Crítica | Torn Arteries – Carcass

Após o álbum From Enslavement to Obliteration (1988), o guitarrista Bill Steer deixou o Napalm Death e assumiu o Carcass em tempo integral. Os dois primeiros álbuns, Reek of Putrefaction (1988) e Symphonies of Sickness (1989), abalaram a todos com seu grindcore violentíssimo, além das nojentas temáticas splatter. Mas foi com dois seguintes, Necroticism Descanting The Insalubrious (1991) e o seminal Heartwork (1993), que o quarteto inglês marcou seu nome na mente dos deathbangers, criando um estilo totalmente original, uma forma única de executar o seu metal extremo, com os vocais de Jeff Walker e os riffs de Steer e Michael Amott, hoje no Arch Enemy. Após anos de hiato, o grupo retornou com outro clássico, Surgical Steel (2013). Aliás, após todo o sucesso de Surgical – inclusive com uma passagem pelo Brasil -, os reis da nojeira voltam com Torn Arteries, novíssimo álbum. Ao observar o título e a capa do álbum, e passando pelos títulos das músicas, os fãs já acionam o play com sentimento de vitória antecipada, pois todas as características da banda estão lá, intactas. Em resumo, o que temos em Torn Arteries é digno de outro mundo. A faixa-título já se inicia com os matadores riffs de guitarra, e não demora para o peso absurdo entrar em cena, numa pegada bastante parecida com a fase Heartwork. Logo depois, o desfile de pérolas da podreira continua com Under The Scalpel Blade, cujos blastbeats da introdução são brilhantemente executados pelo baterista Daniel Wilding, que sem dúvida soube capturar o espírito do Carcass. Carcass em alta na reta final do álbum Por fim, Flesh Ripping Sonic Torment Limited conta com um espetacular solo de Steer, enquanto as matadoras Wake Up And Smell The Carcass/ Caveat Emptor e The Scythes’s Remorseless Swing encerram esse álbum deixando o ouvinte atordoado. Contudo, também vale citar a extremamente técnica Kelly’s Meat Emporium, onde mais uma vez Steer mostra que é um dos guitarristas mais talentosos do metal mundial. Desnecessário repetir, mas individualmente o Carcass conta com músicos excepcionais, que conseguem transformar cada obra em quase uma sinfonia de metal extremo. Portanto, acredite, Torn Arteries vem para se juntar ao já poderoso arsenal do Carcass, que só conta com álbuns anormais de tão bons. Torn ArteriesAno de Lançamento: 2021Gravadora: Nuclear BlastGênero: Death Metal/Death N´ Roll Faixas:1-Torn Arteries2-Dance of Ixtab (Psychopomp And Circustance March N 1 In B)3-Eleanor Rigor Mortis4-Under The Scalpel Blade5-The Devil Rides Out6-Flesh Ripping Sonic Torment Limited7-Kelly´s Meat Emporium8-In God We Trust9-Wake Up And Smell The Carcass / Caveat Emptor10-The Scythes Remorseless Swing
Carcass transforma em animação Dance of IXTAB, novo single

As lendas do metal extremo inglês Carcass lançaram um videoclipe animado criado por Costin Chioranu (Opeth, Napalm Death) para o single Dance of IXTAB (Psychopomp & Circumstance March No. 1 In B) para o antecipado sétimo álbum de estúdio, Torn Arteries, que será lançado em 17 de setembro pela Nuclear Blast Records. No Brasil o álbum será lançado pela parceria Shinigami Records/Nuclear Blast Records. Jeff Walker, baixista/vocalista e fundador da banda Carcass, descreve Dance of IXTAB com um grito no meio da pandemia. “A música é um hino de festival de pisões que passará batido num estádio pós-covid vazio e cheio de vácuo, onde usarão ventiladores de de ar para empurrar lixo na brisa.” Feroz e descompromissado em sua execução, a habilidade do Carcass em dissecar o death metal de forma intrínseca e mostrar isto para o ouvinte para que ele entenda sonicamente tem sido um ponto de excelência por mais de três décadas. Em 2019 a banda lançou seu primeiro single em mais de cinco anos, Under The Scalpel Blade, que seguiu com o lançamento de um EP chamado Despicable (outubro 2020), colocando um potente procedente para um álbum de estúdio que virá em setembro, Torn Arteries. Novo álbum do Carcass faz referência às demos Com o título que faz referência às demos antigas criadas pelo baterista original Ken Own, lá nos anos 1980, Torn Arteries põe um fim na fase mais moderna da discografia do Carcass, conectando diretamente para quando eles começaram há mais de 30 anos. A arte do álbum também faz referências às fotografias grotescas que aparecem nos clássicos do Carcass, como Reek Of Putrefaction e Symphonies of Sickness. O artista Zbigniew Bielak tentou sair da normalidade para trazer um lapso de tempo de vegetais, em formato de coração, apodrecendo com o tempo em cima de uma placa branca. Esta forma de arte foi influenciada pelo japonês Kusôzu, o que significa: ‘pintar as nove etapas de um corpo em decadência.’
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