Crítica | To The End – Memoriam

Os herdeiros do death metal inglês. É assim que podemos classificar o Memoriam. Tendo como vocalista Karl Willets, do grande Bolt Thrower, a banda chega ao seu quarto álbum, To The End, totalmente fiel à proposta de executar death metal tradicional, sem parafernálias eletrônicas, apenas com o coração. Uma aula sobre o estilo, é o que podemos encontrar nesse fantástico álbum. Quem acompanhou o início dos anos 1990 com certeza se lembra de clássicos como In Battle There is No Law (1989), War Master (1991) e The IV Crusade (1992), que são obrigatórios aos deathbangers, e assim o serão por toda eternidade. To The End mostra os vocais podres de Willets somados à guitarra mortal de Scott Fairfax, criando aquele clima mórbido tão caro às formações mais antigas de metal extremo. Também podemos notar que o material transborda peso e atitude, sem precisar focar na velocidade o tempo inteiro (o que também não é algo ruim, diga-se) ou berros intermináveis. Nesse quesito, salta aos olhos a faixa Each Step (Closer to The Grave), lenta, densa, um autêntico pesadelo sonoro. Agrada os nostálgicos Quem era fã de Bolt Thrower não terá a menor dificuldade de banguear com To The End, com as animais Onwards Into Battle, Failure to Comply (paradinhas mortais), a faixa-título (belos riffs), e as tipicamente inglesas Vacant Stare e Mass Psychosis, que são números onde também brilham as cordas de Fairfax, um mestre na arte de criar riffs macabros. A “cozinha”, formada por Spikey Smith (bateria) e Frank Healy (baixo) não deixa o pique cair um minuto sequer, sendo tudo posto à disposição dos já citados guturais de Willets, sem dúvida um dos melhores cantores da história do estilo. Deathbangers, não deixem de conferir. To The EndAno de Lançamento: 2021Gravadora: Reaper EntertainmentGênero: Death Metal Faixas:1-Onwards Into Battle2-This War is On3-No Effect4-Failure to Comply5-Each Step (Closer to The Grave)6-To The End7-Vacant Stare8-Mass Psychosis9-As My Heart Grows Cold

Entrevista | Robin Zander (Cheap Trick): “depois desse álbum, certamente vem outro”

