Tátio estreia disco solo Contrabandeado com participações de Zeca Baleiro e Juliana Linhares

O que acontece na fusão da contradição? Qual o resultado do encontro entre o proibido e o desejado? Como expressar a dualidade das abstrações humanas? A ânsia pela liberdade sexual em meio a solidão nas metrópoles e o papel da utopia e da fé em contraponto ao desencanto da realidade moderna são algumas das questões que o cantor e compositor Tátio observou em viagens e transformou em seu primeiro álbum-solo, intitulado Contrabandeado. Com a participação de Zeca Baleiro e Juliana Linhares, e produção de Chico Neves, o disco já está disponível nas plataformas de streaming de áudio. Tátio é um artista mineiro que atua na música há mais de dez anos. Cantor do Carnaval de Belo Horizonte com o bloco Circuladô e com a Orquestra da Percussão Circular, ele foi o fundador da banda Caldêra e sua composição Longe de mim foi premiada, em 2020, com o primeiro lugar no Festival Nacional da Canção. Agora, a faixa integra seu novo álbum e se tornou um feat com Zeca Baleiro. Essa e outras letras foram construídas ao longo de três anos e meio, viajando de caminhão pelo Brasil e América Latina. “Muitas das canções foram feitas na estrada, com ideias erguidas nas vivências das andanças. A escolha do nome do álbum veio da vontade de expressar um contra fluxo de ideias que muitas vezes se esconde nos confrontos psicológicos e sociais que nos cerceiam”, explica o cantor. “O ‘contrabando’ está menos no sentido mercadológico e mais na transmissão de pensamentos e sensações que desejamos passar na poética e na musicalidade das canções”, complementa. Para além das composições, a sonoridade do disco, construída junto de Chico Neves, produtor conhecido por trabalhos com nomes como Los Hermanos, O Rappa e Os Paralamas do Sucesso, no Estúdio 304, traz um movimento antropofágico de unir arranjos de indie rock com uma “linguagem rítmica bem brasileira”. “Estamos fazendo uma experimentação estética, com canções muito brasileiras, mas com a utilização de sintetizadores e programações que dão essa cara mais ‘gringa’, mais associada ao indie rock”, descreve Tátio. “Contrabandeado é, com certeza, um dos melhores álbuns que já produzi e o Tátio é um artista nato, de uma voz potente, única, de fato. Foi lindo essa parceria ter acontecido e é um lindo disco, que todos merecem ouvir”, afirma Chico. Contrabandeado conta com nove músicas e começa com a canção Será que Eu Sou Louco, lançada como single em novembro de 2024. A letra, descrita pelo compositor como “um hino bissexual”, é também um registro utópico, onde todos têm acesso à terra e aos direitos fundamentais. Com uma sonoridade eletrônica, a faixa também reivindica uma reflexão irônica sobre as fronteiras entre o sonhar e a fantasia. Lançada em agosto do ano passado, Radar fala sobre a vivência em Belo Horizonte. Tátio faz uso de percussões programadas para criar um ritmo envolvente enquanto versa sobre vigilância e controle em uma cidade que tem olhos em todos os lugares, onde quase todos se conhecem. Longe de Mim, com Zeca Baleiro, vem na sequência. A música aborda o processo de desencanto com a pessoa amada e a vontade de se libertar de uma relação abusiva. Tátio e Zeca cantam sobre o desejo pelo fim e pelo distanciamento com uma abordagem melancólica, executada por um violão cadenciado e sintetizadores bem presentes no arranjo. Divulgada em setembro de 2024, Reza Milagreira, com participação de Juliana Linhares, foi escrita na divisa entre Paraguai e Bolívia. Tátio compôs sobre uma entidade que aparece no horizonte para anunciar o fim da tirania e da exploração sistêmica. “É como uma voz messiânica para anunciar o fim do terror naquela região”, segundo ele. Em seguida, Anhangabaú aborda de forma bem irônica e crítica a necessidade de estar sempre em evidência em um mundo teleguiado, de relações cada vez mais voláteis. Numa reflexão sobre a mercadorização do indivíduo na corrida pelo sucesso, a canção é construída em cima de linhas de flautas e sintetizadores. A atmosfera mística segue na faixa Seres Distantes, inspirada na relação do cantor com o esoterismo e com os estudos mediúnicos. “Fala sobre o lugar do invisível e espiritual, mas também sobre o medo de amar, se entregar, de reconhecer que o amor também está no ato de compartilhar as falhas”, afirma. Como Um Jogador é uma composição política sobre o poder de superação das adversidades da vida através da “ginga de um jogador”, reforçando a capacidade de se reinventar em ambientes hostis, preservando a utopia de um mundo justo, sem desigualdades. Sonho Antigo, a oitava canção, é autobiográfica. Tátio escreveu quando trabalhava como garçom em Belo Horizonte e sonhava trabalhar exclusivamente na sua própria música pelas estradas do país. A nona e última faixa leva o mesmo nome do disco e traz uma síntese estética do trabalho. Contrabandeado foi lançada em dezembro. A letra aborda a história de um jovem que, ao lado de seu melhor amigo, parte em busca de oportunidades, mas acaba confrontando a realidade brutal da marginalização e da exploração. Em um desabafo emocionante, a música é apresentada como uma carta do protagonista para sua mãe, expondo a solidão, o desespero e as memórias de um laço fraterno interrompido pela violência. “Contrabandeado é um disco irreverente, que prega uma revolução comportamental e questiona as relações líquidas na metrópole. O contrabandear, no sentido poético, é a reivindicação do risco, de entregar algo que não está tão disponível nas prateleiras da grande indústria. Na contra corrente, o disco é um experimento ousado, mas que não abandona a veia sensível e popular da canção”, conclui Tátio.

