Capítulo Negro: Black Pantera lembra aos idiotas que existe racismo no Brasil

Na última sexta-feira (20), o Brasil viveu mais um capítulo triste de sua história recente. No Dia da Consciência Negra, passamos o dia perplexos com a morte brutal de João Alberto Silveira Freitas, no Carrefour, em Porto Alegre. Antes de tudo, um homem negro de 40 anos espancado por seguranças brancos despreparados. Contudo, sofremos um segundo ataque violento, logo na sequência. O presidente e o vice-presidente da República escancararam seus pensamentos mais escrotos, negando a existência do racismo no Brasil. E a trilha sonora para combater esse racismo sistêmico, estrutural, veio com a banda de hardcore Black Pantera, também na sexta-feira. Enquanto dão uma pausa nas gravações do novo álbum, os integrantes divulgaram o EP audiovisual Capítulo Negro. Em suma, Charles Gama (guitarra e voz), Chaene da Gama (baixo) e Rodrigo Pancho (bateria) escolheram três músicas com discurso forte sobre empoderamento e fizeram novas versões. Aliás, as escolhidas foram Identidade (Jorge Aragão), Todo Camburão tem um Pouco de Navio Negreiro (Alexandre Meneses/ Marcelo Lobato/ Marcelo Yuka/ Nelson Meirelles), e A Carne (Marcelo Yuka/ Seu Jorge/ Ulisses Cappelletti), conhecida na voz de Elza Soares. Faixa a faixa de Capítulo Negro Rodrigo Pancho conta que Identidade fez parte de sua adolescência. “Comecei aos 14 anos tocando percussão e Jorge Aragão na época era uma grande referência. Quando surgiu a oportunidade de fazer esse trabalho, fiz questão de incluir essa canção”. Chaene fala sobre a força dos versos de Todo Camburão tem um pouco de Navio Negreiro. “Apesar de ser uma música de 1994 ela é atemporal e remete à atualidade, se tornando ainda mais urgente com o aumento da violência racial por parte da polícia, do estado e da sociedade como um todo. É um marco na nossa carreira fazer uma releitura de uma canção como essa”. Logo depois, A Carne, que já faz parte do repertório do Black Pantera, fecha o EP. “Alguns anos atrás fomos convidados para tocar num festival no Dia da Consciência Negra e pediram que a gente escolhesse uma música que representasse a data. Escolhemos essa, muito emblemática, adaptamos ao nosso estilo e acabamos incluindo nos shows”, finaliza Charles Gama. Como as músicas tratam do mesmo tema: racismo e a luta contra o preconceito, a banda produziu também um curta de 12 minutos, dirigido por Leonardo Ramalho (Pajé Filmes), que já fez anteriormente os clipes de Punk Rock Nigga Roll e I Can’t Breathe. O ator Edson Militão participa do três atos, cada um com a trilha de uma das canções, que compõe o EP.

Eddie Vedder libera dois sons inéditos e promove grande evento

O vocalista do Pearl Jam, Eddie Vedder, acaba de lançar duas músicas inéditas. Matter of Time e Say Hi, que já havia sido incluída por Vedder no repertório de seus shows solo, ficaram disponíveis em todos os aplicativos de streaming. Na noite de quarta (18), Eddie Vedder e sua esposa, Jill, subiram ao palco para apresentar o Venture Into Cures, um evento virtual ao vivo em parceria com a EB Research Partnership, a maior organização sem fins lucrativos do mundo dedicada ao financiamento de pesquisas pela cura da epidermólise bolhosa, uma doença de pele não contagiosa de caráter genético. O casal Vedder está entre os fundadores da organização. Contando com a participação de celebridades e especialistas sobre o tema, o evento teve como objetivo informar a população sobre a EB. Ademais, levantar fundos para pesquisas sobre a cura da doença. Show beneficente Com duração de uma hora, o show contou com participações especiais de Judd Apatow, Bradley Cooper, Laura Dern, Billie Eilish, Chris Hemsworth, Jimmy Kimmel, David Letterman, Gaten Matarazzo, Willie Nelson e a banda brasileira Black Circle. Confira o evento completo abaixo. “Eu e Ed somos imensamente gratos a todos que estão se juntando a nós para o Venture Into Cures. Todos os dias, crianças com EB e suas famílias enfrentam desafios assustadores. Este evento pretende expor um pouco da realidade destas famílias para as pessoas do mundo todo. A missão do EBRP é encontrar a cura da EB. E este evento nos levará um passo além nessa trajetória, ao chamar atenção para o trabalho que vem sendo realizado”, disse Jill Vedder. Em resumo, a Epidermólise Bolhosa é um distúrbio hereditário potencialmente fatal que afeta aproximadamente 500 mil pessoas ao redor do mundo. Chamadas de “crianças borboleta”, por terem a pele quase tão sensível quanto as asas do belo inseto, as crianças portadoras da EB enfrentam dores severas, feridas abertas internas e externas, além de uma rotina cruel de trocas diárias de curativos. Atualmente, não existe cura ou tratamentos conhecidos para a doença. No entanto, com a ajuda de instituições como a EBRP, a busca por tratamentos efetivos para doenças raras está avançando cada vez mais rapidamente.

