Breaking: um dos elementos do hip hop nas próximas Olimpíadas

Os Jogos Olímpicos de Tóquio já chegaram ao fim e o Brasil ficou em 12º, com sete ouros e 21 pódios no total. E como será o futuro? O breaking se torna a bola da vez! Em 2024, Paris vai receber um dos elementos do hip hop nas Olimpíadas. O diálogo com a juventude deve aumentar, culminando com pódios cada vez mais dominados pela nova geração. No Brasil, enquanto o skate brasileiro tem uma fadinha de 13 anos, o breaking  tem um anjo de 11: a B-Girl Angel. Ela é paulista e tem sido destaque nos eventos nacionais e internacionais e na grande imprensa. Isso junto com o irmão que também é um destaque, o B-Boy Eagle, de 14 anos. Os dois fazem parte da Dream Kids Brazil e são promessas nos Jogos da Juventude que serão em 2026 e nas Olimpíadas de 2024 em Paris e 2028, em Los Angeles. B-Girl Angel Chaya Gabor, 11, conhecida como B-Girl Angel do Brasil, é dona de uma personalidade bem forte. O breaking para ela não é um hobby, mas sim sua vida. Começou a dançar muito cedo, com 3 anos. Guerreira desde sempre, pois nasceu prematura extrema de 850 gramas, foi a primeira criança na história do Prêmio Sabotage a ser finalista, evento realizado pela Câmara Municipal de São Paulo. Ainda participou de eventos como: Rival Vs Rival (SP), Breaking Combate (SP), BreakSP Battle, Streetopia, chegou a semi-final no Quando as Ruas Chamam (DF), 2º lugar no Tattoo Experience (SP), 1° lugar na Batalha Final, evento mais tradicional e conhecido do Breaking brasileiro. Também foi a primeira criança a chegar e ganhar o 1º lugar na final do evento na categoria Kids, que foi no Shopping Tatuapé, onde ficou em terceiro entre as B-Girls adultas. Angel ainda foi 1° lugar na Quebrada Viva Battle, em dupla, 1º lugar no All Dance Brasil. Em 2020, mesmo durante a pandemia, participou do evento mundial E-FISE Montpellier na França, se destacando no cenário mundial, colocando o Brasil em 2º lugar. Sendo ranqueada pelo evento internacional entre as seis melhores B-Girls Kids. “Quero trazer o ouro para o meu país! Meu sonho é representar as mulheres da Cultura Hip-Hop nas Olimpíadas, também representar as B-Girls de todo o mundo e lembrar a todos que o lugar de mulher é onde ela quiser!”, diz Angel. Ela se prepara para os Jogos da Juventude em 2026 e para as Olimpíadas de 2028, em Los Angeles, quando já terá idade correta para participar.  B-Boy Eagle Já B-Boy Eagle, começou a dançar com 5 anos. Seu primeiro contato com a dança foi por meio do Sapateado, sua referência inicial na dança foi Michael Jackson e Fred Astaire. Depois, conheceu o Breaking e desde então jamais se separou dele. Esteve presente em diversos eventos nacionais como a Batalha Final. No Arena Breaking Kids, ganhou o 1º lugar, bem como no Festival Santo Ângelo de Dança em 2020 e no Quebrada Viva Battle kids. Foi 2º lugar na International Kids Battle do Expo Hip-Hop e 1º lugar no Dancers4Life.  Fora do Brasil, foi destaque no Festival Norte em Dança, em Portugal, onde tirou o 1º lugar ganhando vaga no Waves Competition in Belgium and the Netherlands. Além do Festival Mundial B de Dança, em Braga, Portugal, onde conquistou o 2º lugar. Competiu também na Porto World Battle, ficando no Kids entre os 16 melhores do mundo. Neste ano, já venceu o 1º lugar no All Dance International, que aconteceu nos EUA. E também foi destaque no evento Danzart, da Espanha, o que lhe rendeu uma vaga na final mundial que acontece ainda esse ano, em dezembro. B-Boy Eagle está entre as 5 crianças brasileiras que mais representa o país nos campeonatos internacionais. “O Breaking tem que virar esporte. Vai ser mais conhecido, os dançarinos vão virar atletas”, diz o B-Boy Eagle.  Ainda fazem parte da Dream Kids Brasil as crianças B-Boy Sonek que foi 1° lugar no Eurobattle Kids, B-Boy Marcin que Foi Tri-Campeão Brazil Batlle Pro e também premiado no Dance Summer Camp, em Portugal. Breaking – dança ou esporte? Do outro lado, José Ricardo Freitas Gonçalves, 53, mais conhecido como “Rooneyoyo O Guardião”, é veterano no circuito. Ele é Presidente da Confederação Brasileira de Breaking, criada dois anos após o Comitê Olímpico Internacional (COI ) reconhecer, no fim de 2016, essa dança como esporte. Tóquio não quis incluí-la na programação, Paris já viu vantagem. O status olímpico emplacou manchetes, mas explica que até dentro do segmento foi motivo de divergências. Quando descobriram por meio da mídia, cinco anos atrás, “a possibilidade de virar modalidade”, alguns B-Boys e B-Girls encanaram.  “Deu um remelexo. Uns contra, outros a favor. Foi bem turbulenta essa época. Ainda tá meio confuso na cabeça deles o que é cultura e o que é esporte, é uma linha bem tênue”, conta Rooneyoyo. Para Eder Devesa, formado em Educação Física e Marketing Esportivo, coach e preparador físico da nova geração, inclusive do B-Boy Eagle e da B-Girl Angel do Brasil, o Breaking é uma dança e nunca vai deixar de ser, com características também de esporte. “O Breaking é um esporte cultural” O COI entendeu também dessa forma e tomou a decisão de criar uma estratégia de se comunicar com jovens urbanos. A próxima Olimpíada está programada para acontecer entre os dias 26 de julho até 11 de agosto, em 2024, em Paris. O evento vai ser realizado ao longo do Rio Sena, local que receberá a Vila Olímpica.

