Tilly Birds, o trio tailandês sensação no cenário mundial

Uma nova coluna se inicia aqui no Blog n Roll, e eu, Laura Fialho, vou trazer uma nova perspectiva sobre a música asiática para vocês. Aqui na Silly Bird Rocks On, vocês vão poder abrir o leque de artistas que fazem sucesso do outro lado do mundo, principalmente em países como Filipinas e Tailândia. Por falar nisso, o nome da coluna é uma homenagem à banda tailandesa que eu tanto adoro, o Tilly Birds. Inspirada pela energia e criatividade desse grupo incrível, decidi criar uma variação do nome para usar como meu usuário online – vocês me encontram nas redes sociais como Silly Bird. Mas vamos ao foco desse primeiro texto. Quem são os Tilly Birds, e por que eles são tão especiais? Formada na Tailândia, em 2011, a banda é composta por três amigos que decidiram juntar seus nomes para batizar o trio. O nome faz um jogo de palavras com os dois integrantes iniciais, Third e Billy, e desde então, eles vêm conquistando espaço com sua mistura única de rock e influências de bandas icônicas como Beatles e Queen. Curiosamente, Third e Billy – assim como muita gente – não faziam ideia de que “Tilly” também era uma palavra real em inglês, que significa “pássaro pequeno”. Esse fato, inclusive, passou a ser apontado por fãs da banda ao redor do mundo com o passar do tempo. A primeira vez que a Tilly Birds se apresentou ao vivo foi em um festival universitário na Tailândia. Eles estavam tão nervosos que esqueceram de afinar as guitarras, mas, por sorte, a energia da plateia foi tão contagiante que ninguém pareceu perceber a gafe. Embora o som da banda tenha influências claras de rock e pop ocidentais, os membros também revelaram que algumas das suas músicas são inspiradas por trilhas sonoras de filmes antigos tailandeses, que eles escutavam com seus avós. Um ritual curioso da banda antes de entrar no palco é que todos os membros fazem uma dancinha engraçada de 30 segundos nos bastidores. Eles acreditam que isso ajuda a aliviar a tensão e começar o show com boas vibrações. Durante a pandemia, o grupo fez várias lives de casa para se conectar com os fãs. Em uma dessas lives, enquanto cantavam uma versão acústica de uma música, o cachorro de um dos membros apareceu no vídeo e “cantou” junto, o que virou um meme entre os fãs. Até o momento, a banda lançou três álbuns: ผู้เดียว (Phu Diao) (2020), It’s Gonna Be OK (2021), que ganhou uma versão deluxe no ano seguinte, além de It’s Be Gonna Be Tilly Birds, ao vivo (2023). No início de outubro, a banda revelou o single Retro-39. Foi o segundo som inédito divulgado em 2024. Anteriormente, lançou White Pills. E o Tilly Birds já confirmou que vem álbum novo aí. Aqui estão algumas músicas imperdíveis para quem está começando a conhecer a banda: ถ้าเราเจอกันอีก (Until Then) แค่เธอเข้ามา (Just Being Friendly) ฉันมันเป็นใคร (Who Am I?) Essas faixas capturam bem a diversidade do som da banda, misturando letras profundas, melodias cativantes e uma energia única.
Resenha de show | Smith/Kotzen no Islington Assembly Hall, em Londres

Logo após finalizar a tour nos Estados Unidos, o duo Smith/Kotzen já atravessou os mares e desembarcou no Reino Unido para mais uma perna da sua excursão. Dessa vez a casa escolhida foi a aconchegante Islington Assembly Hall, escolha mais que perfeita para o público. Como de costume, a venda de ingressos acabou rapidamente. Quem não garantiu o ingresso, teve que entrar em uma lista de espera e acabou criando um enorme buzz para o show no Islington Assembly Hall. O suporte ficou por conta das bandas Bucket Rebel Heart e The Dust Soda, ambas com uma sonoridade bem parecida, todos calcadas no hard rock. Em resumo, apresentaram sets curtos, porém bem eficientes, dando um bom aquecimento para a atração principal. Conhecidos de longa data do público, os guitarristas Smith e Kotzen contam com dois brasileiros na banda, Júlia Lage (Vixen) e o baterista Bruno Valverde (Angra), que adicionam exatamente o que a sonoridade dos guitarristas pede: mesclam com maestria grooves, leveza, pressão e por aí vai. Foi mostrado na íntegra todo o repertório da banda, sendo ele o full album homônimo e o EP Better Days, lançado no verão passado. O show todo é muito bem executado e de alto nível. Tudo se encaixa perfeitamente, seja na abordagem das guitarras, onde ambos têm estilos diferentes, porém soam como se uma fosse o complemento da outra, assim como o trabalho das vozes. >> Confira entrevista com Richie Kotzen E, claro, no setlist é incluído um cover do Iron Maiden e uma do trabalho solo de Richie Kotzen. Ambas as músicas são curtidas como as outras canções do set e não tem diferença por serem faixas amplamente conhecidas dos fãs. Porém, uma cartada tirada da manga nesse show não poderia deixar de ser mencionada. Nas últimas duas músicas do set, um velho conhecido do público fez uma participação especial. Foi a cereja no bolo para coroar a apresentação. Chamado por Adrian, Nicko Mcbrain, baterista do Iron Maiden, subiu ao palco fazendo as típicas brincadeiras que ele faz, sorrindo como sempre e agradecendo aos fãs e amigos presentes. E, como previsto, Wasted Years (Iron Maiden) foi cantada em uníssono pelo público, enquanto Solar Fire, música que o mesmo participou da gravação no álbum Smith/Kotzen, fecha a jam. Sem delongas, um belíssimo show de dois monstros da guitarra. Som bem feito por quem sabe fazer música boa.
Crítica | Melanie C no O2 Shepherd’s Bush, em Londres