EPs e álbuns novos: Ana & Eric, Guevara Songs e Casa Maré

Ana & Eric – Ana & Eric Após revelar sua sonoridade guiada por um folk e pop solar e otimista, o duo Ana & Eric solidifica sua trajetória com o EP de estreia, autointitulado. O trabalho dos músicos brasileiros radicados no Canadá marca o primeiro lançamento pelo selo The Citadel House ao ganharem destaque se apresentando pelo país. O álbum reúne uma trajetória de quase uma década de música, uma interseção dos trabalhos solo de Ana Luísa Ramos e Eric Taylor Escudero. Mais que um projeto conjunto, o duo é a expressão de dois artistas que se complementam, num encontro do folk rock com a MPB, da bossa nova com o indie rock. Ana & Eric mesclam tons de Rodrigo Amarante e Kings of Convenience com pinceladas de Bright Eyes, Fionn Regan e Beatles. A identidade musical foi revelada em dois singles: Hope e Lights my way. Completam a tracklist as faixas Naufrágios no Quintal, The City & I, The Sunset e The War – O Vento. Guevara Songs – Neurônio Espelho Da composição à produção musical, passando pela gravação de todos os instrumentos e vocais, Guevara Songs é um projeto de um homem só. Expressão solo do músico Marvin Costa, o trabalho estreia em EP com o lançamento de Neurônio Espelho onde une a sonoridade plural do rock e música brasileira com as texturas eletrônicas e do hip hop. Guevara Songs busca um ponto de equilíbrio entre dois mundos – o orgânico e tradicional, o dos sintetizadores e baterias eletrônicas – e convida a refletir sobre problemas sociais e comportamentais, relações entre casais e o estilo de vida das grandes cidades. Marvin Costa grava todos os instrumentos e trabalha os samples em cada música. Após o EP, já estão projetadas faixas que serão reveladas aos poucos até culminarem em um álbum completo em 2021 para o projeto do músico fluminense radicado em Brasília. Casa Maré – Solta Teu Grito Manguebeat, frevo, MPB, ska, reggae e carimbó se misturam num caldeirão dançante de referências bem brasileiras no som da banda cearense Casa Maré. Após dois EPs, o trio revela seu primeiro álbum de estúdio, Solta Teu Grito. A mais recente amostra do trabalho foi a envolvente e delicada Jardim Mar, que chegou acompanhada de um clipe mostrando os afetos em família em tempos de isolamento social. A faixa foi inspirada pelo filho do vocalista Bruno Biú, Noah Azul. O sentimento intimista da canção é uma constante no trabalho de Casa Maré. Em resumo, parte da intimidade e cumplicidade entre seus integrantes. Além de Biú, completam o trio Rodrigo Ildefonso (baixo) e Eduardo Lopes (guitarra). A banda surgiu em 2016, como um projeto para tocarem juntos enquanto bebiam na varanda da casa de Biú, na Praia de Iracema. Decididos a registrar as novas músicas e inspirados pelo cenário praiano, o grupo convidou alguns outros amigos músicos para participarem de uma gravação que viria a ser o seu primeiro EP.