Zeca Baleiro e Wado lançam álbum com composições feitas na pandemia

Zeca Baleiro e Wado liberaram hoje (1) o álbum de parcerias inéditas Coração Sangrento. Produzido pelos artistas com Sérgio Fouad, o álbum reúne uma nova safra de canções, todas compostas por Wado e Baleiro a partir do período da pandemia, quando a parada dos shows deu espaço para novas criações. “Muito animado em apresentar Coração Sangrento, novo álbum em parceria com Zeca Baleiro. É um disco que morro de orgulho. Nele, reunimos dois punhados de canções inéditas, resultado de um encontro verdadeiro, canções feitas muito no bate bola dos áudios e vídeos trocados por WhatsApp. Essa amizade e a admiração mútuas colocam esse disco num lugar único; paira no ar uma vontade de praticar a canção bonita”, comenta Wado. Zeca Baleiro falou sobre a preferência de compor em parceria com músicos talentosos, como Wado. “Apesar de no início da minha discografia assinar quase todas as canções sozinho – letra e música -, sempre amei compor em parceria. Fiz música com parceiros os mais diversos, de Hyldon a Fagner, de Arrigo Barnabé a Frejat, de Vicente Barreto a Lô Borges. E falo isso com descarada vaidade, porque me orgulho da diversidade musical com que ergui meu trabalho ao longo dos anos. Agora é chegada a hora de lançar um disco inteiro ao lado de um querido parceiro, um dos maiores compositores da geração que sucedeu a minha, Wado”.

