, mas nada profissional, apenas uma desculpa para tomar cerveja no meio da semana e tocar meia dúzia de canções barulhentas”.

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Show mais marcante da Anti-Fashion. À esquerda, Wlad e Bozo na abertura do show do Backyard Babies (à direita) no Bar do 3, em 2001, em Santos

Ouça Rockin’ The Pubs abaixo

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