Quase 50 anos depois do início da carreira, o Cheap Trick mostra que é possível seguir lançando álbuns em alto nível. O mais novo é In Another World, o vigésimo de estúdio de Robin Zander e companhia, que chegou ao Brasil via BMG na última sexta-feira (9). Aliás, os primeiros versos de The Summer Looks Good on You, faixa que abre o álbum, já mostram que a energia segue lá em cima. Em resumo, rock and roll dançante e com refrões poderosos. O Cheap Trick não perdeu sua essência. Contudo, o guitarrista e fundador do Cheap Trick, Rick Nielsen, resumiu bem esse sentimento dos integrantes. “Nós somos irresponsáveis o suficiente para não desistir. Amamos nos unir e tocar. No nosso primeiro disco eu dizia ‘tenho 30 anos mas sinto como se tivesse 16’. E bem, ainda me sinto assim… Pelo menos até a realidade me alcançar. Mas quando toco, me sinto o cara mais jovem do mundo”. Fundado em 1974, o Cheap Trick atualmente conta com sua formação quase inteiramente original. A exceção é o baterista Bun E. Carlos, que foi substituído por Daxx Nielsen, filho de Rick. Robin Zander (voz, guitarra base) e Tom Petersson (baixo) seguem desde o início na linha de frente. Além dos explosivos singles Light Up The Fire e Boys & Girls & Rock N Roll, o álbum conta com uma versão da clássica Gimme Some Truth, de John Lennon, com a participação especial de Steve Jones (Sex Pistols) nas guitarras. O vocalista Robin Zander conversou com o Blog n’ Roll, via Zoom, sobre o novo álbum, influências, Brasil, além de ter dado dicas para as bandas que estão começando. Confira abaixo. Robin, como foi o processo de criação de In Another World? Nós fizemos o álbum quase todo no estúdio. Às vezes nós fazemos isso porque cria um som espontâneo, que geralmente tem mais energia do que quando você pensa demais em algo. Algumas coisas foram escritas antes, naturalmente, mas a maior parte foi adicionada já no estúdio. O Cheap Trick já carrega quase 50 anos de carreira nas costas. Qual foi o pior momento para vocês? E como acertaram o rumo? A pior parte da nossa carreira foi em 1981, depois que lançamos All Shook Up (1980). Foi quando o Tom saiu da banda (ficou fora até 1987) e formou uma outra banda, chamada Another Language. Depois disso, a gente não sabia exatamente o que fazer. Posteriormente, o Roy Thomas Baker, famoso produtor do Queen, salvou nossa carreira. As apresentações ao vivo do Cheap Trick são notórias e lendárias. Como está sendo esse período sem turnês para vocês? Nossas performances ao vivo ainda existem. Sempre nos consideramos uma banda viva. Já fizemos mais turnês do que qualquer outra banda que consigo pensar agora. E continuamos gravando novos álbuns, o que é algo único para bandas que começaram na mesma época que nós. Vocês continuarão gravando álbuns de estúdio? Estamos sempre gravando. Eu estou cercado por gênios. Cheap Trick sempre teve essa qualidade. Robin, qual é a chave para esse sucesso do Cheap Trick? É uma mistura de tudo. De todos os rapazes da banda, com tudo que crescemos escutando, com nossas influências… nós roubamos dos melhores. O que domina esse caldeirão de influências de vocês? Eu diria que o Rolling Stones, The Who, Queen, The Beatles e (Jimi) Hendrix. Mas principalmente dessas bandas da invasão britânica. Impressiona a consistência da discografia da banda. Sabemos que geralmente, a banda considera o seu último trabalho como o melhor da carreira. Você compartilha desse pensamento? Eu tenho esse sentimento também. O mais recente é sempre o melhor. Eu o recomendaria para novos fãs, claro. A pandemia deixou muitas bandas novas desanimadas por conta das restrições. Qual conselho você dá para esses músicos? Não desistam. Se é algo que vocês gostam de fazer, simplesmente não desistam. O Cheap Trick sempre foi uma banda com um astral lá em cima, esperançosa nas letras. A pandemia mudou isso, Robin? Nós não pensamos muito no que está acontecendo no mundo. As letras saem naturalmente, na verdade. Como foi o período de isolamento para vocês? Foi assim como foi para você. Isolamento é uma faca de dois gumes, porque te dá a oportunidade de olhar para si mesmo. Eu finalmente consegui ter tempo para minha esposa depois de 27 anos, pelo menos. Acredita que o mundo será um lugar melhor após a pandemia? Acho que sim. Essa é uma experiência de morte para o mundo. Nunca se falou tanto de mortalidade. E é algo que não vai embora se não revidarmos. Estamos no meio dessa batalha. Mas, ganhamos novas munições a cada semana. Sempre surgem com coisas novas que podem ajudar. Nós todos temos que ser responsáveis, usar máscara, manter o distanciamento, evitar aglomerações… até que isso acabe, temos que ser responsáveis. Acho que se lutarmos sério contra isso por mais um ou dois meses, podemos vencer. Talvez não a ponto de voltar ao normal, mas o suficiente para que possamos aproveitar a vida novamente. Como é o desafio de promover o álbum com as casas de shows fechadas? Acho que isso é um desafio positivo. O streaming é algo novo e que ajuda muito. Além disso, existem projetos de shows em estádios para pessoas em suas casas. Várias telas com um público participando pelo Zoom (risos). Em 2016, vocês entraram para o Rock and Roll Hall of Fame. Como receberam essa homenagem? Depois de 25 anos, você se torna elegível para entrar no Hall da Fama. Os anos vão se passando, e você sempre acha que pode ser seu momento, até que vai perdendo a esperança. Mas, de repente, você recebe uma ligação dizendo que você está dentro, e toda a espera é perdoada. Imaginava ser tão grande e relevante um dia, Robin? Não. É uma honra que as pessoas ainda contratem a gente para lançarmos novos álbuns. Na nossa idade, estar na ativa significa que estamos fazendo algo certo. Música é o que amamos, então a gente vai

Entrevista | Duda Raupp – “São muitas inseguranças e incertezas”