Com dois brasileiros na formação, Popes of Chillitown mostra força em Londres

Com a retomada dos shows em Londres, a bola da vez foi o Popes of Chillitown, que fez uma apresentação perfeita para começar o final de semana, na última sexta-feira (20). A venue da vez foi o New Cross Inn, no sudeste de Londres, uma casa muito legal e aconchegante para um show. Som alto e cerveja gelada dão o tom da noite. Em sua formação, o Popes of Chillitown conta com dois brasileiros. Aliás, isso torna ainda mais interessante a química da banda que em sua sonoridade mescla diversos estilos e resulta em um belo mix. O show serviu como aquecimento para o Slamdunk, que vai acontecer em duas semanas. Voltando um pouco a falar sobre os brasileiros, um deles é o Trosso , sax e vocal no Abraskadabra. Recentemente, ele também lançou um álbum solo, ambos com estilos diferentes. No entanto, com uma qualidade impecável, realmente vale muito a pena ir atrás dos dois e conferir. Primeiramente, o show caótico do Popes está mantido. Logo de início, eles deixaram todos boquiabertos com a dobradinha de abertura do álbum Work Hard, Play Hard, See You In the Graveyard, com as músicas Prang e Get Off/Get On. A apresentação seguiu nesse ritmo, com a troca de beat e tempo nas músicas, assim como as trocas de vozes. Aliás, os sopros dão um charme extra na sonoridade, deixando uma massa sonora cheia de texturas e nuances. Passeio pela discografia do Popes of Chillitown O set passeou pelos três discos lançados pela banda. Blame Game, do A Word to the Wise, fechou o primeiro bloco. Posteriormente, com o jogo ganho, o resto do show foi se desenrolando sem muitas pausas. Contudo, posso citar diversos destaques da apresentação. Músicas como Winsdom Teeth, Vamos a La Luna, Opoom, entre outras consolidam o Popes of Chillitown como uma das grandes bandas do seu estilo. Certamente merecem um grande destaque. Aliás, a cena independente de Londres é muito rica. Vale muito a pena falar sobre algumas delas por aqui… Logo mais tem mais.

