Foto: Rodrigo Gianesi / Divulgação
Na última semana, enquanto o Rock in Rio anunciava outra leva de shows, o Lollapalooza fez três escolhas extras certeiras: The Struts, Iza e Brvnks. Uma das bandas mais quentes da atualidade, a cantora mais badalada no mainstream nacional e uma das bandas mais originais no circuito independente verde e amarelo, respectivamente.
Se você ainda não conhece Brvnks, o Lollapalooza é o melhor lugar para fazer isso. Liderado pela goiana Bruna Guimarães, de 23 anos, Brvnks é um nome muito comentado no underground há alguns anos. O primeiro disco cheio, Morri de Raiva, no entanto, chegará em maio, pela Sony Music.
“Como o tempo de show é um pouco maior do que o nosso normal, decidi tocar todas as músicas que temos, desde o EP ao disco novo. Iríamos guardar para tocar o disco todo no lançamento, mas é uma oportunidade a parte, então quem for vai ouvir, antes de todo mundo, todas as músicas novas”, diz Bruna, aos risos.
Bruna deu os primeiros passos na música aos 11 anos, quando começou a tocar violão. “Na verdade, não sei bem o que me levou, não tinha muita influência de ninguém da família, por exemplo. Mas minha tia me emprestou o primeiro violão que tive. Sempre gostei e procurei música por conta própria. Desde nova aprendi a fuçar e conhecer coisas sozinha. Quem me influenciou mais a querer ter banda foram The Subways e a Cat Power. Foram as primeiras coisas que realmente me empolguei nesse sentido”.
Desde o primeiro EP, Lanches, Brvnks levou três anos para, enfim, soltar um disco cheio na praça. A demora tem várias explicações, todas bem compreensíveis.
“Todas as músicas saem de mim, e eu trampo, faço muita coisa fora da banda. Ter um tempo de sentar e compor é muito raro pra mim, além de ser tudo muito caro e difícil. Para gravar um disco, mixar e masterizar é um processo lento. Arrumar grana para isso demorou um tempo também. Não que quisesse esse gap de três anos para lançar um disco, mas acontece”.
Questionada se o material trará algo de diferente do que o público está acostumado, Bruna foi direta: “São letras diferentes, momentos diferentes, é mais completo”.
Atualmente radicada em São Paulo, a banda manteve a formação quase original, apenas trocando o baixista que não conseguiu vir para a Capital.
“Formamos em Goiânia como um projeto meu e do Edimar Filho (bateria). Eu compus as músicas e ele me ajudou no resto. Chamamos dois amigos que toparam (eles trampavam comigo). Depois que mudei para cá, o Edimar e o guitarrista (Ian Alves) vieram. A gente foi se virando até achar o atual baixista (Rodrigo Gianesi), que conhecemos por ser fotógrafo sempre nos nossos rolês”.
A vocalista e guitarrista do Brvnks acredita que a mudança para São Paulo ajudou bastante a fortalecer o nome da banda. “Aqui, além de ter muito mais espaços e lugares pra tocar, tem muito mais gente interessada e rolês diferentes para conhecer a galera que faz as coisas e tem interesses em comum”.
A relação com o público também ficou mais próxima. Bem atuante nas redes, Bruna diz que tenta responder a maior parte das mensagens, mas ressalta que não consegue ficar o dia todo no celular.
“Às vezes as pessoas pedem demais também, aí não dá. Mas recebo muita coisa boa, muita mina sendo influenciada, coverzinhos de músicas minhas, gente dizendo que ajudei de alguma forma. Fico muito realizada com isso. Em questão do Twitter, eu escrevo ali tem dez anos, literalmente dez anos. Entendi que nesse momento tudo que falo ali é como gritar num megafone. Tenho guardado alguns pensamentos pra mim, mas acho foda o alcance que tenho com as pessoas”.
A própria Bruna teve seu momento de fã recentemente, quando abriu o show de Courtney Barnett em São Paulo. “Foi foda, muito bom, com certeza um dos melhores dias da minha vida. Conversamos horas sobre tudo, fizemos uma amizade muito massa. Ela é muito fofa e gente boa. É a artista mais incrível que já conheci. Infelizmente não conseguirei manter contato, óbvio”, comenta, aos risos.
Lembranças do Lolla
Apaixonada pelo festival, Bruna conta que foi em quase todas as edições nacionais. Primeiro festival grande que curtiu na vida, ela destaca a apresentação do A Perfect Circle, em 2013, que ela considera o “o melhor show da vida”.
“É um sonho! É realmente um big deal para quem tem banda menor no Brasil. Tocar ali com tantos nomes de peso, ainda mais no palco principal. Me surpreendi muito, não estava esperando nem um pouco que isso fosse rolar agora. Esperava que iria rolar em algum momento, mas só depois do disco pelo menos. Foi um baquezão”.
Sem deixar o lado de público de lado, Bruna já tem seus planos para o festival. “O que mais quero ver é o Foals. Faz anos que quero ver um show deles, ouço eles desde 2008. É uma das coisas que mais piro no mundo. Estou bem animada. Portugal. The Man e St Vincent também são prioridades”.
Serviço
A oitava edição do Lollapalooza Brasil contará com os headliners Arctic Monkeys, Tribalistas, Sam Smith e Tiësto, no dia 5 de abril; Kings of Leon, Post Malone, Lenny Kravitz e Steve Aoki, no dia 6 de abril; Kendrick Lamar, Twenty Øne Pilots e Dimitri Vegas & Like Mike no dia 7 de abril.
As entradas para o Lollapalooza Brasil 2019 podem ser adquiridas pelo site oficial do evento, bilheteria oficial (sem taxa de conveniência – Credicard Hall, em São Paulo) e nos pontos de venda exclusivos: Km de Vantagens Hall Rio de Janeiro e Km de Vantagens Hall Belo Horizonte.