Singles novos: Roça Nova, Giovanna Moraes, Pallets, Abronca e Marysa Alfaia

Roça Nova – Roça Nova “Amizade verdadeira é como pinga de cabeceira”. É com esse espírito de coletividade e reinvenção que a Roça Nova divulga o seu single de estreia. A música, homônima, mistura rock, música caipira e ritmos afro-latinos. O lançamento é independente e antecede a divulgação do álbum de estreia da Roça Nova, Tramóia, previsto para o início de 2021. A faixa, bem como o disco, teve sessões de gravação no Estúdio Nave, em Juiz de Fora (MG). A banda se inspirou em nomes como Naná Vasconcelos, Jimmy Hendrix, Os Tincoãs, Nação Zumbi e Cordel do Fogo Encantado na ocasião. Giovanna Moraes – Singularidades Neste final de 2020, o desafio para Giovanna Moraes foi dar um novo olhar para seu último disco: Direto da Gringa, lançado em junho. Depois de uma temporada morando fora do país, nos Estados Unidos e Espanha, mas já fixa há um tempo em São Paulo, a cantora e compositora reinventa seu trabalho num flerte forte com o rock. Rockin’Gringa é um EP que vem de uma session filmada na capital paulista e que chega nas plataformas digitais na próxima sexta-feira (20). O registro audiovisual será lançado no dia 12 de dezembro. Mas, até lá, ela se antecipa e dá uma pitada do que está por vir com o video de Singularidade. Pallets – É Tão Bom A banda Pallets, de São José dos Pinhais (Paraná), estreia na Orangeira Music com a direta e dançante É Tão Bom, repleta de riffs e solos inspirados no classic e indie rock. É Tão Bom marca uma nova fase da Pallets, que se prepara para o lançamento do segundo disco, já intitulado Cidade Jardim e que terá dez faixas. Em resumo, será lançado no dia 29 de novembro, em uma live, no canal do Youtube da banda. A música fala sobre o amor de duas pessoas, da cumplicidade no olhar e da simples presença da pessoa amada trazer conforto e segurança para a outra. Abronca – Pelos Meus Ancestrais O duo de rap Abronca lança Pelos Meus Ancestrais, faixa que questiona o tratamento que o povo preto vem experienciando há séculos. A canção é uma tentativa de sintetizar o sentimento de revolta perante um sistema que é opressor e racista. O single conta com a participação de Késia Estácio. Cria da comunidade do Vidigal, o Abronca vem, desde 2017, se consolidando na cena do rap nacional. Pelos Meus Ancestrais é o segundo single do projeto Mete a Bronca, experimento criativo concebido por My e Jay durante a quarentena. Marysa Alfaia – F… Comme Femme Marysa Alfaia abre seu baú e aos poucos vai contando a sua história de mais de 25 anos de carreira na música, intercalando novidades e relançamentos. Seguindo neste ritmo, a cantora divulgou a sua releitura de F… Comme Femme, canção do francês Salvatore Adamo. A produção é do saudoso Lincoln Olivetti que deu uma atmosfera dançante nos moldes do R&B eletrônico feito nos anos 90. A gravação de Marysa, inédita no meio digital, fez parte das trilhas sonoras de duas novelas da Rede Globo: Era Uma Vez, de 1998, e Tempos Modernos, de 2010.

Ego Kill Talent revela EP gravado no Allianz Parque

O Ego Kill Talent lançou nesta sexta-feira (6) Live At The Drive In, EP gravado ao vivo em São Paulo. Em resumo, é o segundo EP da banda em 2020. Anteriormente, eles divulgaram The Dance. A temporada ainda inclui The Dance Between, previsto para dezembro deste ano. Gravado durante a Bob Burnquist Spotlab Sessions, que aconteceu no Allianz Parque, em São Paulo, em setembro passado, o projeto tem direção de Denis Carrion, Fernando Mencocini e da equipe do canal OFF. A banda, inclusive, segue gravando lives para rádios de vários países. Após ser transmitido em rádios americanas e da Alemanha, agora, o show do quinteto ganha espaço no dial espanhol, que veiculará a terceira performance da tour. A transmissão acontece de forma simultânea à exibição no canal do conjunto, a partir das 3h, na madrugada desta sexta (6) para o sábado (7). “A gente quebrou a cabeça pra pensar em um formato de turnê digital pra fazer nossa música viajar pelo mundo, mesmo que a gente não consiga estar fisicamente nos lugares. Já estamos indo pro terceiro país nas rádios, além de todo mundo poder acompanhar no YouTube”, conta Theo Van Der Loo (baixo e guitarra). Ego Kill Talent é formada por Jean Dolabella, Theo Van Der Loo, Raphael Miranda, Jonathan Dörr e Niper Boaventura.