Foto: Thamiris Souza / Fotoarena/ Folhapress
Substituir o vocalista de uma banda de rock sempre é um desafio extremamente complicado. Quando se trata de um showman como Scott Weiland, as coisas ficam ainda mais difíceis. Antes do Bush subir ao palco do Credicard Hall, o Stone Temple Pilots apresentou o novo frontman para o público brasileiro.
Não é um nome conhecido como o falecido Chester Bennington (Linkin Park), que substituiu Weiland durante um período. Jeff Gutt, de 42 anos, no entanto, não compromete na hora de cantar. Tem uma voz boa e um timbre que funciona bem nas baladas da banda.
Entretanto, confesso que me incomodei um pouco com a falta de personalidade. Não precisava tentar soar como Weiland. Mesmo cabelo, dancinhas, roupa, enfim, quase um cover.
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Se focarmos apenas no repertório, o Stone Temple Pilots fez bonito. Os originais Dean DeLeo (guitarra), Robert DeLeo (baixo) e Eric Kretz (bateria), que acompanham Gutt no palco, dedicaram boa atenção aos dois primeiros discos: Core (1992) e Purple (1994). Das 14 faixas apresentadas, dez vieram deles.
As representantes da fase Gutt funcionaram bem ao vivo. Meadow e Roll Me Under contaram com o apoio do público.
Trippin’ on a Hole in a Paper Heart e Big Bang Baby, ambas do terceiro álbum, Tiny Music… Songs from the Vatican Gift Shop (1996), funcionaram para colocar mais pilha nos fãs. Em Plush, teve gente na plateia que não se conteve e chorou.
Sem querer detonar a ideia dos integrantes, a vida seguiu para eles. Não podem simplesmente deixar o legado do Stone Temple Pilots de lado, mas poderiam ter dado uma orientada em Gutt para não querer soar como Weiland. O Alice in Chains, por exemplo, encontrou um baita vocalista, William DuVall. E ele não tenta imitar Layne Staley. Nada que uma boa conversa não resolva e a banda siga em frente.