Confesso que se “As Iluminadas” não fosse estrelada por Elisabeth Moss e o brasileiro Wagner Moura, certamente iria passar em branco no catálogo da Apple TV+. Porém, como estamos falando de dois atores que sabem escolher seus projetos e já estampam um selo de qualidade na testa, a atração tem ganhado um certo destaque por assinantes da plataforma.
Inspirado no livro de Lauren Beukes, a série gira em torno de Kirby (Moss) que acaba sendo a única sobrevivente de um brutal assassino (Jamie Bell). Ao juntar forças com o jornalista Dan (Moura), eles acabam descobrindo que o mesmo possui uma enigmática habilidade de viajar no tempo. Então é dada uma largada para pararem o mesmo, em diferentes “multiversos”.
Imagem: Apple TV+ (Divulgação)
Dividida em oito episódios com cerca de uma hora cada, estamos falando de uma narrativa que poderá causar um certo “boom” na cabeça do espectador por diversos motivos. Primeiro, por ela exigir bastante do raciocínio do público, para conseguir desvendar os enigmas que estão por vir, e segundo que em momento algum é salientado em qual realidade a série está sendo narrada (já que em momento algum as transições são citadas, e não há uma identificação para os flashbacks).
Só que por mais que pareça confusa esta premissa, o problema acaba sendo na abordagem dos personagens coadjuvantes, pois em nenhum momento nos preocupamos com eles e se interessamos por suas histórias e até mesmo nas possíveis ameaças do assassino. Este é interpretado com maestria por Jamie Bell, que consegue passar a presença de um serial-killer, e inclusive, se assemelhou bastante com o caso do assassino Zodíaco (que ganhou um filme dirigido por David Fincher, em 2007).
“As Iluminadas” acaba sendo uma interessante série de viagem no tempo, onde numa era de “multiversos” na cultura pop, se torna um lançamento ideal.