Na noite da última quarta-feira (16), na O2 Shepherd’s Bush, em Londres, Melanie C fez uma apresentação calorosa, energética e cheia de paixão. A base do show da ex-Spice Girls foi o álbum homônimo, lançado em setembro passado, o sétimo da carreira solo. Atravessando o palco, a ex-Spice Girl oferece um mix pop de sucessos do passado para uma sua fanbase. Sem delongas, no palco apenas dois músicos (tecladista e baterista) e três telões davam toda a base para Melanie C dançar e cantar sem parar. O ritmo alucinante de Who I Am e Blame it On Me deixaram a abertura digna de um workout. O “team sporty” era imenso, com sorriso estampado no rosto. Aliás, ela disse o quanto estava feliz por aquele momento estar acontecendo e sem pausa. Good Enough fechou a trinca de abertura, todas do último álbum. Logo depois, voltando no tempo, o clássico Never be the Same Again foi revisitado e cantado uníssono pelo público. Goin’ Down, Northern Star e a belíssima versão de When You’re Gone, de Bryan Adams, pontuaram o set basicamente feito em cima do último álbum. No entanto, um dos pontos mais altos do show foi quando ela perguntou se tinha algum fã das Spice Girls na casa… 2 Become 1 e Who Do You Think You Are coroaram a apresentação impecável dela. Por fim, para fechar a noite, o clássico I Turn to You e um emocionado agradecimento a todos que foram e prestigiaram o show.
Crítica | Atração do Lolla BR, Turnstile volta a Londres em grande estilo

Dando início a perna europeia da tour do disco Glow On, lançado no verão passado, a banda norte-americana Turnstile se apresentou no O2 Forum, na última quinta-feira (3). O Blog n’ Roll viu de perto o que promete ser um dos shows mais especiais do Lollapalooza Brasil, que rola no fim de março. Encarregados de abrir a festa, os londrinos do Chubby and the Gang apresentaram seu punk rock cru ao público que já era bem expressivo. Uma banda nova que deu início às atividades em 2019 e com dois álbuns lançados, Speed Kills e The Mutts Nut’s, a Chubby abriu a festa com muita empolgação. Pavimentou bem o caminho para o Turnstile. Aliás, o Turnstile vem trilhando seus caminhos desde 2010, bebeu da fonte de bandas clássicas como Bad Brains, 311, Rage Against the Machine e por aí vai… O grupo mescla com muita propriedade diferentes andamentos, riff pesadíssimos, beats eletrônicos, breakdowns e interlúdios, dando uma atmosfera incrível ao show. Uma das minhas percepções é que a banda claramente consegue levar a atmosfera de um show intimista de um lugar pequeno para outro maior. Porém, potencializando toda a apresentação. A banda tocou por mais de uma hora sem pausas ou discursos. A única exceção foi na última música, quando o vocalista agradeceu os fãs pela presença. Exceto isso, os integrantes não conversam com o público. No entanto, isso não é ruim, pois a banda tocou 24 músicas nesse tempo. Último álbum domina set do Turnstile O setlist é calcado no último álbum da banda. Em resumo, Mistery, Real Thing e Big Smile fazem a trinca de abertura. Sem tempo de respirar, Blackout, que literalmente começou com tudo no breu, definitivamente colocou abaixo a casa e mostrou o quanto o público estava disposto a se entregar. Posteriormente, com jogo mais que ganho, a Turnstile mandou músicas novas como Don’t Play, intercalando percussão e peso, a calma e grooveada Underwater Boi, além da rápida Endless, no gás total. Algumas pinceladas de músicas antigas, como Blue by You, Gravity, 7 e Pushing me Away, deram os toques finais. T.L.C (Turnstile Love Connection) encerrou o show de fôlego dos norte-americanos. Agora, para o público brasileiro, é rezar para ter um side show deles por aí ou ir ao Lollapalooza. Certamente vai ser um dos melhores shows do festival.
Resenha | Ginger Wildheart & The Sinners no 229, em Londres