Conheça JP Bigg: rapper de Praia Grande que retrata suas vivências nas músicas

João Paulo B. da Silva, 30, mais conhecido como JP Bigg, é um rapper criado nos “3S” Sítio São Sebastião, em Praia Grande. Ele gravou sua primeira música em 2015, mas já rabiscava uns versos no caderno um tempo antes, sempre imaginando que escutava sua música em um carro. Mas ele não tinha coragem de gravar, pois achava que as composições nunca estavam boas. Foi só com o incentivo de sua então namorada, e hoje esposa, que tomou essa coragem. Essa primeira música lançada se chama Cortina de Fumaça e teve a colaboração do rapper de Itanhaém Petutino. “Aquilo pra mim foi mágico, só reforçou o amor que eu já sentia pela música. Sou muito grato ao Rap por isso”, afirma. Neste ano, Bigg lançou a mixtape Mafia Caiçara, que já atingiu 10 mil visualizações “na raça”, como ele mesmo diz. Bigg ainda lançou o EP Linhas de Um Caderno (2017), o álbum Oásis (2018) e Empresa Viva (2019), além de singles e parcerias. O artista Bigg em suas produções preza pela  musicalidade, variação no flow e uma letra que o representa. “Busco sempre passar minhas vivências, não consigo ser diferente disso. Não consigo cantar algo que não seja real da minha vivência ou história, independente da vertente que eu esteja compondo”. JP BIGG Ele afirma que não levanta nenhuma bandeira no rap, mas como suas vivências estão sempre presentes nas letras, acaba abordando a questão de ser negro e pobre, o racismo, a desigualdade social, dentre outros. Momento marcante Um dos momentos mais marcantes da carreira do artista foi quando participou do show do grupo de rap Ao Cubo, em Guarujá, em 2016. Ele ainda colaborou na criação artística na capa do disco Fôlego do grupo, lançado no mesmo ano. É que além de rapper, Bigg é cartunista. No início dos anos 200 ele expos suas artes para o público e ganhou certa notoriedade na cidade pelos cartoons que fez de artistas e celebridades.  “Grafitei muitos bonés em intervenções culturais e casa de show pela Baixada Santista e São Paulo. Nesse ano completa 20 aninhos que exponho minha arte nas ruas, lógico que de 2015 pra cá priorizei minha música, mas nunca deixei de rabiscar”.  Bigg também ressalta a parceria que ele fez com o Seu Coxinha, de Praia Grande, que rendeu o combo Big. “Isso aconteceu esse ano, foi além do rap”. Máfia Caiçara JP Bigg também fundou a marca Máfia Caiçara em 2015, que ganhou uma certa notoriedade e acabou virando um coletivo. “Em 2016 tirei do papel a ideia da selo independente Máfia Caiçara Records, época em que eu tinha um homer estudio. Muita coisa rolou de lá pra cá, acredito que consegui dar minha parcela para o movimento da cena do rap aqui na cidade, mas em meio aos problemas pessoais no qual passei tive que reorganizar ‘a casa’ “. Atualmente, a Máfia Caiçara é um coletivo formado por oito membros. Bigg tem planos de futuramente voltar com a marca de roupa Máfia Caiçara Clothes e com o selo Máfia Caiçara Records. Próximos trabalhos O lançamento mais recente de Bigg foi o single Bagunceira, um funk com a produção do Dj Rodjhay. E ele afirma que vários lançamentos estão por vir, em especial um trap que gravou com o Dj Ramos. “Já estou agilizando a gravação do videoclipe para Setembro, vocês vão curtir”. O trabalho do JP Bigg pode ser acompanhado pelo Youtube, Spotify, Instagram, Facebook.