Com parceria retomada, Chico César e Zeca Baleiro liberam álbum de inéditas

Chico César e Zeca Baleiro liberam o aguardado álbum de inéditas Ao Arrepio da Lei nas plataformas digitais. Aliás, a dupla também está em turnê para divulgar o disco, tendo passado já por Curitiba e Florianópolis. Depois seguem para Recife (10/05), Porto Alegre (21/06), São Paulo (29/06), Belo Horizonte (16/08) e Rio de Janeiro (11/10), entre outras cidades do país. No repertório do show, as novas canções e sucessos de ambos, algumas mais quentes, outras mais reflexivas. A parceria inaugurada há 32 anos por Chico e Zeca foi retomada com uma nova safra de mais de 20 canções, compostas entre maio de 2020 e o início de 2021, durante a pandemia. Animados pelo resultado das novas parcerias musicais, anunciaram o lançamento do álbum antecipando duas canções, Respira e Lovers, em maio de 2021. Com tantos trabalhos em paralelo, Chico e Zeca retomaram as gravações em 2022, quando lançaram novo single duplo com as inéditas Beije-me Antes e Verão – a única canção registrada ao vivo, reunindo os dois já no fim do processo, no pós-pandemia. Só no final de 2023, Chico e Zeca voltaram a se juntar para gravar as vozes e concluir o álbum. Swami Jr., que já trabalhou com Chico e Zeca em shows e discos, foi convidado a produzir o álbum. Juntos, os três começaram a escolher as canções e a gravar em seus estúdios caseiros, no período em que o distanciamento social era importante para reduzir o avanço da covid-19. Ao Arrepio da Lei ainda tem uma canção produzida por Érico Theobaldo (Lovers) e outra por Alexandre Fontanetti (Verão). Outra parceira artística de ambos desde os anos 1980, Vange Milliet foi convidada para fazer as fotos de divulgação e para a capa do álbum, que tem projeto gráfico de Andrea Pedro. Ouça Ao Arrepio da Lei, de Zeca Baleiro e Chico César

Zeca Baleiro e Edson Cordeiro lançam o clipe de Mambo Só

O novo disco de Zeca Baleiro traz alguns feats curiosos, como a participação de Edson Cordeiro na faixa-título Mambo Só. Agora, os dois se unem também no clipe da canção. O clipe tem edição e pós-produção de Marcos Faria. Edson Cordeiro, atualmente radicado na Alemanha, empresta seus agudos ao mambo-quase-bolero que versa sobre a solidão destes tempos ultracapitalistas. “O tom dramático (ou melodramático) da música me levou a convidar o amigo Edson Cordeiro para gravá-la comigo, explorando seus agudos inimitáveis e fabulosos. Há tempos combinamos um feat, e agora sua interpretação coube perfeitamente”, conta Baleiro. “O convite de Zeca para cantar o dueto “Mambo Só“ com ele foi um grande presente para mim. Eu sou muito fã desse grande artista. Quanto mais eu o conheço mais cresce minha admiração”, revela Edson Cordeiro. Zeca Baleiro lançou Mambo Só, álbum com dez canções e algumas vinhetas, no dia 28 de julho. “Era pra ser um EP com seis músicas no máximo, mas fui experimentando coisas com vários produtores parceiros e, quando vi, tinha material pra um álbum. Mas é um disco curto, de pouco mais de meia hora. Não foi intencional, mas as ‘narrativas musicais’ ficaram curtas, bem ao gosto do nosso tempo”, diz Baleiro, explicando o processo um tanto acidental do disco. Mambo Só sucede Canções D’Além-mar, disco de intérprete dedicado aos cantautores portugueses e premiado com o Grammy Latino 2021 na categoria Melhor Álbum de Música Popular Brasileira. O tributo ganhou uma edição Deluxe em 2022, dois meses antes do lançamento do álbum Naus, de parcerias com Vinícius Cantuária. No prazo de pouco mais de um ano, Baleiro lançou alguns projetos especiais e uma dezena de colaborações com diferentes artistas. Em 2023, para marcar os 26 anos de carreira, o artista lançou Mambo Só nas plataformas digitais e segue a celebração neste segundo semestre com um disco de samba autoral e um álbum com Chico César.