Em tempos de pandemia, recordar do cenário urbano da cidade e de um simples passeio de bicicleta pode significar muito. Em suma, resgatando memórias de um período antecedendo o isolamento causado pelo coronavírus, o músico gaúcho Duda Raupp lançou recentemente o EP de estreia Giro, convidando o público para relembrar a sensação de liberdade, em um tour pelas ruas de Porto Alegre. Com três faixas totalmente instrumentais, o artista utilizou influências do neo soul, R&B e hip hop para criar o álbum, descrevendo um dia inteiro de lazer. Aliás, as músicas foram pensadas como trilha sonora para um percurso pedalando por bairros e parques da cidade. Com a lembrança dos encontros entre amigos ou da admiração pelas paisagens ao longo do caminho, o multi-instrumentista decidiu transformar essa nostalgia em trabalho. “Consegui tirar isso de bom. Desde o início da pandemia estou trancado em casa, saindo apenas para coisas essenciais. Então, tive que arrumar uma forma de me expressar musicalmente. Tinha um sonho de me tornar produtor e artista solo e a oportunidade surgiu com o isolamento”. Paixão nas letras O sentimento de querer mostrar o que estava fazendo nesse ano afastado das ruas, motivou Duda a transmitir a paixão pelas novas formas de composição que descobriu ao longo do período em casa. Contudo, toda a rotina de produção com instrumentos recém-chegados e a junção da vontade de compartilhar a saudade dos momentos nostálgicos antes da pandemia, foram o principal combustível para o beatmaker lançar o novo projeto. “Junto com essa sensação de querer mostrar meu trabalho para o mundo, faz muito sentido contar todos esses momentos que no dia a dia me vejo relembrando. Fico pensando no que gostaria de fazer se não fosse a pandemia, de quando me juntava com as pessoas ou pegava minha bicicleta para dar um rolê. Isso me inspirou bastante”. Todavia, se o corpo permanece dentro de casa, a mente do artista viaja para outros lugares, em um giro de experiências e vivências. Por isso, ele espera que o público sinta a mesma energia enquanto busca algo totalmente pessoal nesse projeto. “O que eu espero é que as pessoas quando escutem esse EP, encontrem o seu próprio giro sonoro. Que relembrem momentos que são muito especiais para elas. Por meio de sons tentei trazer um sentimento nostálgico, mas que acima de tudo fizesse com que as pessoas consigam identificar seus sentimentos”. Planejamento E se a pandemia foi o fator decisivo para a criação deste projeto, o artista ainda teve que se adaptar ao novo momento para transformar a dificuldade em trabalho. Compartilhar tantos sentimentos e lembranças pessoais é algo recente para ele. Mesmo com as experiências musicais e a trajetória que constrói há alguns anos, Duda ainda está se adaptando ao planejamento do lançamento de um primeiro álbum em meio à pandemia. “São muitas inseguranças e incertezas ao longo do caminho por estar pela primeira vez divulgando algo com o meu nome. É como se eu colocasse minhas entranhas para o mundo ver. Fazer a própria música e arte é algo em que você está expressando coisas que sentiu e isso é muito novo para mim”. Com as dúvidas que surgiram ao longo do processo, ele contou com a ajuda da internet para espalhar a mensagem do giro musical que criou sozinho. Ou melhor, em parceria com os novos instrumentos que descobriu ao longo das tentativas de composição. “Por causa da pandemia e do isolamento, comecei a criar mais conteúdo para minhas redes sociais e a gravar vídeos dos beats que eu fui criando ao longo do dia. Nisso fiz uma campanha de divulgação pensando na identidade visual do EP, utilizando isso pra ter um material legal para postar e por meio disso divulgar o trabalho. Está sendo tudo muito virtual mesmo”. Apoio de peso A internet se tornou um quebra galho para que Duda pudesse difundir a ideia nostálgica do EP, mas não foi o único fator de apoio do artista, já que ele também contou com a ajudinha da produtora Foco na Missão para o lançamento do álbum. O rapper Rashid e a empresária Dani Rodrigues, fazem parte da divulgação e são os principais responsáveis pela organização e planejamento do projeto. “Está sendo maravilhoso. Eles têm muito mais experiência do que eu, tanto no mercado da música, quanto em lançar e divulgar trabalhos. Estar absorvendo essa oportunidade que estão me trazendo é fantástico, estou aprendendo muito”, revela. Quem é Duda Raupp O artista acabou de chegar com o novo trabalho, mas a paixão pela música vem desde a infância, onde o lazer se transformou em renda. Há cinco anos ele está inserido no mercado, entretanto é o primeiro projeto solo do rapaz que mostra nitidamente ser apaixonado por este universo. “Música é o que me movimenta, é minha vida. Todos os momentos, desde quando acordo até a hora de dormir estou pensando nisso. Se quero relaxar coloco uma música. Indo trabalhar também faço isso. Se vou estudar, estou em uma faculdade de música. Minha namorada é musicista… Não tem como fugir. É uma paixão tão grande que transcende o lado profissional”. Não tem como duvidar deste amor. Guitarra, contrabaixo, teclado, percussões e bateria, são todos os instrumentos que fazem parte do repertório do beatmaker. Sozinho, o artista acabou descobrindo um novo desafio: criar música e sobreviver disso. “Nesse processo de produzir beats em casa, acabo experimentando muita coisa nova, e quando vejo já estou tocando. É difícil achar um momento em que eu diga que domino um instrumento realmente e não só experimento. É como se eu fosse provando tudo”. Quem curtir o projeto multi-instrumental, também pode acompanhar Duda nas redes sociais. Lá, o artista compartilha os experimentos que faz todos os dias com os mais variados estilos. Ele ainda revela que está no processo de criação de um single e que os próximos meses serão de trabalho intenso na divulgação de novas composições. “Estou planejando vários projetos para o ano todo. Vou lançar três singles que vão ter parcerias com outros

