Muita diversão regada com o melhor do rhythm & blues (r&b), soul e blues é o que promete o saxofonista norte-americano Sax Gordon Beadle, que se apresenta nesta quinta-feira (7), a partir das 23 horas, no Baccará Backstage (Rua Oswaldo Cochrane, 64, no Embaré), dentro da 3ª Mostra Blues de Santos. O músico vem acompanhado da Igor Prado Band, um dos principais nomes do blue brasileiro no cenário internacional. Recentemente, o grupo se apresentou em Santos com Koko-Jean Davis. O ingresso custa R$ 40,00.
Apontado como um dos maiores saxofonistas da atualidade nos Estados Unidos, Sax Gordon nasceu em Detroit, iniciou a carreira no norte da Califórnia e se estabeleceu como artista em Boston. Essa rodagem entre costas leste e oeste impactaram diretamente em seu som.
“Era apenas uma criança em uma cidadezinha da Califórnia, mas havia muita música nas escolas, na igreja, e com os amigos que tocavam em bandinhas de rock. Eventualmente, comecei a tocar com um bluesman local, o Johnny Heartsman, de Sacramento. Mas logo na sequência me mudei para Boston”.
Naquela cidade, Sax Gordon passou a ter contato com blueseiros mais experientes, como Luther Guitar Junior Johnson, Matt Guitar Murphy, e Earring George Mayweather. “Comecei a trabalhar e a gravar com todos esses caras e isso me ajudou muito a chegar onde estou agora”.
O som de Sax Gordon, em alguns momentos, lembra muito Brian Setzer Orchestra, projeto do ex-guitarrista do Stray Cats. Contemporâneo de Setzer, o saxofonista afirma não ter inspiração nele. “Ele começou a fazer o som swing depois que se tornou popular novamente. Eu já vinha tocando swing com a Roomful of Blues e com Duke Robillard. Todos nós temos algumas das mesmas inspirações”.
Ligação com o Brasil
Duke Robillard, por sinal, foi o parceiro de Sax Gordon nos shows no Nescafé Blues, em São Paulo e no Rio de Janeiro, anos atrás. Tal encontro no Brasil foi o cartão de visitas para Igor Prado.
“Igor lembrava de ter visto esses shows. Eu tinha ouvido falar do Igor Prado Band em suas primeiras gravações e a colaboração que ele fez com o cantor americano Lynwood Slim. Quando recebi um e-mail do Igor sobre fazer uma turnê juntos, fiquei muito feliz. Nós estamos trabalhando desde então e até tocamos juntos na Europa”.
A parceria com Igor Prado fez com que Sax Gordon ampliasse o seu conhecimento de músicos brasileiros, antes restrito aos encontros de alguns artistas com feras do jazz, como Stan Getz. Uma das lembranças de Gordon é uma visita que fez ao Conservatório de Tatuí, no Interior.
“Eles nos convidaram há um tempo para apresentar o nosso tipo de sax r&b, mas aproveitei para aprender muito sobre estilos brasileiros. Eles também ensinam. Foi um prazer conhecer saxofonistas brasileiros como o Maestro Spok. Fiz uma jam com o grupo dele em Recife (PE)”.
Álbuns e colaborações
Em sua carreira solo, iniciada em 1998, Sax Gordon gravou apenas seis álbuns: Have Horn Will Travel, You Knock Me Out, Live at the Sax Blast, Showtime!, In The Wee Small Hours e Blue Saxophone.
Mas a sua contribuição para o gênero é muito maior. O saxofone desse norte-americano pode ser ouvido nos trabalhos de nomes como Jay McShann, Jimmy Witherspoon, Rosco Gordon, Jimmy McGriff, Billy Boy Arnold, Champion Jack Dupree, Jimmy Nelson, Pinetop Perkins. Matt Guitar Murphy e Luther Johnson. Isso sem falar nos nomes da nova geração tais como Kim Wilson, Paul Oscher, Duke Robillard, Bryan Lee, Mississippi Heat e Nick Moss.
“Parece que eu nunca durmo. É preciso muito trabalho para organizar essa agenda com concertos, gravações, viagens. Sou realizado por ter contribuído como solista para tantos nomes do jazz, blues e r&b nos últimos anos. É uma honra”.