Cumprindo a tradição, o aniversariante sempre comemora o seu aniversário com um show em Londres. Dessa vez, Ginger escolheu a sua nova banda para celebrar a data, o Ginger Wildheart and The Sinners, com um concerto no 229, na última sexta-feira (17). O multitarefado Ginger revisa músicas da sua carreira solo, algumas versões bem peculiares, outras a serem lançadas, além de um passeio pela trajetória do The Wildhearts. Tudo muito bem dosado, uma banda que preza pelas harmonias e melodias. Aliás, tudo se encaixa muito bem no The Sinners e faz com que o setlist passe rapidamente. Alguns pontos altos devem ser mencionados, como as belíssimas The Daylight Hotel, que foi executada na última parte do set, além de Words Gonna Have to Wait, do álbum de 2018. Ghost in the Tanglewood, uma versão que esbanja melodia de Love Dirty Water, dos britânicos do Status Quo, e Six Years Gone, do Georgia Satellites, também chamam a atenção. O encerramento não deixa por menos: Only Love e Loveshit, do Wildhearts, que também contou com a participação da Kit Swing, da Rich Ragany and the Digressions. Ginger, em sua melhor forma, voltou a distribuir sorrisos. Anteriormente, ele foi muito criticado nas últimas apresentações dos Wildhearts, pois não demonstrou o carisma de outrora. Porém, tudo que envolve ele, sempre será um incógnita, exceto quando o assunto é tocar e cantar, pois isso é feito com maestria. Ano encerrado com o pé direito, sem dúvida nenhuma e que 2021 possa ser melhor e com diversos shows como o de sexta-feira passada.
Resenha | British Lion no Underworld, em Londres

Os ingleses do British Lion se enquadram em mais um daqueles que tiveram seus shows marcados, remarcados, alterados e etc. Essa perna da tour britânica seria em conjunto com o The Darkness, porém alguma força maior os impediu de fazerem a tour juntos. Logo depois, a tour foi remarcada em clubes menores por toda a Inglaterra. O Blog n’ Roll acompanhou a apresentação no Underworld, em Londres, no início do mês. No suporte à banda principal, a também conterrânea Airforce, dos anos 1980, que bebeu da fonte New Wave of British Heavy Metal e que claramente tem em sua referência maior o Iron Maiden. A banda tem um discografia de dois discos, mas chega a ser engraçado pois deu início às atividades em 1986. Aliás, após 30 anos lançou seu primeiro álbum, Judgment Day. Enquanto, no ano passado, divulgou o segundo disco, Strike Hard. Show direto, curto e grosso. As músicas são todas com a mesma estrutura, a mesma levada e palhetadas. Tudo que possa se remeter aos clichês oitentistas, afinal a proposta é apenas essa. Já mudando um pouco, o British Lion toma a cena, e claramente 90% do público estava ali pelo mestre de cerimônia da banda, a lenda Steve Harris, do Iron Maiden. A banda segue à risca a proposta que Harris teve quando montou o British Lion: tocar em clubes menores e aproveitar a atmosfera dos clubes, como era feitos nos primórdios. O setlist passa por seus dois álbuns, o primeiro, quando a banda ainda era Steve Harris e o álbum se chamou British Lion, e o mais recente, The Burning. O set anda pelos dois álbum, com os destaques para os singles This is My God, também faixa de abertura do show, Us Against The World, do primeiro álbum, Spitfire, a belíssima Lightning, além da faixa-título, The Burning.
Garage Fuzz estreia vocalista em show marcante em Santos; FOTOS

A expectativa pelo retorno do Garage Fuzz era muito grande. Após um longo período sem shows, em função da pandemia da covid-19, a banda voltou aos palcos de Santos, com uma apresentação marcante no Mr Dantas, no último domingo (12). Em resumo, o público estava curioso para ouvir as três canções do novo EP, Let the Chips Fall, além de acompanhar de perto o desempenho do novo vocalista, Victor Franciscon (ex-Bullet Bane). Na plateia, o público garantiu uma boa recepção. Victor sabe que pegou uma responsa gigante, mas não decepcionou. Por ter uma linha de vocal parecida com a do Farofa, a comparação é inevitável. Mas foram quase 30 anos com a voz do ex. No entanto, o público entendeu que essa era a única forma do grupo seguir em frente, sem interromper de vez as atividades. Em um dos momentos do show, Victor esqueceu o início da letra de uma das faixas. O público refrescou a memória e a sequência saiu direitinha. O show do Garage Fuzz rolou, os caras seguram bem a onda. Aliás, as músicas novas, alguns já conhecem. Mas elas não tiveram a mesma recepção do público em geral. Com muita dedicação no palco, Victor conquistou o público pela energia. E aproveitou para agradecer os demais integrantes, dizendo que ganhou “quatro professores”.
“Fiz uma mina chorar por uma mina que me fez chorar”: o que Coruja nos ensina sobre relacionamentos em Tarot?