Em Londres, Yungblud celebra retomada dos shows com público

Creio que antes de falarmos sobre o Yungblud, devo exaltar que os shows estão voltando a acontecer em Londres. Aliás, isso nos dá uma grande motivação e alegria, pois aos poucos estamos conseguindo virar essa página. Bem, foi quase um ano e meio sem atividades musicais por aqui, diversos cancelamentos, alterações de datas, prejuízos, trabalhos perdidos e uma série de coisas nesse tempo. Gradativamente, as coisas estão se encaminhando para a normalidade. Porém, algumas regras são claras e básicas a serem seguidas. A principal delas é a vacina: se foi vacinado, entra no show. Caso contrário, vai ficar de fora. Bem, com quatro noites de sold out no O2 Forum Kentish Town, em Londres, ficou muito fácil de entender todo o buzz em cima do Yungblud. Dominic Richard Harrison, nome de batismo desse britânico de 24 anos, é um artista com uma abordagem muito peculiar. Ele mescla diversas referências e isso o torna muito especial. Em resumo, sua música passeia entre o rock, levadas de ska, pitadas de hip hop, tudo isso somado com um visual forte, além de um carisma único. Com uma produção impecável, fãs levados na palma da mão, além de hit atrás de hit, ficou fácil entender a popularidade e o sucesso por trás da persona Yungblud. Sinergia perfeita de Yungblud com os fãs A interação entre o artista e o público é linda, emocionante. Em diversos momentos fica nítida a felicidade de Yungblud em estar em cima do palco, com os refrões cantados a todo pulmão pela plateia inúmeras vezes. Aliás, os músicos esboçavam sorrisos e olhares felizes entre eles. Com uma fanbase jovem, o discurso é super forte por parte do frontman. Temas como racismo e sexismo são abordados nos intervalos das músicas. Contudo, todos os elementos do show promovem uma linda estética, deixando diversas atmosferas diferentes em um único espaço. Como já falado anteriormente, os hits estavam lá: I Love You, Will You Marry Me, Anarchist, Weird!, além também da inclusão de um single novo, Fleabag. Por fim, um releitura de I Think I’m Okay, de Machine Gun Kelly. Enfim, um grande show de um artista de uma expressão artística enorme, uma cara nova em um período onde é necessário a reciclagem.

MC Soffia lança Meu Lugar de Fala e questiona “quando que os pretos vão amar as pretas?”

A jovem rapper MC Soffia, 17 anos, lançou seu single Meu Lugar de Fala, na segunda-feira (26). O  título, segundo a artista, não se trata de calar ninguém, mas de abrir espaço para que diversas vozes sejam ouvidas e respeitadas. A MC Soffia usou essa oportunidade para falar dos seus sentimentos e vivências. “Essa música tem muito a ver com o meu momento atual, sou jovem, quero namorar, ser uma pessoa igual a todo mundo, e tenho meu interesse em meninos pretos, assim como as minhas amigas, e temos problemas para resolver com esses meninos. Mas é um rap misturado com pagodão, beat feito pelo beatmaker Trimox, da Bahia. Tá muito lindo o clipe, e  um pouco polêmico mas vocês vão gostar. ” MC Soffia O clipe foi lançado um dia após o Dia da Mulher Negra, tributo à  Tereza de Benguela, líder quilombola. Essa é uma conquista muito grande da luta das mulheres negras. “Nós mulheres negras estamos sempre enfrentando muitas dificuldades pelo racismo estrutural, sexismo, machismo e a solidão da mulher negra, então é sobre essas questões que resolvi compor essa música, sinto que é minha contribuição na luta”, afirma.

D3cker, rapper santista, lança terceiro álbum BU3NO

Murilo Bueno Ferreira, 21, mais conhecido como D3cker, é um artista experimental de Santos. Ele mescla sonoridades do indie ao pop com sua vertente principal, o trap. D3cker, retorna à cena com seu o álbum BU3NO, lançado na segunda-feira (26). Em resumo, é o terceiro em sua carreira, escrito durante um período em que o artista se viu isolado da sociedade por causa de problemas com drogas. Na produção, D3cker conta que entrega sua alma em cada faixa. Todas foram mixadas e masterizaras por ele. Exceto a última do álbum, realizada pelo Sandrim. Já a produção instrumental é de Real Nage e Sandrim, amigos de longa data do artista. As faixas têm uma atmosfera melódica totalmente diferente de seu primeiro álbum. Mas, segundo ele, seguem o mesmo princípio dos anteriores: letras sinceras, bem escritas e pessoais. Tem um tom maduro e sincero sobre escolhas e consequências na vida de um artista em busca do sonho. Ele traz temas como sua luta contra as drogas no mundo da música, a transição para a nova forma de enxergar a fama e a trajetória até ela. D3cker lançou o primeiro álbum de estúdio Submundo em 2019. A queda E O sentido em 2020 e agora o terceiro Bu3no em 2021. O trabalho do D3cker pode ser acompanhado pelas redes sociais: Instagram, Spotify e Youtube.