Conhecendo o Blues #4 – Little Walter

Considerado o mais importante gaitista da história do Blues, Little Walter mudou o curso da harmônica e foi um artista revolucionário. Marion Walter Jacobs nasceu no estado da Louisiana em 1930. Aos 13 anos de idade já se apresentava pelas ruas de New Orleans e seu grande ídolo foi o pioneiro da gaita John Lee “Sonny Boy” Williamson. 1945 foi um ano importante em sua vida. Ele chegou a Chicago e um novo mundo se abriu para o jovem músico, então com 15 anos de idade. Ele realizou suas primeiras gravações em 1947 ao lado do cantor e guitarrista Jimmy Rogers, para o pequeno selo Ora Nelle. “Eu conheci um garoto que realmente sabe tocar!”, foi o que Rogers disse a Muddy Waters se referindo a Little Walter. O trio virou um fenômeno em Chicago e logo seriam conhecidos como The Headhunters. Em 1950, iniciam-se uma série de gravações históricas e uma parceria com Muddy Waters que é sem dúvidas uma das mais impactantes da história do blues. Dois anos depois, a carreira de Little Walter decola quando ele lança a música Juke, um instrumental incendiário, que levou o blues e a harmônica para novos caminhos. Walter era um improvisador sem igual, criava temas imbatíveis e cantava de forma vibrante e visceral. Talvez ele não tenha sido o primeiro a tocar com a gaita em um microfone plugado no amplificador, mas criou sons incríveis que ecoam até os dias de hoje. Ele gravou diversos hits como líder para o selo Checker (subsidiário da Chess Records) entre 1952 e 1967. Aliás, não posso deixar de citar três verdadeiros clássicos: My Babe, Nobody But You e Just Your Fool. Triste fim Walter tinha sérios problemas com drogas e com o álcool, além de ser uma pessoa que se metia em muitas encrencas. No dia 14 de fevereiro de 1968, ele se envolveu numa grande briga depois de um show e foi pra casa com fortes dores de cabeça. Foi dormir naquela noite com graves ferimentos pelo corpo e nunca mais acordou. 10 músicas para conhecer um pouco da obra de Little Walter Just Keep Loving Her (1950) – Little Walter Trio Going Away Baby (1950) – Jimmy Rogers Off The Wall (1953) – Little Walter and his Jukes Mellow Down Easy (1954) – Little Walter and his Jukes Hoochie Coochie Man (1954) – Muddy Waters Sugar Sweet (1955) – Muddy Waters It Ain´t Right (1956) – Little Walter and his Jukes Temperature (1957) – Little Walter Crazy Mixed Up World (1959) – Little Walter Crazy Legs (1961) – Little Walter

Guns n’ Roses libera VT de show no Brasil, em 2016; assista!