Zeca Baleiro lança álbum Mambo Só e faz show gratuito em Santos

Depois de divulgar cinco singles entre 19 de maio e 16 de junho, Zeca Baleiro lançou Mambo Só, álbum com dez canções e algumas vinhetas. Neste sábado (5), o músico fará um show especial com a Orquestra Sinfônica Municipal de Santos (OSMS), na Praça Mauá. A entrada é gratuita. “Era pra ser um EP com seis músicas no máximo, mas fui experimentando coisas com vários produtores parceiros e, quando vi, tinha material pra um álbum. Mas é um disco curto, de pouco mais de meia hora. Não foi intencional, mas as ‘narrativas musicais’ ficaram curtas, bem ao gosto do nosso tempo”, diz Baleiro, explicando o processo um tanto acidental do disco. O disco traz alguns feats curiosos, como a participação de Edson Cordeiro, na faixa-título. O cantor, atualmente radicado na Alemanha, empresta seus agudos ao mambo-quase-bolero que versa sobre a solidão destes tempos ultracapitalistas. “A música tem um tom dramático, que achei que combinaria com a voz do Edson. Há tempos combinamos um feat, e agora sua interpretação coube perfeitamente”, revela Baleiro. A cantora niteroiense Daíra comparece em De Longe Toda Serra é Azul, canção feita especialmente para o documentário homônimo do cineasta Neto Borges, inspirado livremente na vida e obra do indigenista mineiro Fernando Schiavini, a ser lançado em breve. “Chamei a cantora Daíra, de quem sou fã, para dividir os vocais comigo. Gostei tanto da canção que resolvi lançá-la independente do filme”, conta o artista. Colaboradoras assíduas dos projetos mais recentes de Zeca, as cantoras/vocalistas Ana Duartti e Tatiana Parra protagonizam Funk da Nova Era, bem-humorada crítica ao mundo das redes sociais, faceta já revelada no single Eu te Admirava Mais, samba composto em parceria com Vinícius Cantuária logo depois que finalizaram o álbum Naus. Três artistas refugiados no Brasil também colaboram no álbum. A integração é fruto da parceria iniciada ano passado entre Baleiro e a ONG Adus, que acolhe solicitantes de refúgio e busca a valorização e inserção social, econômica e cultural desses imigrantes. A síria/palestina Oula, a iraniana Mahmooni e o congolês Leon Matumona emprestam suas belas vozes à canção-manifesto Povero, parceria de Baleiro com o pernambucano autoexilado em Portugal, Raul Misturada. É pernambucano também o parceiro mais recente de Zeca, Juliano Holanda, com quem divide duas canções no álbum, Coração do Sol e Depois da Primavera. A dupla de roqueiros violeiros Moda de Rock (Ricardo Vignini e Zé Helder) encerra a lista de convidados do disco – e o próprio disco – com uma antielegia à tecnologia, batizada de Steve Jobs. A arte da capa é assinada pela artista maranhense Isabel Nascimento e o projeto gráfico virtual é criação de Andrea Pedro, capista de Baleiro desde O Coração do Homem-Bomba, vol. 1 (2008). Mambo Só sucede Canções D’Além-mar, disco de intérprete dedicado aos cantautores portugueses e premiado com o Grammy Latino 2021 na categoria Melhor Álbum de Música Popular Brasileira. O tributo ganhou uma edição Deluxe em 2022, dois meses antes do lançamento do álbum Naus, de parcerias com Vinícius Cantuária. No prazo de pouco mais de um ano, Baleiro lançou alguns projetos especiais e uma dezena de colaborações com diferentes artistas. Em 2023, para marcar os 26 anos de carreira, o artista lança Mambo Só no dia 28 de julho nas plataformas digitais e segue a celebração no segundo semestre com um disco de samba autoral e um álbum com Chico César. As comemorações incluem ainda um livro de memórias e um talk show.