Conheça G6 MC, rapper santista que está preparando o primeiro EP solo

Guilherme César Saldanha, 35 anos, mais conhecido como G6 MC, é rapper, compositor, desenhista, storyboarder e diretor de arte. Atualmente, mora em Santos e está para lançar o seu primeiro EP solo intitulado The Real Game.  “Eu tô indo pra cima, sem abdicar da minha responsabilidade.  Eu gosto de abrir a visão das pessoas, gosto de gerar reflexões e pensamentos, de fazer a mente do próximo funcionar”. Ele afirma que apesar de gostar do rap de mensagem, também gosta de abordar em suas letras diversos assuntos. “Sou abrangente, falo sobre coisas poéticas, sacanagem, amor, letras que passam a visão. Não tenho uma limitação, gosto da abrangência e versatilidade”.  O EP solo conta com a produção de peso do Velho Beats e trará uma faixa assinada por Max Pontes, um dos grandes produtores musicais da Baixada Santista. Cada faixa do EP The Real Game terá um clipe, que segundo G6 será lançado em drops. “Não vamos lançar as faixas de uma vez, e sim uma a uma, assim dá mais tempo de trabalhar. O primeiro vai sair mais para o final do ano”, afirma. Trajetória O rapper ainda está dando andamento ao projeto CYPHERFUNK dos 13 pelo Selo T13 RECORDS. O projeto reúne grandes nomes da velha guarda e da nova escola, contando com nomes de peso como Chiquinho CH (ex-dupla Chiquinho e Amaral), NB Emici, D3cker Boy, Criminal D, Dinho da VP, Kazuya, entre outros. G6 conta que escreve desde criança e sempre teve contato com a cultura hip hop por meio das músicas. “Sempre gostei. Funk e rap ouço desde moleque, desde que vim para a Baixada Santista. Eu morava em São Vicente, ouvia Facção Central, Racionais, usava ciclone, sempre fui o menino ‘rueiro’, vivia descalço, as quebradas viviam trocando tiro, no fim dos anos 90, começo dos anos 2000 …” Ele relembra que chegou a compor com o Chiquinho da dupla Chiquinho e Amaral, mas não lançava nada porque não se sentia confiante. “Eu sempre cantei bem, sempre fui muito eclético, cheguei a gravar algumas coisas em estúdio, mas não lancei nada, não tinha confiança”. Isso mudou em 2012, quando ele ao lado de outro MC fundou o grupo C.R.I.A.S da Baixada. E quando criou o clã de rap Território-13 ao lado de outros dois mc´s, que desde então reúne representantes de toda a região dando voz e espaço para novos e velhos talentos da cultura hip hop.  Lições para a vida Em sua trajetória, G6 acabou indo para a prisão e leva isso como aprendizado para a vida. “Eu aprendi e me fortaleceu muito. Não arrisco me colocar nessa situação por nada, aprendi a engolir meus demônios e digerir por mim mesmo”. Após essa experiência, ele voltou mais forte e focado para dar andamento em seus trabalhos. Você pode acompanhar G6 MC e seus projetos pelas redes sociais, como Instagram e Youtube. 

