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Entrevista | Silva – “Fiquei mais tenso do que alegre curtindo aquilo tudo”

Foto: Breno Galtier / Divulgação
Transcrição: Lupa Charleaux

O cantor capixaba Silva, de 30 anos, está de volta ao Lollapalooza após cinco anos. Em 2014, na primeira edição no Autódromo de Interlagos, o músico curtia o recém-lançado disco Vista Pro Mar, o segundo da carreira. De lá pra cá, muita coisa mudou na vida dele. Essas transformações poderão ser notadas no dia 6 de abril, às 15h05, no Palco Onix.

“Eu era super inexperiente de palco. Era uma coisa muito nova para mim e foi um momento mágico por ser um festival daquele tamanho. Ainda não tinha tocado para tantas pessoas. Foi mais ou menos assustador, pois não estava preparado ainda. Não consegui curtir muito bem. Fiquei mais tenso do que alegre curtindo aquilo tudo”, relembra.

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Agora, no entanto, será diferente. Silva acredita que tem tudo para ser uma experiência maravilhosa. “De lá para cá, eu já fiz muita coisa. Toquei em outros festivais, perdi o medo do palco e ganhei uma experiência. Estou ansioso, mas no melhor sentido. Estou empolgado querendo que chegue logo o dia”.

O quinto disco de estúdio, Brasileiro, lançado no ano passado, mostra bem essa transformação de Silva. As faixas estão mais animadas, tanto nas batidas como nas letras. Como utiliza um processo de composição autobiográfico, o capixaba diz que tudo é reflexo da vida pessoal.

“Eu mesmo faço os arranjos, vou para o estúdio e toco os instrumentos que sei tocar. Então, acaba sendo bem a minha cara, o que eu estou passando. Esse meu momento começou ali, em 2017, seguiu até o lançamento no ano passado. E foi um momento muito bom para mim pessoalmente”.

O músico pontua que o Brasil está vivendo um período muito conturbado, mas as alegrias profissionais e pessoais foram determinantes para se chegar ao último álbum. “Estava fazendo a turnê Silva Canta Marisa, e o disco Brasileiro foi composto no meio dela, durante as minhas pausas. Quando estava em casa, antes de viajar, dedicava um tempo para compor e trabalhar em cima destas músicas”.

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Sem correria, sem pressão de gravadora. Tudo aconteceu no tempo certo. “Elas vieram de momentos muito gostosos. Eu ia para a praia, aproveitar a cidade de Vitória e tentava me desconectar um pouco com essa vida digital, dessas redes sociais e tal. Então foram momentos muito, muito bons”.

Amizade com Marisa Monte

A leveza na qual chegou em Brasileiro, tal como reforçou, veio do trabalho anterior, Silva Canta Marisa. Segundo o artista, o disco foi uma coisa muito despretensiosa.

“Não foi um projeto que precisou de uma reunião: “tá, então vamos fazer esse projeto”. Primeiro veio o convite do programa de televisão Versões, em que cada pessoa que eles convidam faz releituras de outros artistas. Você fica à vontade para escolher o artista que você quiser. Eu sempre ouvia muito Marisa (Monte) desde criança; e na época estava ouvindo os discos que mais gostava dela e escolhi homenageá-la”.

Tal homenagem rendeu um contato inesperado. “Após a exibição do programa, nos aproximamos. Ela escreveu um e-mail me agradecendo, sendo super fofa e elegante. Ela disse “oi querido! Obrigada por ter me homenageado, eu vi o programa e adorei”. E assim, passou o telefone dela. Depois, estive na casa dela no Rio de Janeiro, nós fomos ficando amigos e compusemos juntos”.

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O encontro entre os dois não poderia passar batido. Silva, então, transformou a ideia em um disco. “Fiquei com vontade de gravar esse material em estúdio e comentei isso com ela que adorou a ideia. Quando Marisa disse para colocar a música que escrevemos juntos (Noturna (Nada de Novo na Noite)), logo perguntei se ela toparia participar do disco. Foi quando realmente me animei para fazer esse álbum. Estar homenageando a Marisa, tendo a própria Marisa no disco é uma honra gigante. Em seguida, o trabalho foi criando um tamanho que nem imaginava quando virou CD e DVD”.

