Poesia segue em constante movimento na Baixada Santista
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A poesia movimenta-se, a poesia vira esquinas, a poesia vaga pelas úmidas ruas da Baixada Santista e tropeça aqui, no Blog n’ roll! A poesia urgente, extrema, crítica e catártica tem nome, tem altura, tem gosto… e a proposta é permitir senti-la através de dedos e almas dos poetas e poetisas que eu trouxe hoje. Ah, e tem eu também, né? As vezes arrisco uma coisinha ou outra haha. Se liga: Um jeito insosso de não ser de carne e osso,É ir sendo expropriada de mim,Dizendo simA Deus, ao capitalE a sociedade patriarcal.Mas é quando minha lua vem,Que sou revelada nua.E crua, sangro.Me habito devagar,Vou me sabendo lar.Vou sendo tempo que capital nenhum ousa controlar.O útero tem o tamanho de um punho e exala vermelho.Um útero é algo tão essencialmente subversivo,Que para muitos, os buracos e sua autonomia são repulsivos. Maya Bárbara Zarif tem 23 anos, é pisciana de quatro planetas, nascida e criada em Santos. É poeta e redatora. Lançou seu primeiro livro de poesia ano passado (2019), pela editora Multifoco, se chama “Entre caos, linhas e devaneios”. Além disso, tem um projeto de fomento a arte independente feita por mulheres, com foco em literatura, chamado Declama, mulher!. Os dois primeiros poemas (A saúde é pública, o corpo não e Se flor não for que seja amor) são de seu livro. Eles foram escritos em meados de 2016 e apesar do tempo, a temática permanece, com certa infelicidade, atual. Na verdade, bem atual. O poema Muito, muto tumulto, foi escrito este ano nesse cenário pandêmico que estamos vivendo. Para adquirir o livro é só comprar direto com @barbarazarif no Instagram, ela dá autógrafo, troca ideia e às vezes (mais do que gostaria) passa vergonha em rede pública. Para participar dos workshops e das zines coletivas do @declamamulher, é só acompanhar nas redes sociais. A saúde é pública, o corpo não O fuzil silencioso pela madrugada fez seu caminho,Achava você que ele estava perdido?Tola menina!Pois o fuzil com a guerra que pariu,Levantou a bandeira da vitória antes de cerrarmos os punhos,De cerrarmos os dentes,E de sermos inseridas em uma realidade menos morta.De morta,Temos Maria,Que em uma clínica clandestina,Carregou consigo o fardo apertado de não ter escolhaE o cabide fora de sua função,Fez de Maria ferida sem cicatrização.O cabide fora de sua função,Pendurou a alma da não mais imaculada,Maria desgraçada.O fuzil silenciosoMexe constantemente com a saúde publica,Mas o que mais incomoda é que Maria foi clandestina,Maria foi irresponsável,Maria deveria arcar com a consequência de ter escolhido…Não ter escolha?De ter aberto as pernas!Maria embarcou na arca de um mar arcaico,E pela logica patriarcal deve sempre ficar à margemE ser subordinada a não ter nada,Nem vida,Nem autonomia.Essa discussão é procrastinadaEnquanto Marias passam,Diariamente,De Imaculadas àFinadas. Barbara Zarif Se flor não for, que seja amor Eles falavam que era amor,Mas não era cravo com rosa.Eles falavam que eram um casal,Mas na real,Não podiam serPorque havia um escritoMostrando que cravo com cravo era proibido.O amor que naquela terra semeavaFoi invalidado,Oprimido e ignorado.A juventude fez as ruas mais floridasOnde os cravos desfilamSem precisarem das margaridas.A juventude se juntouE mostrou-se capaz de transformar em borboletasQualquer casulo cinzento,E embora as flores não falem,Eu posso escutarAs rosas,Os cravosE os hibiscosPedindo para se amarem sem riscos. Barbara Zarif Muito muto tumulto Se pudesse colocar o mundo no muto,Não ouviria o choro do menino,Não ouviria o latido agudo do cãoSe eu pudesse colocar o mundo no muto,Tropeçaria naquilo que não vejo, mas espontaneamente escuto.Se o mundo estivesse no muto,Não escutaria o som do mar Nem o cambalear barulhento e ébrio dos que viram noites e noites.Se o mundo estivesse no muto,Eu inundaria salas e quartos com tentativas em vão de gritar, com tentativas em vão de tumulto.Eu bateria forte em portas com tentativas em vão de entrar.Se o mundo, efetivamente, pudesse estar muto,Não ouviríamos panelas caindo, batendo, coros clamando justiça, balas sendo perdidas e achadas em corpos alvos.Não ouviríamos discursos quePestes ecoam sem vergonha alguma.Não ouviríamos inverdades.Tampouco as verdades.E de verdade,Se eu pudesse deixar o mundo em muto, eu deixaria por uma noite.Eu deixaria por uma noite para ouvir, então, meu mundo.Eu deixaria por uma noite para entrar em devaneios mentais e tumultos que por descuido estão no muto. Faz tempo que não me escuto.