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O Bardo e o Banjo aposta em bluegrass mais diluído em segundo álbum

O disco O Pulso Ainda Pulsa – Tributo aos Titãs, organizado pelos blogs Crush em Hi-Fi e Hits Perdidos, no ano passado, apresentou vários nomes emergentes da música independente para o Brasil. Fazendo releituras de sucessos do Titãs, SETI, Thrills and The Chase, Paula Calvaciuk, entre tantos outros despertaram a atenção do público.

Uma das mais belas ficou com a banda O Bardo e o Banjo, de São Paulo, que recriou o sucesso Epitáfio. E a partir dali, passei a acompanhar mais de perto a sequência autoral do grupo, que carrega o folk e o bluegrass como referências em suas canções.

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Recentemente, eles lançaram o sucessor do debute, Homepath (2014). Diferente do primeiro disco, O Tempo e a Memória é quase todo composto com canções em português, reflexo da participação no tributo.

“Até então cantávamos só músicas em inglês. Existia a vontade de cantar em português e alguns fãs pediam por isso. Então aquela (tributo) foi a oportunidade perfeita para experimentarmos, foi nosso primeiro passo nessa nova direção. A repercussão foi muito boa os próprios integrantes do Titãs ouviram o tributo e gostaram das versões que estavam no CD”, comenta Marcus Zambello, responsável pelo mandolin e voz do grupo.

Além dele, a banda conta com Wagner Creoruska Jr (banjo, percussão e voz), Maurício Pilcsuk (baixo acústico e voz) e Peter Harris (violino).

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O novo momento do Bardo e o Banjo foi autodenominado como “primeiro disco de bluegrass em português”. Para Zambello, há motivos de sobra para creditar assim o trabalho.

“Tem algumas pessoas fazendo coisas semelhantes, mas não do mesmo jeito. Nossos amigos do Mustache e os Apaches que misturam skiffle com música brasileira, Monoclub que trabalha country em português, Hillbilly Hawhide do country outlaw também em português, o Terra Celta misturando música irlandesa com brasileira. Todos têm uma identidade própria”.

Para o músico, a internet foi é o grande fator que ajuda na chegada de projetos mais distintos do rock tradicional. “Acho que as pessoas nunca tocaram bluegrass em português porque mal conheciam o bluegrass. Quem consegue ter acesso a internet, hoje, consegue informações que só teríamos antigamente se fossemos visitar o país pessoalmente. Guardada as devidas proporções poderia ser como ver pagode cantado em árabe. Daqui um tempo, talvez, veremos isso. Se é que já não tem”, diz, aos risos.

O preconceito também tem caído, aponta Zambello. “Acho que as pessoas estão mais abertas para coisas diferentes. Quando era bem garoto, a pessoa que escutava rock não podia ouvir outra coisa e vice-versa. As pessoas, de maneira geral, estarem mais abertas possibilita misturas nunca antes imagináveis. Um exemplo é a El Efecto, uma banda que gosto muito, o CD deles tem desde metal progressivo ao axé”.

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Integrantes comentam como foi preparar cada canção do disco

Se no primeiro disco a Bardo e o Banjo explorou o bluegrass tradicional, agora o gênero está mais diluído, segundo o músico. “Dá espaço para algumas outras coisas, a sonoridade dos instrumentos está lá, além das frases características dos instrumentos, mas tentamos tocar do nosso jeito”.

Questionado se já levou esse bluegrass para os Estados Unidos, país de origem do gênero, Zambello contou que esteve próximo, mas não quis entrar em detalhes sobre a não ida para a terra do Tio Sam. “Nós chegamos a marcar um tour lá, mas fomos deportados. É uma história triste que prefiro pular, mas tem lá nosso canal do YouTube”, comentou, aos risos.

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Mesmo assim, eles contam com um norte-americano na banda, o violinista Peter Harris, que nasceu em Pennsylvania e está há 5 anos no Brasil.

Participações
O Tempo e a Memória também chama a atenção pelas participações especiais. Os paulistanos contaram com o apoio de dois músicos experientes no estúdio: Mutant Cox (Hillbilly Rawhide) e Rodrigo Haddad.

“Conhecemos eles através da música, tocando juntos, além de bons músicos são pessoas incríveis e rola uma admiração mútua. Gostamos do trabalho deles e foi muito natural chamarmos. O Mutant Cox canta a música Aquela Mesma Estrada e ele é de Curitiba, então, o Wagner Creoruska (banjo) e o Maurício Pilcsuk (baixo) saíram de São Paulo e foram pessoalmente gravar a voz”.

Ouça o disco O Tempo e a Memória

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Confira algumas versões que o Bardo e o Banjo fizeram para clássicos do rock

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