Apesar do resultado positivo, Silva não pensa em regravar outros artistas. “Mas foi um momento muito bonito pessoalmente e profissionalmente também. Cruzar com uma das cantoras prediletas do Brasil”.

Encontro com Anitta

Parcerias, no entanto, são bem vindas. Quem dirá o improvável encontro com Anitta na faixa Fica Tudo Bem, principal hit de Brasileiro.

“Acredito que para todo mundo que trabalha com criação, não apenas na música, é legal não ter medo de arriscar e sair da zona de conforto. Um termo que sempre falo é o elemento surpresa. Sabe quando você bate o olho e pensa “o que será que vai ser isso aqui?””.

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Por terem estilos e personalidades bem distintas, a parceria entre os dois despertou a atenção de muita gente. É o tal elemento surpresa citado por Silva.

“Realmente, não temos nada a ver mesmo. Ela é completamente diferente de mim. Aquele jeito de falar alto, uma pessoa engraçada que está sempre para cima e faz um milhão de coisas ao mesmo tempo. Eu sou o oposto, pois gosto do meu sossego e sou quieto. Por exemplo, detesto não ter tempo de ir na praia e ter que trabalhar o dia inteiro. Essas coisas de workaholic”.

Silva conta que não conhecia a carioca, mas que durante a gravação a artista foi muito legal com ele. “Apenas mandei a música e chegou à produção dela. Ela gostou muito e me procurou. A partir disto nós gravamos. Foi maravilhoso e enriqueceu muito o disco”.

O repertório no Lollapalooza será um passeio pela discografia do capixaba. Ele promete dar uma atenção maior ao Brasileiro, mas não vai desapontar os fãs mais antigos. “Também terá coisas que já lancei que acredito que foram relevantes e acho que as pessoas vão querer ouvir. Vão ter coisas do Silva Canta Marisa, do Júpiter. Um pouquinho de tudo, mas a maior parte é do Brasileiro“.

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E, quando não estiver no palco, Silva promete assistir algumas apresentações. Duas, entretanto, geram uma expectativa maior nele. “Lenny Kravitz eu quero ver, porque nunca vi. Acho um cara interessantíssimo, sempre achei ele musicalmente muito único. E quero muito ver Tribalistas, porque quando eles estavam em turnê, eu também estava. Não consegui assistir nenhum show, mesmo até sendo amigo da Marisa. É uma coisa que fiquei devendo, por isso quero muito ver. E também por eles colocarem um headliner brasileiro”.

Pós Lolla

Ainda colhendo os frutos de Brasileiro, Silva não pensa no sucessor do disco. Após o Lolla, ele pretende lançar alguns singles sem compromisso com um álbum ao longo de 2019.

“Tenho trabalhado muito este ano, mas eu gosto de parar e ter um tempo para entrar em estúdio com calma. E pelo visto, não vou ter esse momento tão cedo. Então, para esse ano, provavelmente vou ficar trabalhando em singles mesmo, lançando coisas avulsas até poder me preparar para um próximo disco”.

Serviço

A oitava edição do Lollapalooza Brasil contará com os headliners Arctic Monkeys, Tribalistas, Sam Smith e Tiësto, no dia 5 de abril; Kings of Leon, Post Malone, Lenny Kravitz e Steve Aoki, no dia 6 de abril; Kendrick Lamar, Twenty Øne Pilots e Dimitri Vegas & Like Mike no dia 7 de abril.

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As entradas para o Lollapalooza Brasil 2019 podem ser adquiridas pelo site oficial do evento, bilheteria oficial (sem taxa de conveniência – Credicard Hall, em São Paulo) e nos pontos de venda exclusivos: Km de Vantagens Hall Rio de Janeiro e Km de Vantagens Hall Belo Horizonte.

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