Tubarão MC: destaque em batalhas de rima, é um rapper para ficar de olho

Carlos Daniel Santiago Ferreira, o Tubarão MC, de 20 anos, oriundo de Praia Grande, já disputou mais de 400 batalhas de rima e tem ganhado notoriedade na cena do rap. É conhecido por suas rimas inteligentes e trocadilhos quando está mandando um freestyle. Inclusive vários vídeos na internet compilam seus melhores momentos. Pra completar, o MC é o único da Baixada Santista a ganhar duas batalhas: do Museu e da Aldeia, que tem relevância a nível nacional. Em seu portfólio, destaca-se vencedor da Batalha do Museu, em Brasília, Batalha da Aldeia, por duas vezes, além de ser vice-campeão do estadual, o Circuito Paulista de Batalha de MCs, dentre tantas outras conquistas.  Grande parceria O rapper já rimou com nomes conhecidos das batalhas, um deles é o Kant, com quem fez um feat neste ano. O clipe Nada Pacífico tem mais de 280 mil visualizações no YouTube e foi possível graças a parceria da Batalha do Líbano e a Batalha013.  “Eu já conhecia o Kant das batalhas. Além das rimas, é alguém que eu gosto muito. A gente começou a pegar uma amizade. Em 2020, me convidaram para participar da Batalha do Líbano, que é de Barueri, de onde o Kant é e ele mora no bairro do Líbano. Então, eles viram que eu era o maior campeão aqui da Baixada Santista e perguntaram por que não nos juntar em uma parceria. A Batalha013, da Baixada, me apoiou e arcou com o custo. O vídeo foi lançado no canal da Batalha do Líbano. Graças a Deus abriu portas para a visibilidade”.  Tubarão MC O artista também tem singles e clipes lançados, trabalhos solos e com parcerias. Recentemente, teve o lançamento de É o RAP, é o funk, com integrantes do coletivo Labuta Hip Hop, do qual faz parte.  No início era hobby Mas nem sempre Carlos Daniel levou o rap como algo que queria pra vida. Tudo começou como um hobby em 2015, quando ele tinha 14 anos apenas. “Fazia uma rodinha de freestyle com os amigos na escola, a gente não fazia rap e sim funk. Nos reuníamos, ficávamos na ‘palma da mão’ rimando”, explica.  Em 2016, foi a sua primeira batalha de rap em Praia Grande, a Batalha Hip Hop Por Prazer, que acontecia no Boqueirão. Ele já era conhecido como Tubarão na escola, devido a um acidente na educação física, que o fez perder o dente da frente. Os amigos na época disseram que ele estava parecendo um tubarão e ele adotou o vulgo pra vida.  Apesar de gostar de rimar, ele via a pratica como um hobby. Demorou um ano para perceber que poderia ser algo a mais. “Eu fazia aos finais de semana. Só tinha três batalhas na Baixada Santista, então não ia a muitas e não era algo que pensava em levar pra vida”.  Primeiro som Quando começou a aparecer mais batalhas na região, o artista era mais frequente nos eventos. Ele ganhava algumas, e tinha casos em que a premiação era a produção e gravação de uma música. Só que Tubarão geralmente dava esse prêmio para outra pessoa, pois não tinha ainda muito interesse em fazer música.  Ele resolveu dar uma chance em 2017, quando gravou pela primeira vez a música Sentidos parte I. “A 100ª edição da Batalha da Conselheiro, em Santos, foi especial. Reuniram só MCs selecionados. Eu fui campeão nesse dia e ganhei uma produção completa com beat, gravação e tudo. Resolvi fazer, pensei ‘não custa nada’, e assim fiz meu primeiro som”. Outro patamar Dias após esse evento, Tubarão conta que a chave virou e ele começou a perceber que o hobby poderia se tornar algo mais sério. Ele disputou a regional, que acontece uma vez por ano. “Era um evento bem importante, você tem que passar nas classificatórias até chegar ao nacional. Eu acabei perdendo, mas entendi o patamar que eu poderia chegar”. Para ele, alguns mc´s importantes com quem rimou devido à relevância foi o Leozin, na época o considerava um dos melhores de São Paulo, em 2016. O Salvador, com quem rimou em 2019 no estadual, conseguindo vencê-lo, e o Kant.  O segredo das rimas Tubarão é muito conhecido pelas batalhas e a forma como constrói as rimas no freestyle. Ele conta que desde a época de escola sua matéria preferida era português, pois sempre se deu bem com as palavras. Ele tinha facilidade em fazer textos, redações, facilidade com figuras de linguagem, metáforas e por aí vai.  Quando entrou para o mundo das batalhas, começou a estudar outros assuntos. “Trocadilho, antítese, comecei a estudar mais. Também vejo batalhas de outros países, isso faz você aprender muitas coisas. Os compilados de vídeos na internet, por exemplo, não são iguais aos do Brasil. Aqui, geralmente fazem sobre as melhores rimas. Lá, eles separam por temas, tipo melhores rimas de metáforas, de trocadilhos. Eu estudo muito isso e busco entender o estilo que cada batalha tem”. Tubarão MC Após tantas experiências nas batalhas, Tubarão confessa que não fica mais tão nervoso quando vai competir. E sempre que tem um evento, busca ficar tranquilo e de cabeça fria um dia antes, sem se estressar e arrumar problema. “Eu já sou uma pessoa bem fria e eu faço isso. Quando subo no palco eu estou tranquilo”.  Representante 013 Com todas as disputas e conquistas nas batalhas de rima, Tubarão MC acaba trazendo visibilidade para a região da Baixada Santista. E para ele, isso é muito satisfatório. “É como nas olimpíadas, que você passa o bastão para o outro atleta, sabe? Sempre tem alguém que se destaca, em 2016 era o T h, por exemplo. E tiveram outros. Eu não acho que sou o melhor em rima, mas sou esforçado, eu tenho corrido atrás do que eu quero”.  Ele ainda fala que a Baixada Santista tem muita batalha boa, mas não tem tanta visibilidade. “Então, eu fico feliz quando o Bob da Batalha da Aldeia vai falar meu nome e ele fala de onde eu sou. Ano passado mesmo eu consegui