Em novembro de 2016, o Guns n’ Roses retornou ao Brasil com Slash e Duff em sua formação. A turnê era uma das mais aguardadas pelos fãs, após uma série de apresentações com formações totalmente desfiguradas. Contudo, a boa notícia é que a banda liberou em seu YouTube, no sábado (10), os melhores momentos da apresentação no Estádio Nacional, em Brasília. Aliás, na ocasião, a banda se apresentou também em Porto Alegre, São Paulo (duas vezes), Rio de Janeiro e Curitiba.

Indicado para fãs de Black Keys, Bones Owens estreia com discaço

De Nashville, a Cidade da Música, vem Bones Owens, que acaba de lançar seu álbum de estreia, homônimo. Em resumo, o tão aguardado álbum tem uma aspereza do oeste selvagem e moderno, com versos de guitarra corajosos ao lado da voz de Owens. Ao discutir a jornada que levou Owens à sua estreia, ele disse: “este álbum é a culminação de anos de sangue, suor e lágrimas no (music) business … fazendo discos em outras bandas, fazendo discos para outras pessoas, etc. É o fim do objetivo de fazer meu próprio álbum completo e, ao mesmo tempo, apenas o começo deste capítulo.” Tendo deixado a cidade para retornar a algo parecido com suas raízes, ele propositalmente encheu sua sala de escrita com os incontáveis ​​tesouros e bugigangas que reuniu ao longo dos anos. “Minha mãe era dona de uma loja de antiguidades quando eu era criança – na verdade morávamos acima dela – então sempre tive esse amor por coisas antigas”, diz Owens, que trabalhou como antiquário por vários anos. Com sua coleção incluindo tudo, desde o sentimental ao absurdo – uma coleção de pontas de flechas nativas americanas desenterradas por seu avô enquanto trabalhava nos pomares de frutas do Missouri, cabeças de coiote taxidermizadas adornadas com capacetes de motocicleta antigos – Owens considera esse espaço essencial para seu processo criativo. “Para mim, a inspiração é ambiental”, diz ele. “Na maioria das vezes minhas músicas vêm de mim apenas sentado com um violão, rodeado por todas as minhas coisas favoritas.” Escrito antes da pandemia Com Bones Owens escrito nos dias pré-pandêmicos, Owens espera que o espírito desenfreado do álbum possa fornecer uma elevação muito necessária para seu público. “Quando fiz esse álbum, obviamente não tinha ideia de que o mundo estaria tão completamente mudado na época em que fosse lançado”, diz ele. “Este álbum para mim foi sobre um momento transformador na minha vida. Tratava-se de perda e dor, mas também de amor e de encontrar uma saída em tempos sombrios. Sinto que tudo isso são emoções e sentimentos aos quais estou conectado agora, tanto quanto quando foram escritos”. Contudo, Bones Owens é uma expressão completa dos impulsos mais selvagens de Owens, todos os ritmos suaves e riffs arrogantes. A estreia do músico criado no Missouri é uma vitrine potente para seu formidável trabalho com a guitarra; um talento que ele demonstrou ao se apresentar com artistas tão ecléticos como Yelawolf e Mikky Ekko. Aliás, a maior parte do álbum mostra Owens unindo forças com o baterista Julian Dorio (Eagles of Death Metal) e o baixista Jonathan Draper (All Them Witches), gravando ao vivo em fita e infundindo cada faixa com uma vitalidade frenética.

Rica Silveira e Cortecertu lançam som em defesa da saúde pública

Em meio à fase mais grave da pandemia de covid 19, o rapper e instrumentista Rica Silveira se uniu ao DJ, bibliotecário, pesquisador e repórter Jair dos Santos Cortecertu para lançar seu primeiro single de 2021: FYA. “A música é um grito de protesto contra o fascismo e neofascismo, a favor da democracia. Além disso, o Dia Mundial da Saúde foi escolhido como data de lançamento para expressar a defesa da saúde pública, vacinação para todos”, diz Rica. Aliás, produzida por Cortecertu e masterizada pelo DJ Duck Jam, o single tem a capa pelo tatuador e vocalista da Calibre 12, Aleks Navau. Enquanto o videoclipe leva a assinatura do próprio Rica.

