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I Can’t Breathe: Black Pantera fala sobre vídeo em forma de protesto

A banda de punk Black Pantera lançou um videoclipe como forma de protesto. Em resumo, a música I Can’t Breathe foi composta após a morte de George Floyd comover o mundo.

Em entrevista ao Blog n’ Roll, o baterista Rodrigo Pancho fala sobre o novo trabalho, além de relembrar experiências do grupo e compartilhar algumas projeções para o futuro pós pandemia. Além de Pancho, o trio também é composto por Charles Gama e Chaene da Gama, vocalista/guitarrista e baixista, respectivamente.

“Foi tudo muito rápido, pois já tínhamos acabado a pré-produção do nosso novo álbum fazia algumas semanas. Na verdade, só não estávamos gravando o disco novo por conta da pandemia, e essa música veio logo depois do que aconteceu com o George Floyd, ficamos chocados e o Charles e o Chaene começaram a escrever. E por algum motivo acabou saindo em inglês, por conta da frase que ele dizia repetidas vezes antes de morrer. O processo todo de composição, ensaio, gravação no estúdio e o clipe durou apenas três dias, de sexta a domingo”, explica Pancho.

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Na semana passada, George Floyd foi asfixiado por policiais de Minneapolis durante uma abordagem. Posteriormente, o homem negro de 41 anos morreu. Em um vídeo gravado por testemunhas que presenciaram a ação, é possível ver um dos policiais pressionando a cabeça de Floyd contra o chão. Ao mesmo tempo, a vítima repetia por diversas vezes a frase “I Can’t Breathe” (“eu não consigo respirar”, em tradução para o português). Esta foi a fala que deu origem a nova música do Black Pantera.

“Ficamos bastante emocionados durante a gravação, é uma música que toca na ferida, mas que é necessária”, revela o baterista.

I Can’t Breathe

Após a morte de Floyd, diversos manifestantes foram às ruas dos Estados Unidos para protestar contra violência policial sofrida pelo povo negro. Em seguida, o movimento tomou proporções maiores ao passo que a população passou a combater o racismo como um todo. Nesta semana, países europeus como a França, passaram a ir as ruas, reunindo milhares de pessoas.

Além disso, há também diversas reivindicações feitas nas redes sociais, sobretudo por influenciadores digitais, artistas e pessoas públicas. Na terça (2), por exemplo, a hashtag #blackoutuesday tomou conta do Instagram. Diversos internautas postaram fotos com o conteúdo em preto acompanhada da hashtag.

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A postagem também teve como objetivo se “ausentar” da rede ao longo do dia, dando voz a artistas, pesquisadores, influenciadores e a população negra em geral.

“Creio que a mudança, apesar de lenta, vem sendo feita ao longo dos anos. Infelizmente a evolução das pessoas é diferente e algumas demoram mais para absorver tudo isso, mas é sim necessário protestar, ir às ruas, nas redes sociais e não deixar que essa luta jamais perca força, porque a nossa esperança é que um dia possamos viver num mundo sem essas diferenças”, afirmou o baterista.

Trajetória

Formada em 2014 na cidade de Uberaba (MG), o Black Pantera surgiu com o objetivo de unir diferentes vertentes como funk metal, thrash, hardcore punk, crossover e groove metal.

“Todos somos bastante ecléticos ouvimos de tudo, mas claro que o rock é o que nos moldou. O Rage Against the Machine, o Sepultura, o Metallica, o Bad Brains e Devotos são algumas das nossas grandes referências”, comenta Pancho.

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O trio mineiro lançou o primeiro álbum, homônimo, em 2015. Não demorou muito tempo até o som chegar ao conhecimento de veteranos, fazendo com que o grupo abrisse shows para bandas como Calibre e Sepultura. Vale ressaltar que eles também ganharam o reconhecimento da banda de funk metal americana Infectious Grooves.

Além disso, a Black Pantera já realizou performances na Europa e América do Norte, culminando no reconhecimento pelo site AFROPUNK (que mixou uma das músicas do disco para o grupo).

De acordo com Rodrigo Pancho, o público fora do país não deixa a desejar: “Nos shows não notamos muita diferença, a energia é sempre muito boa e a recepção muito calorosa – nos EUA até mais do que na Europa”.

Racismo

Lamentavelmente, a Black Pantera afirma que lida diversas vezes com o racismo no Brasil. “Nós sofremos isso constantemente, mais pela rede social do que nos shows ao vivo”.  

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Já no exterior, Pancho relembra um episódio lastimável ocorrido durante uma viagem à Itália. “Num posto de gasolina lotado de gente, os únicos que foram revistados fomos nós. Fomos obrigados a tirar tudo da van e abrir e foi bem constrangedor. Mas nos shows sempre fomos muito bem recebidos”, pontua.

Projetos

Durante o isolamento por conta da pandemia do novo coronavírus, diversos artistas estão se reinventando. Com a Black Pantera não é diferente e a banda já está focando em futuros trabalhos.

“Temos aproveitado para terminar a pré-produção do novo álbum e interagir bastante com os fãs pelas redes sociais”.

Ademais, é claro que o grupo não vê a hora de colocar o pé na estrada para realizar diversos shows.

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