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Entrevista | Luiza Lian – “De uns anos pra cá ficou muito mal vista a desigualdade de gênero nos lineups”

Há três anos, a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) foi muito criticada por não incluir mulheres na posição de destaque do festival. Artistas e imprensa passaram a cobrar uma atenção maior por parte dos curadores. O Lollapalooza sempre teve um cuidado maior na escolha dos artistas. Basta ver que desde a primeira edição sempre soube abarcar artistas sem distinções.

Se no ano passado tivemos Mallu Magalhães, Jesuton, Mahmundi, entre outras, 2019 traz Luiza Lian, Duda Beat e Letrux, só para citar alguns nomes.

Com 27 anos, a paulistana Luiza Lian é uma das mais novas entre as mulheres do festival. Mas isso não significa inexperiência. Longe disso. Com o seu terceiro disco, Azul Moderno, lançado no ano passado, a cantora se reinventou mais uma vez.

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Costuma citar Anelis Assumpção, Arnaldo Antunes, Céu, Caetano, Gal e Chico como referências, mas carrega em sua discografia algo muito mais autoral, original, uma cara própria. Em entrevista para o Blog n’ Roll, Luiza falou sobre a presença das mulheres nas escalações de grandes eventos culturais.

“Acredito que há muitos anos as mulheres estão brigando pela transformação dos machismos das industrias culturais, e isso reverbera nos lineups dos grandes festivais. Além do que, de uns anos pra cá ficou muito mal vista a desigualdade de gênero nos lineups, tudo ficou muito escancarado”.

Luiza não acredita que esse movimento de conscientização tenha partido da boa vontade e conscientização feminista dos curadores e donos de festival.

“São conquistas das próprias mulheres. Os trabalhos mais relevantes do momento são feitos por mulheres, essas que você citou e muitas mais. Com o desenvolvimento dessas lutas, mais mulheres começaram a se sentir confortáveis, confiantes e empoderadas pra compor, liderar suas bandas, produzir, colocar suas ideias e trabalhos na rua, e um festival não sobrevive se não se atualiza”.

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Azul Moderno, o disco que será base do show no Lollapalooza, tem esse nome por conta de uma inspiração de Luiza em uma compositora acreana do começo do século.

“Ela dizia ter visto Nossa Senhora com seu manto azul moderno. Essa canção expressão virou uma brincadeira carinhosa com algumas amigas, a gente se referia aos nossos lenços como um “manto Azul Moderno”, como se isso representasse uma forma de proteção”.

Eleito por várias publicações especializadas como um dos grandes discos de 2018, Azul Moderno demandou bastante carinho e dedicação por parte de Luiza.

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“Demorou um tanto de tempo e trabalho para ser finalizado, passou por muitas etapas, transformações e decantações, me sinto muito feliz com esse feedback e reconhecimento positivo que ele está recebendo desde que lançamos”.

Luiza conta que não trabalha sua obra com o objetivo de passar uma mensagem específica. Para ela, na arte as mensagens são consequência de uma série de questões relevantes para os artistas, mas não são um signo fechado.

“Essa busca da espiritualidade faz parte da minha vida, meus pensamentos, da maneira como olho o mundo, por isso aparece muito naturalmente na minha música. Eu canto sobre coisas que penso, ideias que gostaria de ouvir, mas ainda não estavam escritas, e vou cantar o que for verdadeiro pra mim naquele momento de vida, nada está congelado, pode mudar completamente no meu próximo disco”.

Nos próximos meses, Luiza seguirá divulgando Azul Moderno, que deve ganhar mais alguns videoclipes em breve.

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Lembranças do Lolla

Debutando como artista no Lollapalooza, Luiza já curtiu uma edição como público. Foi em 2015, quando foi assistir aos amigos d’O Terno.

“Foi muito lindo estar perto deles nesse momento tão importante. É um festival enorme, eu fiquei até perdida após o show, de tanta emoção. Depois fiquei para ver o Pharrel Williams que foi incrível”.

Agora, a cantora vê sua participação como um dos momentos mais importantes da carreira até aqui. “Estamos muito ansiosos para fazer um show bem especial pro festival. E abrir novos caminhos a partir dele”.

Mas enquanto prepara o repertório para o festival, Luiza também está de olho no lineup. E sua lista está bem eclética.

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“Kendrick Lamar, com certeza, sou muito fã. Letrux, BK, Aláfia e E a Terra no meu dia, mas gostaria muito de ir em todos os dias, para ver a St Vincent, o Arctic Monkeys, Lenny Kravitz, Tribalistas, Duda Beat, Carne Doce e todo mundo praticamente”.

Serviço

A oitava edição do Lollapalooza Brasil contará com os headliners Arctic Monkeys, Tribalistas, Sam Smith e Tiësto, no dia 5 de abril; Kings of Leon, Post Malone, Lenny Kravitz e Steve Aoki, no dia 6 de abril; Kendrick Lamar, TWENTY ØNE PILØTS e Dimitri Vegas & Like Mike no dia 7 de abril.

As entradas para o Lollapalooza Brasil 2019 podem ser adquiridas pelo site oficial do evento, bilheteria oficial (sem taxa de conveniência – Credicard Hall, em São Paulo) e nos pontos de venda exclusivos: Km de Vantagens Hall Rio de Janeiro e Km de Vantagens Hall Belo Horizonte.

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