Zeca Baleiro apresenta show autobiográfico em São Paulo

O cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro está de volta ao palco do Teatro Bradesco, em São Paulo. Um dos nomes mais cultuados da nova geração da MPB na atualidade apresenta, no dia 26 de novembro, o autobiográfico novo espetáculo José. Como se recebesse a plateia na sala de sua casa, o multi-instrumentista compartilhará com o público a audição de músicas e autores importantes na sua trajetória, criando um clima de intimidade. Um ambiente que favorece improvisos e momentos exclusivos, fazendo a cada noite da temporada um espetáculo inédito. Os ingressos custam de R$ 60 a R$ 250 e já estão à venda nos totens em frente as bilheterias dos teatros Bradesco e Opus, além do site. Entre uma e outra surpresas, o repertório deve incluir canções marcantes de sua carreira como Telegrama e Flor da Pele, além de releituras e músicas dos discos mais recentes como O Amor no Caos e Canções d’Além-Mar. “Nada se compara à experiência de tocar ou de assistir a um show ao vivo. É imbatível! Estou ansioso pelo reencontro e com saudade dos afagos e aplausos da plateia”, comemora Zeca Baleiro. Em 2017, Zeca Baleiro se apresentou em Porto Alegre na série Poesia, Então, a convite do projeto Unimúsica da UFRGS. Na ocasião, o artista estava completando 20 anos de carreira discográfica e resolveu criar um show especial para o evento. Assim nasceu “José”, show autobiográfico em que Baleiro compartilhava histórias de vida e de carreira, vídeos, leituras de poemas, escuta de vinis de sua coleção pessoal, e respondia a perguntas de fãs enviadas por mensagens de áudio e previamente selecionadas. Além da apresentação na capital gaúcha, o show aconteceu também no Teatro Unibes, em São Paulo. Foram as duas únicas apresentações desse concerto intimista e multimídia, que ficou guardado, enquanto o artista se dedicava a outros shows e produções. Agora, Zeca Baleiro volta com “José” em turnê pelas capitais brasileiras. Para conferir as primeiras apresentações de Benito di Paula e Rodrigo Vellozo, o público deverá apresentar o comprovante de vacinação contra a covid-19, com pelo menos uma dose aplicada. O documento de comprovação poderá ser físico ou digital (disponível no aplicativo Conecte SUS). No caso de fãs vacinados em São Paulo, também é possível comprovar a imunização com os documentos acessados nos apps Poupatempo Digital e E-saudeSP.

Zeca Baleiro lança O Tempo Não Espera e fãs podem ganhar royalties

O Tempo Não Espera é o novo single de Zeca Baleiro. Lançado via tecnologia blockchain, o projeto inovador disponibilizou cotas tokenizadas de O Tempo Não Espera. Assim como se compra qualquer criptomoeda, os fãs puderam adquirir pela internet os tokens desenvolvidos em blockchain e operados pela Tune Traders, e se tornar coprodutores do single. A cada vez que O Tempo Não Espera tocar em algum serviço de streaming, os fãs coprodutores estarão ganhando royalties. O Tempo Não Espera é um reggaeton composto durante a pandemia especialmente para esse projeto. “É uma reflexão sobre este tempo de dor e incerteza em que estamos mergulhados, e da necessidade de, de certo modo, ‘reconstruir o mundo’, o de fora e o de dentro. Apesar do texto reflexivo, a música é um convite à dança, à alegria e à esperança por dias melhores. Vamos dançar sobre as cinzas”, comenta Baleiro. Com a diluição do mercado fonográfico, que foi modelo de trabalho eficaz por muitos anos, novos mercados e modelos estão surgindo para os artistas da música. Projetos audaciosos como a tokenização de artistas, músicas e obras, oferecem um formato inovador que alia o financiamento coletivo à tecnologia blockchain e possibilita uma maior conexão entre o artista e seu fã. Atento a esse novo cenário, Baleiro resolveu lançar O Tempo Não Espera em parceria com a plataforma TuneTraders, um projeto inédito no Brasil que tornou fãs coprodutores de seu novo single. Nesse projeto, o fã coprodutor tem um papel importante no processo de divulgação e performance da música, influenciando no resultado para si e para o artista. “É muito bom que estejam surgindo novas formas de divulgar e comercializar a produção dos artistas da música. Novas picadas vão se abrir deste casamento entre tecnologia e música, o futuro da arte aponta para esse caminho”, avalia Zeca Baleiro.

