Seguimos neste mês da mulher com a lista de discos mais politizada possível! Entre artistas brasileiras e internacionais, alguns dos trabalhos mais notáveis na defesa de direitos das mulheres serão lembrados por aqui. Também entram nesta discografia álbuns que tratam de empoderamento feminino e temas relacionados. Bora lá?
Obs.: Confira a parte 1 da discografia aqui!
Sleater-Kinney (1995), Sleater-Kinney
As norte-americanas do Sleater-Kinney retornaram com novo álbum recentemente, 10 anos depois de seu último lançamento inédito. Seguiram a vida toda usando sua música para combater o machismo e a baixa representatividade de mulheres no punk rock. Essa jornada feminista começou há muito tempo com seu álbum homônimo de 1995.
Entre canções que tratam de misoginia, violência contra mulheres e discriminação de gênero, o grupo aposta no vigor punk para suas reivindicações. As canções são curtas e velozes, com toda a rigidez do punk rock oitentista. Entre gritos e guitarras explosivas, não fazem cerimônia em seus manifestos: todo álbum do Sleater-Kinney, desde este primeiro, é uma grande revolução.
Destaques: A Real Man, Sold Out, Her Again, The Day I Went Away
Lemonade (2016), Beyoncé
Queen B já havia abordado algumas questões feministas em I am… Sasha Fierce (2008), vencedor de vários prêmios da temporada, e BEYONCÉ (2014). Com Lemonade, ela firmou suas ideias. Alguns de seus singles são diretos em mensagem e visual, envolvendo o público em manifestos genuínos, como Hold Up, Formation e Freedom.
O conceito do álbum? Aqui não temos um só. Lemonade fala da jornada de autoconhecimento e cura feminina, assim como do racismo estrutural na sociedade americana e o impacto histórico da escravidão. Sua obra é inteiramente política, passando pelo feminismo e racismo com criatividade nos versos e forte amplitude musical. Do gospel ao rock, R&B e rap, com participações audaciosas como Kendrick Lamar e Jack White. Beyoncé fez desta sua Monalisa multicultural.
Destaques: Formation, Don’t Hurt Yourself, Hold Up, Freedom, Forward
Black Terry Cat (2016), Xenia Rubinos
Papéis sociais, racismo, violência policial. O segundo álbum de Xenia Rubinos, Black Terry Cat, trata de tudo isso e muito mais. Descendente de cubanos e porto riquenhos, seu álbum de estreia foi limitado à classificação de “um álbum de música latina”. Aqui, Xênia aposta em neo-soul, R&B e batidas funkeadas, elevando sua mensagem com sua voz angelical. Sua musicalidade fluída vai além das limitações, abordando assuntos de enorme relevância social com grande leveza e arte. Uma obra de identidade, carregada de mensagens valiosas e estilo único.
Destaques: Black Stars, Right?, Laugh Clown, See Them, How Strange It Is
Dirty Computer (2018), Janelle Monáe
Sempre buscando falar sua verdade, Janelle Monáe fez uma aposta assertiva no lançamento de Dirty Computer. Considerado um dos melhores discos de 2018 pela crítica especializada, a obra traz reflexões sobre repressão e discriminação. A favor de mais amor, inclusão e aceitação, Monáe distorce os padrões do pop e cria mais uma obra de arte.
Temas como poder feminino, identidade e auto estima entram em cena, desmascarando seu antigo alter ego, que foi protagonista dos dois álbuns anteriores de sua discografia. Outra novidade é a sinceridade no trato de tabus, principalmente com relação à sexualidade feminina. Dirty Computer é contemporâneo e ousado, aposta em feats assertivos como Grimes e Pharrell Williams e renova sua musicalidade, contando com muitos recursos do funk e neo soul.
Destaques: Make Me Feel, Pynk, I Like That, Americans, Django Jane