Depois de muitas especulações, boatos, rumores e nove anos de espera, a banda britânica Radiohead, enfim, retorna ao Brasil. Atração principal do novo festival Soundhearts, que percorre Argentina, Brasil, Colômbia e Peru, o grupo de Thom Yorke tem datas agendadas no Rio de Janeiro e São Paulo, em 20 e 22 de abril, respectivamente.
No Rio, a apresentação será no Parque Olímpico, enquanto o Allianz Parque, estádio do Palmeiras, será o palco em São Paulo. Informações sobre os ingressos devem ser divulgadas em breve.
Realizado pela Move Concerts, o line up desta edição inclui ainda o músico, cineasta, produtor, DJ e rapper norte-americano Flying Lotus, o Junun, grupo formado pelo guitarrista Jonny Greenwood com o israelense radicado na Índia Shye Ben-Tzur e os brasileiros do Aldo the Band. Confira mais informações sobre o festival aqui.
Radiohead é um dos grupos musicais mais populares e celebrados das duas últimas décadas, tanto pelos críticos musicais como por sua sempre crescente e fiel base de fãs. Os cinco integrantes de Oxfordshire vêm constantemente superando seus próprios limites a cada novo trabalho, tendo iniciado com uma roupagem de rock, no início dos anos 90, e lentamente avançando para explorar estruturas e tons mais novos e desafiadores.
Sua história como banda remonta a meados dos anos 1980, quando ainda frequentavam a mesma escola em Abingdon, na Inglaterra, sob o nome On A Friday. Durante seus anos universitários, eles permaneceram em contato até que se reencontrarem no início dos anos 1990 para se concentrar em levar o projeto mais a sério. A banda encontrou gerenciamento e assinou com a EMI Records em 1991, mudando seu nome para Radiohead.
O primeiro álbum do grupo, Pablo Honey (1993) apresentou uma nova banda com uma pegada mais suave, com influências como Pixies e Sonic Youth, coroado pelo famoso single Creep.
Com The Bends (1995), eles apresentaram um som mais ambicioso e complexo em músicas como Just e My Iron Lung, mas também mostraram singles mais tradicionais, como Fake Plastic Trees e High & Dry. Embora originalmente não tenho sido abraçados pelas então rádios de rock moderno, isso já significava apenas que a banda estava em um caminho próprio, livre de conceitualizações.
Finalmente, com o OK Computer (1997), o Radiohead atingiu o status de “legenda do rock” ao entregar um álbum que lidava com tópicos como alienação e perda de humanidade na era da tecnologia da informação. O trabalho ainda é considerado um dos álbuns essenciais dos anos 1990, e seus temas parecem ainda mais relevantes – talvez até premonitórios – nesta época do mundo.
Após o enorme sucesso do OK Computer, o Radiohead voltou com o lançamento de Kid A (2000), um disco eclético, sintetizado e quase sem guitarras, que conquistou os primeiros lugares dos dois lados do Atlântico e é considerado um dos melhores álbuns da década de 2000.
As sessões Kid A foram tão produtivas que havia material suficiente para lançar dois álbuns. O “irmão” de Kid A é Amnesiac (2001), mostrando uma coleção de música eletrônica e jazz, incluindo seu primeiro single Pyramid Song.
Hail to the Thief (2003) misturou o som de tudo o que Radiohead tinha feito em uma coleção de músicas com um tom de protesto e uma estrutura de rock mais tradicional.
Em 2007, o Radiohead, já fora do contrato com a EMI, decidiu lançar seu próximo álbum de maneira independente. E Rainbows (2007) não foi apenas o depoimento de uma banda trabalhando livremente com um retorno a singles mais íntimos como All I Need, House of Cards e Nude, mas também um trabalho que ofereceu aos fãs a possibilidade para escolher o quanto eles queriam pagar pelo download digital (incluindo zero, se assim o desejassem) provocando uma controvérsia em toda a indústria em torno do valor da música gravada.
Seu oitavo álbum, The King Of Limbs (2011), trouxe o Radiohead de volta ao território experimental, liderado pelo single Lotus Flower. Desta vez, a banda usou fragmentos pré-gravados mixados junto com as gravações, além de lançar vários singles independentes e um álbum remix. Isso foi mais um novo desafio para a performance da banda ao vivo, já que tiveram que reaprender a tocar essas músicas (acompanhados pelo membro da turnê Clive Deamer na bateria).
Depois de um breve hiato onde a banda se concentrou principalmente em seus próprios projetos paralelos, o Radiohead lançou A Moon Shaped Pool (2016), extremamente bem recebido pelos fãs e críticos, graças aos singles Burn The Witch e Daydreaming, com um lindo video musical dirigido por Paul Thomas Anderson.
Em 2017, o Radiohead anunciou uma edição especial de 20º aniversário do OK Computer. OKNOTOK não foi somente uma remasterização das fitas analógicas originais, mas também foi a primeira vez que a banda abriu seus cofres para os fãs, lançando I Promise, Man of War e Lift, bem como material gravado durante as sessões de OK Computer nunca antes ouvido.
O lançamento foi celebrado com uma apresentação como headliners no palco Pyramid do Glastonbury Festival, marcando com esta performance lendária um novo destaque na carreira da banda.
https://www.youtube.com/watch?v=l31keMMuc6w
No topo de sua carreira, tanto ao vivo quanto no estúdio, o Radiohead está pronto para embarcar na etapa final de sua turnê mundial A Moon Shaped Pool para a América do Sul em 2018, quando visitará o Chile, Argentina, Peru, Brasil e Colômbia.
O Radiohead é formado por Colin Greenwood (baixo), Jonny Greenwood (guitarra, synth, misc), Ed O’Brien (guitarra), Phillip Selway (bateria) e Thom Yorke (vocais, guitarra, piano).