Grupo de rap Imagreen lança primeiro EP, uma trilogia com clipes

O Imagreen, grupo de rap da Zona Noroeste de Santos, lançou o primeiro EP Entre o Mal e o Bem após quase oito anos de caminhada. Em síntese, a produção é uma trilogia e todas as músicas ganharam clipes. Entre o Mal e o Bem, Não Fica em Shock e No Que Dar Valor têm identidades e atmosfera diferentes, mas dialogam entre si. Em resumo, os integrantes Mary Pozett, 33 anos, Zilla, 29, e LM’C ,25, começaram a pensar no conceito do EP após serem contemplados com a Lei Aldir Blanc, em dezembro de 2020. “Quando conseguimos pensamos no conceito do EP, soltando todas as músicas com clipe”, diz Zilla.  Trilogia A primeira música Entre o Mal e o Bem, que dá título ao EP, é uma crítica relacionada ao governo. “A gente levanta a militância do que o rap é em si”, afirma LM´C. Logo depois, veio o segundo lançamento Não Fica em Shock aborda problemas relacionados à própria favela. “Estamos nos apresentando de uma forma mais abrangente dentro do hip hop, envolvendo os quatro elementos”, explica LM´C. Aliás, no clipe, podemos ver mc´s, b boys, dj e grafitti, os quatro elementos do hip hop.  Por fim, a terceira música No Que Dar Valor é mais introspectiva e traz uma mensagem motivacional. Contudo, a composição foi escrita há oito anos. “É uma composição do LM’C. A gente ia gravar ela a muito tempo atrás, mas preferimos fazer ela com os músicos num formato que desse uma emoção a mais. No beat ela já era boa, mas se viesse com melodia e arranjos ficaria bem melhor”, explica Mary Pozett.  A união faz a música A DJ e produtora cultural Nanne Bonny foi a responsável pela produção das músicas junto com o grupo. Aliás, ela é conselheira de cultura de Santos e durante o processo da Lei Aldir Blanc participou ativamente da construção do edital e da implementação da lei na cidade.  “Eu conheço o grupo faz alguns anos e sempre acreditei muito na potência deles e foi quando procurei eles para falar do edital.  A ideia deles já estava pronta, a gente fez algumas reuniões para discutir orçamento e cronograma e adaptar para o edital. Após isso, nos reunimos e começamos a contatar equipe para produção. Eles já tinham as músicas, os clipes foram construídos em equipe. E esse foi o resultado!”. Ademais, embora o curto período que tiveram para execução do projeto, o grupo está bem satisfeito com o resultado do primeiro EP e agradece todas as pessoas que participaram da produção. “Aos b-boys, aos músicos que participaram da última música (No Que Dar Valor). A galera que fechou em protagonizar o primeiro clipe, a Andreia Biancardi, Nanne…” Os trabalhos do Imagreen podem ser acompanhados pelas redes sociais. YoutubeFacebookInstagramSpotify