Atenção, esse texto é uma percepção pessoal. ***** Sabe quando aquela música te pega e você se identifica muito? Então, foi o que aconteceu. O rapper Coruja BC1 lançou o álbum Brasil Futurista no último dia 18 de novembro e dentre as composições está a música Tarot. Tudo bem que ele já tinha lançado ela como single antes do álbum, em setembro, e eu fiquei encantada logo de cara, mas só agora consegui, ou seja, tive tempo de escrever. Mas vamos ao que interessa. Um verso me pegou de jeito. “Eu fiz uma mina chorar por uma mina que me fez chorar. Se pá ela ficou assim porque outro cara fez ela chorar. Pra se isentar de um erro, encontre alguém pra culpar…”. Coruja BC1- Tarot É isso! Primeiro que quando eu ouvi essa parte eu fiquei “é isso, alguém me entende”. Me fez refletir sobre relacionamentos, até porque pessoalmente me identifiquei com a letra. Me lembrou muito de um sentimento que eu tinha e de algumas situações que vivi. E aqui vai a minha visão. Coruja escancara algo que acontece muito na nossa geração, até porque nós temos a mesma idade. Muitas vezes transferimos erros/traumas/experiências de relações anteriores para as próximas. Adivinha? Vira um ciclo! Nós machucamos ou somos machucados por pessoas que amamos porque essa pessoa foi magoada ou porque fomos magoados anteriormente. É justo fazer alguém chorar por conta de outra pessoa que te fez chorar? Pessoalmente, já me senti nesse lugar. Sentia que eu não podia errar, não podia perder a cabeça na relação. Qualquer coisa que fizesse e fosse fora daquilo que a pessoa achava que era ideal era como se eu tivesse feito algo muito grave. O fato é que eu sabia que essa pessoa tinha sofrido muito no relacionamento anterior, então fazia de tudo para atender os altos padrões que essa pessoa procurava em outra. O que me fez ficar desgastada. Até refletir: por que me pressionei tanto para compensar algo que não fui eu a responsável? Atribuir a responsabilidade ao próximo, ou a culpa, como o próprio Coruja coloca, de lidar com a dor de um relacionamento anterior não é justo. Linha Tênue Sei que a nossa geração, a parte que tem acesso à informação, está mais consciente da importância de relacionamentos saudáveis. E nós temos mesmo que procurar por pessoas que nos valorizem e que querem crescer conosco. Mas para isso precisamos entender a linha tênue entre não aceitarmos menos do que merecemos e de atribuirmos ao outro a responsabilidade de compensar uma ferida que não foi feita pela pessoa atual e sim por um relacionamento passado. Nesse caso, a cura tem que vir da própria pessoa. E sabe de uma coisa? Caso isso não ocorra, geralmente o próximo relacionamento não dá certo. Você não está curado de um relacionamento passado e ainda machuca a pessoa do relacionamento atual. E essa pessoa pode encontrar outra pessoa para machucar por ter sido machucada… Enfim, o ciclo continua e todo mundo acha que o “amor morreu”, como diz o próprio Coruja na música. Mas não é verdade. Só precisamos estar curados para amar e encontrar alguém que também esteja. E precisamos fazer isso por nós mesmos, para nosso rancor não respingar e culpar uma pessoa (provavelmente a pessoa amada) que nem estava na sua vida quando você foi machucado (a). Escute o que a vida tem pra ensinar em Tarot Como diz o fim do verso “pra se isentar de um erro, encontre alguém pra culpar ou silencie a mente e escute o que a vida tem pra ensinar”. Nessas horas, eu prefiro silenciar minha mente e escutar o que aquele relacionamento que não deu certo teve para me ensinar. E é essa visão que queria compartilhar. Não sei se é só uma visão muito pessoal minha ou se mais pessoas se identificam. Mas precisava escrever. Obrigada Coruja por ter colocado essa letra no mundo.
Crítica | Badke – Máquina de Moer Fantasmas

Após alguns EPs, singles e umas 19 mil lives, na semana passada Henrique Badke lançou o seu primeiro disco cheio, Máquina de Moer Fantasmas.