AFI libera dois sons inéditos, um deles escrito com Billy Corgan

O AFI compartilhou Dulcería e Far Too Near, duas faixas do álbum Bodies, previsto para 11 junho. Dulcería, escrita junto com Billy Corgan (The Smashing Pumpkins), chega acompanhada por um videoclipe. Ambas as músicas vão estar incluídas em um 7”. “’Dulcería sugere, se você passar muito tempo na loja de doces, você pode acabar grudado no chão “, diz o vocalista Davey Havok. “Billy e eu temos uma grande conexão criativa quando escrevemos juntos. Foi inspirador trabalhar com um compositor tão talentoso e lendário e Dulcería é uma prova disso”, comenta o guitarrista Jade Puget. “AFI é uma parte integral de quem eu sou. O que fazemos com AFI é uma base para mim,” explica o vocalista Davey Havok. “Voltar é um retorno ao lar que eu sempre esperei.” É um sentimento compartilhado pela banda inteira. “Eu não poderia fazer o que eu faço no AFI em nenhum outro lugar,” observa o guitarrista Jade Puget. “Davey e eu escrevemos juntos por mais de 20 anos agora. Eu não encontro o que ele e eu temos em nenhum lugar, nem a coisa que nós quatro temos juntos. AFI é um lar para mim, e sempre será assim.” Sobre o novo álbum, o baixista Hunter Burgan disse que é uma oportunidade de retratar a evolução do grupo. “E com essa banda, é sempre algo novo. Nós tocamos juntos por tanto tempo que eu tenho um profundo entendimento do estilo musical de cada um dos meus colegas de banda, e ainda estou agradavelmente surpreso com as novas coisas que eles trazem para cada álbum”. Tracklist Twisted Tongues Far Too Near Dulcería On Your Back Escape From Los Angeles Begging For Trouble Back From The Flesh Looking Tragic Death Of The Party No Eyes Tied To A Tree

Brockhampton retorna reflexivo em Roadrunner: New Light, New Machine

O Brockhampton liberou nesta sexta-feira (10) o álbum Roadrunner: New Light, New Machine. O disco conta com as faixas já lançadas Count on Me e Buzzcut, com participação de Danny Brown. Aliás, essa segunda faz lembrar N.W.A. e Beastie Boys. Além da participação de Danny Brown, o álbum também conta com outros grandes nomes como A$AP Rocky, A$AP Ferg, Charlie Wilson e JPEGMAFIA, além de alguns novatos como Baird além do conterrâneo de Corpus Christi SoGone SoFlexy. Nas últimas semanas, a banda atiçou a curiosidade dos fãs com trailers do Roadrunner: New Light, New Machine. Em resumo, são algumas conversas da banda com os aclamados produtores The RZA e Rick Rubin durante a gravação do álbum. Sucesso Depois do sucesso de vendas Ginger e Sugar, as lives do Brockhampton levaram um grande golpe quando o mundo entrou em lockdown em 2020. Foi o período em que todos passaram mais tempo distantes uns dos outros desde que se mudaram juntos para Los Angeles em 2016. Em suma, cada um deles lidando com as dificuldades do isolamento, identidade e perdas pessoais inesperadas. No entanto, por ironia do destino, as adversidades de 2020 foram importantes para reforçar a importância da amizade. O tom por trás do álbum reflete os altos e baixos do período em que nasceu – um clima de tragédia e comemoração ao mesmo tempo, construído a partir da ideia central de encontrar “a luz” na vida. Assim, Roadrunner: New Light, New Machine é tão insolente quanto é empático – a boyband ingênua e jovem de outros tempos agora revela um lado mais consciente e confiante do que nunca. No processo criativo de Roadrunner, o Brockhampton abriu as portas para mais trabalhos colaborativos pela primeira vez. A faixa de abertura do álbum, Buzzcut, traz um verso de cair o queixo de Danny Brown, além de vocais do produtor da casa Jabari Manwa, que tem se revelado como vocalista e intérprete em 2021.