Entrevista | Pilar – “Você tá doando porque está recebendo e vice-versa”

Campo-grandense de nascimento e radicada em São Paulo, a cantora Pilar, de 24 anos, tem vivido um momento especial. Do ano passado para cá, ela se apresentou no Brazilian Day de Estocolmo (Suécia) e no Festival Mundo Psicodélico, em São Paulo. Gentilmente foi o single que impulsionou a carreira da cantora. Mas foi com o EP de estreia, Confluir, lançado em maio, que Pilar consolidou o grande momento. O trabalho conta com seis músicas autorais, incluindo uma parceria com Zeca Baleiro (Favela City). A ligação de Pilar com a música, no entanto, é muito mais antiga. Desde os cinco anos, ela se viu incentivada pelos pais. “Desde cedo fui muito conectada com a música e posso dizer que meu gosto musical também era bem eclético, desde nova. Minhas primeiras referências eram Tribalistas, Buena Vista Social Club e Elis Regina, mas ao longo dos anos fui escutando de tudo que é gênero possível. Eu tive várias fases e sei que a minha musicalidade vem dessa influência mesmo, dessa fusão de todos os ritmos e gêneros que gosto de escutar”. Parceria com Zeca Baleiro A ligação com Zeca Baleiro veio pelo produtor, Adriano Magoo, que também é tecladista do maranhense há anos. Coincidentemente, no dia em que ele escutava a mix de Favela City, tinha uma gravação agendada com Zeca. “Ele ouviu e se interessou, gostou da música. E tinham oito compassos que estavam só instrumental e aí acabou acontecendo essa parceria. Foi uma experiência única, o Zeca é um puta artista, puta compositor, admiro muito o trabalho dele, então, foi um enorme privilégio poder gravar uma música com ele”. Paixão pelo jazz Do Zeca Baleiro ao Buena Vista Social Club, ou da Elis Regina ao Bob Marley, Pilar não perde a mão na hora de trabalhar seu caldeirão de influências. Passeia pelo reggae, pop, jazz, soul, mas todos com uma boa roupagem de MPB.  “Me sinto mais à vontade no jazz. Eu gosto muito de cantar jazz, tudo que envolve usar mais a extensão vocal, brincadeira de improviso de voz, essas coisas, me sinto numa zona de conforto”. Pilar em vários idiomas Outra característica da obra de Pilar é cantar em vários idiomas. No EP de estreia, ela canta em português, espanhol e inglês. Para a artista, a questão de chegar ao mercado internacional é mais um benefício do que o propósito em si. “Como minha base de estudo musical foi o canto lírico, sempre tive esse hábito de cantar em italiano, espanhol, latim. Então, já tinha essa coisa como cantar em outros idiomas e era algo que tinha muita vontade de trazer para as minhas composições, essa pluralidade mesmo”. Um dos grandes destaques de Confluir é a divertida Namastreta, com o refrão: a vontade mesmo, era mandar você se fuder, mas eu digo, namastê. A vontade mesmo, era mandar você pra aquele lugar, mas te desejo paz de Jah. “Eu escrevi ela muito espontaneamente, não foi nem com o intuito de produzir, gravá-la. Só que ficou tão legal que no fim o produtor falou a gente tem que gravar essa música”.  A inspiração para a canção não teve nenhuma pessoa em especial como inspiração. “Foi uma semana que estava tudo dando errado. E eu sou uma pessoa que busco ter esse equilíbrio emocional, ter essa conexão com o espiritual, não me deixar abalar tanto pelas coisas que acontecem no dia a dia. Mas querendo ou não, a gente é humano, né? E tem horas que é muito difícil a gente não se deixar levar pelas emoções. Namastreta acabou saindo como uma forma de desabafo mesmo”. Pilar no Juntos Pela Vila Gilda Confirmada no Juntos Pela Vila Gilda, Pilar acredita que a ação social é um ciclo de energia. “Você tá doando porque está recebendo e vice-versa. É algo que quanto mais a gente pratica, mais a coisa se torna automática e inerente nossa”. “A ação achei muito legal. É realmente usar essa visibilidade que a gente tem pra tá levando isso a mais pessoas, trazendo essa consciência de ajudar e tentar fazer nosso papel ali, faz uma diferença gigante”.