Travis entrega um dos melhores shows do ano em clima de “bar aconchegante”

Travis entrega um dos melhores shows do ano em clima de “bar aconchegante”

Um dia antes do show na Audio, em São Paulo, o baixista da banda escocesa Travis, Dougie Payne, disse em entrevista ao Blog n’ Roll que a apresentação teria uma “sensação de bar aconchegante onde os amigos se reúnem”. E o objetivo foi concluído com sucesso. Do início ao fim, o grupo conseguiu proporcionar isso aos fãs.

Na entrada, a música-tema da série Cheers (1982-1993) foi quem trouxe Fran Healy e companhia para o palco. “Where everybody knows your name / And they’re always glad you came / You wanna be where you can see / Our troubles are all the same”. Foi assim por quase duas horas, um clima festivo, íntimo, muitas histórias e com canções para cantar com os fãs.

Fran Healy, em sua primeira comunicação com os fãs, avisou que tocaria canções do álbum novo, o elogiado L.A. Times, além dos principais hits da carreira. O mais recente trabalho, aliás, foi o mais presente no set, com cinco músicas.

Antes de Writing to Reach You, Healy falou sobre o anúncio dos shows do Oasis no Brasil. “Hoje é um dia muito especial, mas não tem nada sobre as eleições americanas. Hoje foi o dia que o Oasis anunciou o retorno ao Brasil. Eles são grandes amigos nossos. Nós fizemos tour com eles três vezes”. 

Logo depois, Healy ainda falou sobre as semelhanças entre Writing to Reach You e Wonderwall. “Em 1995, eu não tinha um trabalho e estava parado no frio de Glasgow, um dia depois do Natal… e eu estava dedilhando os acordes de Wonderwall. O Noel sempre roubava os acordes de outros e eu pensei, vou roubar esses acordes dele”. 

Enquanto o público gargalhava com a revelação, Healy foi além. “Dois anos depois estávamos na estrada com o Oasis… e toquei essa música. No backstage, o Noel bateu no meu ombro: nice fucking quote, mate! Puta citação foda, amigo”.

A conclusão dessa divertida história foi um medley das duas canções. Healy puxou Wonderwall, conquistando o apoio maciço do público na hora.

Depois emendou uma sequência arrebatadora de hits, com Side, Closer e Sing. Com um palco simples, o grupo explora muito bem um jogo de luzes que garante um clima muito especial para a apresentação.

Raze the Bar, minha favorita do novo álbum do Travis, também teve ótima recepção do público. A reta final, antes do bis, ainda rendeu outra boa sequência, com Gaslight, Naked in New York City e Turn.

O retorno final veio mais robusto do que o normal, com duas canções a mais. Flowers in the Window, em versão acústica, levou todos os integrantes para a frente do palco para cantar juntos, como se fosse um fim de festa em algum pub de Glasgow.

A releitura de Baby One More Time, de Britney Spears, caiu super bem também no bis, assim como My Eyes e Selfish Jean. Why Does It Always Rain on Me? foi mantida como o encerramento grandioso da banda.

Se Fran Healy se queixou da falta de empolgação do público brasileiro com a banda no festival Planeta Terra, em 2013, agora o retorno foi totalmente diferente. Foi o clima aconchegante de bar que indicou Dougie para o show do Travis. Aliás, algo muito característico dos Popload Gigs, que consegue sempre replicar um clima de bar britânico para os fãs brasileiros.