“Cala-te” gritei ao pensamento efêmero de quem faz poesia.“Está tarde, vá dormir, amanhã há de ser outro dia.”E foi mesmo, outro dia barulhento.Fiteime com olhar de compaixão, segurei minha própria mão e soltei um “lamento, tu abriste teus olhos, por isso vê escuridão.Volte a dormir em silêncio, está tarde, não vá fazer alarde.”Lembrei, então, que o mundo tá constantemente noMutoLutoSurtoLembrei, então, que o mundo está constantemente emTumulto.Ah suspiro foi bom esquecer disso por um minuto. Barbara Zarif Salamandra é multiartista, slammer, Taróloga e Sarcedotiza, poeta, escritora em tempo integral e adora estudar a arte do misticismo e possui uma longa história dentro do mundo das palavras.Nascida e atualmente morando em Santos, além de trabalhar com a Tarologia, fez faculdade de Letras onde se apaixonou pelo mundo e pelo diálogo. Batalhando em slams de poesias desde os 13 anos de idade, já recebeu prêmios de competições poéticas estaduais. Na faculdade, promoveu batalhas de poesia, rodas de conversa com os alunos de redes públicas e encontros acadêmicos no campus Do Idílio José da UNISANTOS. atuando em projetos governamentais como o PIBID, e o Leia – São Vicente. A intuitividade a acompanha desde nascida, com fortes paixonites à bruxaria e esoterismo. Em uma repentina tempestade de ideias, surgiu a personificação da síntese de arte e energia, expressando-se de forma mútua nas performances, apresentações e participações artísticas. Sua expansão se deu em sua primeira participação no Festival ELA (FACULT) em Santos. Manifestando-se em todos os 3 dias de evento, Salamandra traz ao público feminino expressões artísticas e atividades dinâmicas que envolvem a retomada da mulher à sua consciência energética com as pinturas corporais. Apresentou também, a performance “Viver de Arte” onde aborda críticas à falta de remuneração do ofício artístico para os trabalhadores da cultura. Atualmente faz parte do projeto Sarau
Lana Del Rey anuncia álbum de poesia em duas semanas
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Da noite pro dia, você piscou e tem álbum novo da Lana Del Rey a caminho! A artista divulgou a novidade em seu perfil no Instagram. O álbum falado será lançado em 4 de janeiro, contando com poesias freestyle escritas pela cantora. A novidade é um desejo de longa data da cantora. Em seu comunicado, Lana afirmou que o álbum deverá custar cerca de um dólar, pois seu objetivo é popularizar a poesia. “Eu simplesmente amo a ideia de que pensamentos são feitos para serem compartilhados”, contou. Mesmo ainda sem divulgar o título, o novo projeto já está pronto para lançamento. O espírito de compartilhar está tão aflorado que Lana decidiu dedicar parte dos proveitos à várias organizações dos EUA. A cantora já está conversando com os representantes das instituições. “Eu só queria retribuir ao país meu amor pelas minhas raízes”, diz a cantora. Mesmo sendo uma escolha pouco difundida, o trabalho com poesia parece ser recompensador à Lana. Contudo, ainda na era Norman Fucking Rockwell, Lana Del Rey deve lançar mais um videoclipe do álbum. A cantora já está produzindo seu sucessor, White Hot Forever, que ainda não tem previsão de lançamento.
Poesia e Rock #69 – Só os loucos sabem e estão podendo…
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Poesia e Rock #67 – Um poema para guitarra
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Slam Poetry – Uma Nova Forma de Arte
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Poesia e Rock #66 – Walt Whitman – profeta da liberdade
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Ritmo e poesia caminham juntos na MPB de Alberto Salgado
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Poesia e Rock #64 – Sting – Memórias da Beleza
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Poesia e Rock #56 – Do Duran Duran ao The Script
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